Tax Free pode ampliar em R$ 2 bilhões gastos de turistas no Brasil, aponta pesquisa da Fecomércio-RJ

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Crédito: Adriano Ishibashi

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) apresentou um raio-x do turismo internacional no Estado, em evento realizado, em 17 de abril, na sede da entidade. Segundo a pesquisa “Turismo Internacional: Satisfação e Consumo no estado do RJ e Tax Free” feita pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec-RJ) a implantação do Tax Free Shopping no Brasilcriaria uma movimentação financeira anual de US$ 411,6 milhões, ou seja, mais de R$ 2 bilhões. O Tax Free é o reembolso dos impostos pagos nas compras feitas por turistas durante suas viagens

O levantamento foi apresentado pelo consultor da Presidência da entidade, Otavio Leite, e pelo diretor do IFec-RJ, João Gomes. A sondagem foi feita com turistas estrangeiros na área de embarque do Aeroporto Internacional Tom Jobim, em março deste ano, e mostra que o Rio de Janeiro é um bom destino para férias e compras. A assessora de Turismo da Fecomércio-RJ, Adriana Homem de Carvalho, e o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Bento Nunes, que representou a ministra Daniela Carneiro, também estiveram na apresentação.

Segundo o consultor da Fecomércio-RJ, a pesquisa revelou uma forte associação entre o turismo de lazer e as compras e indicou que o Tax Free pode gerar um adicional significativo de gastos. “Quantos mais turistas vierem e consumirem aqui, haverá mais emprego e mais renda. Outro dado importante da pesquisa é que o Rio ganhou nota 9, computados todos os aspectos positivos e negativos. A grande maioria do turista estrangeiro diz que irá divulgar e recomendar o nosso estado para amigos e parentes. A pesquisa é uma importante contribuição da Fecomércio-RJ para fortalecer o turismo aqui”, ressalta Otavio Leite.

A sondagem ouviu 866 turistas estrangeiros, entre os dias 07 e 14 de março, e respeitou a proporcionalidade do destino de procedência dos turistas contida no Anuário Estatístico de Turismo 2020, ano base 2019, do Ministério do Turismo, relativamente ao desembarque no Rio de Janeiro. O objetivo da sondagem foi mensurar os benefícios que um programa de reembolso, como o Tax Free pode proporcionar ao setor do comércio de bens, serviços e turismo do estado do Rio de Janeiro, além de apurar indicadores de “satisfação”, compreender o “comportamento de compras” e o “perfil dos turistas” que estiveram no Rio de Janeiro.

Motivação e permanência

A pesquisa revela que 83,4% dos entrevistados procuram o Rio para turismo, lazer e passeio, enquanto 11,3% viajam a negócios. O tempo médio de permanência é de dez dias, sendo que 48,9% dos turistas ficam em média entre oito e 30 dias no estado.

Hospedagem

O levantamento do IFec-RJ aponta que os hotéis (64,4%) e pousadas (20,7%) são os meios de hospedagem mais utilizados pelos turistas estrangeiros. Os imóveis ou quartos alugados via plataformas digitais estão em terceiro, com 17,7%. Entre as plataformas digitais, houve uma predominância do Airbnb.

Tax Free e intenção de gastos adicionais

Dos turistas estrangeiros entrevistados, 48,7% disseram já ter ouvido falar do Tax Free, sendo que 50,7% deles já utilizaram o programa de reembolso em outras viagens.

Dentre os que já ouviram falar em Tax Free, 27,3% disseram que é importante para efetuar as compras. Depois de explicado o funcionamento do Tax Free para quem desconhecia e para os que já ouviram falar do programa, 53,7% afirmaram que ele estimula o consumo.

De acordo com o levantamento, 73% acham que o Brasil deveria adotar o programa de reembolso, sendo que 46,2% revelaram que gastariam mais ou passariam a comprar com a adoção da medida. A adoção do Tax Free aumentaria ainda mais os gastos dos turistas no Brasil, segundo a pesquisa. Enquanto o consumo médio sem o programa é de US$ 542,9 com compras para o próprio e/ou acompanhantes, com a implantação os turistas passariam a comprar a mais outros US$ 665,5 em média. A movimentação financeira anual para o país seria de US$ 411,6 milhões, o equivalente a R$ 2,1 bilhões.

O secretário-executivo do Ministério do Turismo, Bento Nunes, garantiu que levará o tema Tax Free para a ministra Daniela Carneiro e incentivará a discussão em todas as esferas do governo federal. “O assunto é muito importante e deve ser levado ao debate com o Ministério da Fazenda e todo o governo. Teremos agora no Congresso Nacional uma discussão do arcabouço fiscal e da reforma tributária e, claro, que a importância de mecanismos que incrementem o crescimento do desenvolvimento, do emprego e da renda é fundamental. Devemos criar juntos, governo e as entidades do setor de turismo, uma estratégia para a implantação do Tax Free. A Fecomércio-RJ tem um longo histórico de defesa dos interesses do comércio de bens, serviços e turismo. Estudos como esse auxiliam na compreensão de demandas e necessidades para a construção de políticas públicas mais assertivas”, disse o representante da ministra.

Gastos

Em termos de custos, para a grande maioria (74,5%) o estado do Rio de Janeiro não é considerado um destino caro. A maioria dos turistas internacionais (60,5%) realizou compras durante sua permanência no estado. Segundo a pesquisa, os produtos mais comprados são as roupas, com 64,1% da preferência dos estrangeiros. Os gastos com alimentos e bebidas para serem levados para seus países teve índice de 37,2%.

49,9% dos turistas gastam entre US$ 201 e US$ 1.000 em compras, com gasto médio de US$ 542,9. Por ser um destino amigável para compras, se comparado aos seus países de origem, os turistas gastariam em média US$ 786,6 com os mesmos produtos comprados no Rio.

A pesquisa revela também os principais fatores que levam os estrangeiros a comprar os produtos no Rio: importante para a memória da viagem (55,9%), mais barato do que em seu país (31,5%) e qualidade (26,1%).

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