A cada quatro horas, ao menos uma mulher é vítima de violência doméstica no Brasil, segundo uma pesquisa da Rede de Observatórios da Segurança. De acordo com o boletim “Elas Vivem: dados que não se calam”, ocorreram 2.423 casos de violência em 2022, sendo que 510 foram crimes de feminicídio.
Buscando somar esforços para a execução e promoção de atividades que visem a proteção e garantia de direitos, com o fim de coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, o Sistema Fecomércio Sesc Senac-PR assinou, em 20 de junho, termo de cooperação técnica com o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, para a realização de cursos profissionalizantes e atividades sociais e culturais destinadas a mulheres vítimas de violência doméstica.
A assinatura foi conduzida pelo presidente do TJPR, desembargador Luiz Fernando Tomasi Keppen; pelo presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac-PR e vice-governador do Paraná, Darci Piana; e pela coordenadora da Coordenadoria Estadual da Mulher um Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJPR (Cevid), desembargadora Ana Lúcia Lourenço. Também participaram do ato, o 2º vice-presidente do TJPR, desembargador Fernando Antônio Prazeres; o corregedor da Justiça, desembargador Roberto Antônio Massaro; o ouvidor da Justiça, desembargador Ruy Alves Henriques Filho; o diretor da Escola Judicial do Paraná, desembargador Ramon de Medeiros Nogueira; a deputada estadual Cloara Pinheiro; o deputado estadual Luiz Felipe Gubert Braga Cortes; o diretor regional do Sesc PR, Emerson Sextos, e o diretor regional do Senac PR, Sidnei Lopes de Oliveira.
A coordenadora da Cevid destacou que a ideia do convênio surgiu após uma conversa com Darci Piana, que disponibilizou o Sistema Fecomércio Sesc Senac-PR para atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica, um problema que aflige milhares de lares paranaenses e brasileiros.
“Esse termo de cooperação visa a capacitação de mulheres em situação de violência doméstica, sobretudo aquelas em situação de vulnerabilidade econômica, de modo que elas possam receber uma qualificação profissional para que consigam melhores vagas no mercado de trabalho e assim ocorra a quebra da dependência econômica, para que essas mulheres consigam sair do ciclo de violência doméstica”, explicou a desembargadora Ana Lúcia Lourenço.
O convênio prevê que o Senac PR disponibilizará 100 vagas do Programa Senac de Gratuidade (PSG) por ano, em cursos de qualificação e aperfeiçoamento, na modalidade de ensino presencial, direcionados a mulheres em situação de violência doméstica e familiar. As turmas-piloto serão realizadas em Curitiba para, na sequência, expandir o projeto nas demais cidades do estado. O Sesc PR, por sua vez, realizará atividades nas áreas de educação, cultura e ação social e cursos de valorização social de Corte e Costura. As participantes serão encaminhadas pela Cevid e Juizados do TJPR.
“Temos que fazer alguma coisa diante dessa situação. A violência contra a mulher é um problema que passa, muitas vezes, despercebido, e que tem que vir à tona, tem que ser discutido. O Sistema Fecomércio Sesc Senac já realiza um grande trabalho social e educacional do Paraná e vamos colocar toda a nossa estrutura para atender essas mulheres, com cursos de qualificação profisional e todo um trabalho de discussão e conscientização sobre esse problema”, reiterou Darci Piana.
Em seu discurso, o presidente do TJPR salientou que as denúncias em relação à violência doméstica têm aumentado e que essa visibilidade permite a realização de ações para a redução desses casos. “O Sistema Fecomércio Sesc Senac PR tem nos ajudado em inúmeros projetos, notadamente no Justiça no Bairro, que é um dos programas de maior visibilidade do Tribunal do Justiça do Estado do Paraná. É motivo de muita alegria quando vemos que ações como esse novo convênio estão acontecendo e que estão se desenvolvendo no ambiente do Tribunal de Justiça, que tem a maiúscula função de dar o sentido correto da ação humana, promovendo a paz social. E a paz social caminha com a educação dentro de casa e com o respeito a todos e a todas”, afirmou o desembargador Luiz Fernando Tomasi Keppen.