Sesc Saúde Mulher proporciona atendimento humanizado

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 No Brasil, a universalização do atendimento à saúde das mulheres ainda demanda atenção e cuidados. É o que mostra o Boletim Epidemiológico, lançado pelo Ministério da Saúde (MS), em março do ano passado. Entre 2010 e 2021, mais de 640 mil mulheres – entre 30 e 69 anos – morreram de câncer no país. Deste total, o câncer de mama foi a causa de 20% dos óbitos e o de colo do útero, 8,1%. Outra pesquisa, dessa vez realizada pela Fundação do Câncer, mostra que há uma vulnerabilidade maior entre mulheres pretas e pardas devido à dificuldade em acessar os serviços de saúde, o que leva a diagnósticos tardios, principalmente em relação ao câncer de colo do útero.

Para ampliar cada vez mais o acesso de mulheres à prevenção, o Sesc utiliza unidades móveis de saúde em todas as regiões do Brasil, com o atendimento gratuito. Atualmente, 25 veículos adaptados para a realização de exames e equipados com mamógrafos digitais circulam por centenas de município a cada ano. São 125 profissionais envolvidos, atuando no rastreamento das doenças e na disseminação de orientações por meio de ações educativas.

Em uma década, o programa já atendeu mais de 590 mil mulheres e se tornou o primeiro a levar o serviço em modelo móvel por todas as regiões do Brasil. Até o ano passado, foram realizadas 342 mil mamografias em pacientes com idades entre 50 e 69 anos, faixa etária com maior propensão ao câncer de mama, segundo o Ministério da Saúde, e 249 mil exames citopatológicos, em mulheres de 25 a 64 anos. Além disso, as equipes realizaram mais de 540 mil ações de Educação em Saúde.

O trabalho em uma unidade móvel apresenta diferentes desafios, como conta Taiane Silva, gerente de Saúde do Sesc no Rio de Janeiro. “A logística de deslocamento demanda um planejamento minucioso para assegurar a chegada pontual da unidade aos locais determinados, muitas vezes enfrentando condições adversas de trânsito, estradas de difícil acesso e o constante cuidado na estabilização das estruturas e equipamentos durante o transporte”, contou.

A principal precaução, segundo ela, é conseguir interagir com as pacientes e sensibilizá-las sobre a importância do cuidado com a saúde. O diferencial do projeto, ressalta Taiane, é oferecer um atendimento humanizado e de alta qualidade. “Impactamos vidas por meio de práticas de escuta ativa, humanização do cuidado, atividades educacionais e a promoção do diagnóstico precoce”, conclui.

A cidade de Extremoz, no Rio Grande do Norte, foi a primeira a receber o projeto do Sesc Saúde Mulher no Brasil, em julho de 2012. Com o ótimo resultado obtido durante o projeto piloto, a atividade passou a ser replicada em outros municípios pelo país. Desde sua primeira edição, só no Rio Grande do Norte, foram cerca de 88 mil exames realizados e quase 230 mil pessoas atendidas.

Depois de descobrir a importância da prevenção para sua saúde, Magaly de Oliveira, moradora de Extremoz, passou a incentivar as amigas. “Fiz o exame de mamografia e digo para outras mulheres: ‘é um exame incômodo, mas necessário. O atendimento é fabuloso e as meninas [que fazem o atendimento] são ótimas’. Então, espero que venham sempre”, ressalta.

O cuidado das equipes de atendimento passa ainda pela forma como o paciente é preparado para o diagnóstico. “Sempre há o temor de um resultado positivo de câncer de mama ou colo uterino. Nosso trabalho passa por prepará-las para receber o resultado da mesma forma que explicamos os procedimentos dos exames, a periodicidade adequada, as preparações necessárias e eventuais restrições”, revela Taiane. A equipe do Sesc Saúde Mulher é treinada e capacitada para sanar todas essas dúvidas e preocupações. “Atuamos de maneira humanizada para proporcionar um ambiente acolhedor e empático, oferecendo informações claras e respondendo a quaisquer dúvidas que as mulheres possam ter”, finaliza.

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