Frotas sustentáveis ​​podem ajudar a frear aquecimento global

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Por Exame

Esforços para reduzir a emissão de gases de efeito estufa já estão na agenda da indústria automobilística global, e o Brasil vem aos poucos se integrando a essa realidade. É o que mostra um novo estudo da  Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores  (Anfavea) e o Boston Consulting Group (BCG).

Dados da associação mostram que a produção de veículos elétricos e híbridos está aumentando no país, ainda que os números, frente ao total produzido, sejam tímidos. Em 2021, foram 739 veículos elétricos disponíveis no Brasil e 13.160 híbridos. Em 2020, esses números foram 319 e 7.249, respectivamente, e em 2019, 127 e 2.229.

O estudo indica que, dependendo do cenário, veículos leves eletrificados podem responder por algo entre 12% e 22% das vendas em 2030 no país, e de 32% a 62% em 2035.

Hoje, os modelos eletrificados especializados por 2% do mix de vendas de veículos leves. Nesse cenário apontado pelo estudo, seriam 432.000 veículos leves por ano em 2030, subindo para 1,3 milhão por ano em 2035.

Já os veículos pesados ​​com novas tecnologias serão de 10% a 26% em 2030 e de 14% a 32% em 2035, na mesma lógica de análise do estudo.

Motores flex e diesel ainda serão maioria na frota em 2035, para aumentar a importância dos biocombustíveis para redução de CO2, segundo a Anfavea.

No estudo, a associação e o BCG apontam para a necessidade de o poder público brasileiro estabelecer políticas para acelerar os cenários de descarbonização, como redução de tributos, tanto para clientes particulares quanto corporativos.

“A Anfavea lidera esse debate fundamental e inadiável, pois a indústria automotiva precisa saber como direcionar seus investimentos para as próximas gerações de veículos e para inserir o Brasil nas estratégias globais de motorização com foco total na descarbonização”, comentou Luiz Carlos Moraes, da Anfavea , ao divulgar o estudo.

No caminho da descarbonização, o setor de transportes trabalha com diferentes tecnologias:

  • Biocombustíveis (bioetanol, biodiesel, diesel renovável / verde – chamado de HVO, e biogás / biometano)
  • Eletrificados (motores elétricos)
  • Célula a combustível (hidrogênio utilizado para gerar energia elétrica e etanol transformado em hidrogênio para alimentar bateria)

Algumas empresas, principalmente de grande porte, estão anunciando a renovação de suas frotas rumo à meta de zerar ou redução de gases de efeito estufa.

A Seara, da JBS, é uma delas. Este ano, uma companhia inicia o transporte com um caminhão 100% elétrico e com emissão zero de gases poluentes. O modelo, com tecnologia importada, é o primeiro a rodar na indústria de alimentos refrigerados do Brasil, segundo a empresa.

Para se ter ideia do impacto, a cada veículo urbano de carga (VUC) – utilizado atualmente e movido a diesel – retirado das ruas, cinco toneladas de monóxido de carbono deixam de ser emitidas mensalmente, o que equivale ao plantio de 35 árvores para neutralizar suas ordens.

JBS  , segunda maior empresa de alimentos do mundo e líder no setor de proteína, assumiu em março o compromisso de se tornar  Net Zero até 2040  .

O novo caminhão da Seara começou a operar em Santa Catarina. Ele tem autonomia para rodar até 150 quilômetros, e o tempo de recarga da bateria dura em média quatro horas.

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