Federação aponta impactos econômicos e sociais da PEC, que pode afetar competitividade e gerar desemprego em massa.
Durante audiência pública na Câmara de Vereadores de Campo Grande, realizada em 3 de dezembro, a Fecomércio-MS manifestou posição contrária à redução da jornada de trabalho de seis para quatro dias semanais, proposta em tramitação na Câmara Federal por meio de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição). Segundo Fernando Camilo, gerente de relações sindicais da Fecomércio-MS, a medida implicaria em um aumento de 189% no custo da mão de obra, inviabilizando o setor produtivo.
“Embora entendamos a importância de promover o bem-estar dos trabalhadores, a redução da jornada sem redução salarial pressionaria os custos operacionais das empresas, já sobrecarregadas por encargos fiscais e trabalhistas”, afirmou Camilo. Com a jornada mensal reduzida de 220 para 76 horas, ele alerta para impactos na cadeia produtiva, como aumento do custo de produção, queda na competitividade internacional e desabastecimento no comércio.
A Fecomércio-MS reforçou seu compromisso com a geração de empregos e o fortalecimento do setor produtivo, pedindo aos parlamentares que reavaliem a PEC e busquem alternativas que equilibrem o desenvolvimento econômico e o bem-estar dos trabalhadores. “Qualquer mudança deve ser amplamente debatida, com análise detalhada de seus impactos econômicos e sociais”, destacou.
O debate, promovido pela Comissão Permanente de Políticas e Direitos das Mulheres, Cidadania e Direitos Humanos, presidida pela vereadora Luiza Ribeiro, contou com a participação da UFMS, OAB, Dieese, Superintendência Regional do Trabalho e outras entidades civis e trabalhistas.