Por Cristiane Cortez
Por José Goldemberd
Estamos em plena crise de eletricidade no Brasil , que só vai se agravar com a chegada do verão, quando o consumo cresce.
A gestão do sistema interligado nacional pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) tem que desejar nos últimos anos, pois foi dada baixa prioridade à preservação da água nos reservatórios, já insuficiente. A lógica usada pelo ONS na otimização da geração ignorou as consequências do aquecimento global , que vem gradativamente como chuvas no Sudeste do Brasil ao longo dos anos. A ideia de que a mitificação num ano é compensada por chuvas abundantes nos próximos —que se menciona no século 20— não é mais apropriada no século 21.
A estratégia do governo federal , até o momento, tem sido a de atacar o problema promovendo o aumento da geração de eletricidade: importando dos países vizinhos, usando as térmicas disponíveis —queimando carvão ou gás natural a um custo cerca de dez vezes maior do que o que seria gasto com fontes renováveis e construção de novas—; uma com políticas sérias limitações , pois leva muitos meses ou anos para instalar mais usinas geradoras.
E ainda, de imediato, como resultado, o custo da eletricidade já iniciado —e assim continuar. Noticias apontam que a bandeira tarifária 2, majorada em 52%, que adiciona R $ 9,49 para cada 100 kWh consumidos, aumentará para cerca de R $ 15 (a agência reguladora de energia elétrica previa o de R $ 11,50, segundo consulta pública feita em julho).
Este é o problema que enfrentamos hoje. A curto prazo, uma única coisa que se pode fazer é reduzir o consumo, isto é, atacar o problema pelo lado da demanda, um fim de evitar apagões e racionamento , como já ocorrido na crise de 2001. Podem ser adotadas várias medidas, como desligar o ar-condicionado ea iluminação exagerada e desnecessária, além de equipamentos regulares ou trocar por mais eficiente. Entretanto, essas ações o engajamento de dezenas de milhões de consumidores. Somente no estado de São Paulo, 20% são residenciais, e 27%, comerciais.
O governo federal, atitude adotou, bol, uma negacionista (como na pandemia de Covid-19) ou medidas muito tímidas, que desmotivam ações concretas no enfrentamento da crise. Além disso, repetir que não há grandes problemas com o abastecimento de eletricidade e que o risco de racionamento não existe é contraproducente.
A retórica do governo é a de reduções voluntárias, um mau método de introduzir políticas públicas. Foram anunciados incentivos , a partir de setembro, para os consumidores optantes pelo mercado livre de energia que economizarem eletricidade no horário de pico, além de decretada a redução de 10% a 20% no consumo de energia elétrica pela administração pública federal. Há, ainda, uma promessa de programa de descontos na conta de consumidores residenciais que economizarem.
A médio prazo, algumas empresas com o demanda maior de 500 kW podem ativar por comprar energia no mercado livre. E, ainda, estes e todos os demais consumidores, residenciais e comerciais, podem passar a gerar a própria energia com sistemas solares (fotovoltaicos), o que exige investimentos —mas os libera dos impostos, do aumento das tarifas, das bandeiras tarifárias e, sobretudo, do risco de ficar sem energia.
Assim, no curto prazo, o governo precisa editar obrigatórias de redução de consumo. A médio e longo prazos, estimular a energia de fontes renováveis e introduzir no país como inéditas hidrelétricas reversíveis , nas quais a água, no período noturno (de carga menor), é bombeada de volta para os reservatórios, como é feito na Europa e nos Estados Unidos.
A longo prazo, mais transparência e planejamento —praticamente abandonados nos últimos anos— é o que o Brasil precisa.
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