Debate na CE ressaltou importância da valorização dos educadores

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Em audiência pública interativa da Comissão de Educação e Cultura (CE), professores e outros especialistas defenderam a importância de o país valorizar professores e demais profissionais da educação. A reunião ocorreu na quarta-feira (4), a pedido da presidente da CE, a senadora Teresa Leitão (PT-PE), e dos senadores Carlos Portinho (PL-RJ), Professora Dorinha Seabra (União-TO) e Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB).

Professora de carreira, Teresa disse que o país precisa que mais jovens entrem no magistério e protestou por muitos estados e municípios ainda não cumprirem o piso salarial da categoria. Ela citou como desafios a desigualdade digital entre escolas públicas e privadas e a maior participação dos professores nos processos decisórios na área da educação. A senadora também cobrou mais investimentos e recursos públicos para a área.

— Valorizar nossos educadores e educadoras é um imperativo legal e compromisso político — defendeu a senadora.

A valorização desses profissionais também foi defendida pela presidente da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (Anfope), Suzane da Rocha Vieira Gonçalves. Ela afirmou que essa valorização envolve a formação inicial e continuada; a carreira; a remuneração; as condições de trabalho e a saúde desses trabalhadores. Suzane Gonçalves lamentou que o país ainda não tenha um sistema nacional de educação que regule o ensino em todo o país.

— É preciso investir na formação dos funcionários e trabalhadores em educação (…) sujeitos indispensáveis para a construção de um projeto de nação — afirmou Suzane.

Essa opinião foi compartilhada pelos convidados da audiência, mas com esclercimentos de que não se trata apenas da questão financeira. Professora e presidente em exercício do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Raquel Dias Araújo acrescentou que os professores precisam de reconhecimento social, dignidade profissional, autonomia, realização profissional e liberdade de cátedra.

— Um dos itens da valorização é a liberdade de associação sindical, ou seja, o direito à sindicalização, pois, como nos ensinou Paulo Freire, ser professor e não lutar é uma contradição pedagógica — disse Raquel Araújo.

Além do reconhecimento dos profissionais, foi levantada a questão da qualidade do ensino. A diretora do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia (Apub Sindicato), professora Fernanda Figuerêdo Almeida, defendeu uma educação pública “laica, pública, gratuita, de qualidade e para todas e todos”. Ele disse que o atual governo federal tem compromisso com a defesa da educação pública gratuita e cobrou que o Congresso também se comprometa.

— A defesa da educação como política de estado, democrática e participativa — demandou Fernanda Figuerêdo.

Também participaram da audiência pública a professora e deputada federal Carol Dartora (PT-PR); o presidente da Associação Nacional de Política e Administração da Educação (Anpae), Luiz Fernandes Dourado; o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo; e o diretor da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) Bruno Coimbra, representante do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular.

A reunião contou ainda com a presença do coordenador-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Gilson Luiz Reis; da professora Maria Dilnéia Espíndola Fernandes, representante da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped); e do presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação do Estado de São Paulo (Undime São Paulo), Luiz Miguel Martins Garcia.

Crédito da imagem _ Joao Viana _ Semcom

Fonte: Agência Senado

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