Integrantes da CBMC debatem cursos de qualificação para mão de obra do setor

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A Câmara Brasileira de Materiais de Construção (CBMC), que reúne lideranças empresariais e sindicais do setor, promoveu sua reunião ordinária, no dia 30 de junho, sob o comando do presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, novo coordenador do colegiado.

Esse foi o primeiro encontro do ano, que ocorreu na sede da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em Brasília, e contou com a participação de novos membros que passaram a integrar o grupo. O coordenador-geral das Câmaras Brasileiras do Comércio e Serviços, Luiz Carlos Bohn, fez um resumo do papel consultivo das Câmaras e desejou boas-vindas a todos.

Uma das principais demandas do setor, mapeada pelos membros da Câmara, é a necessidade de qualificação profissional de mão de obra com foco em vendas, atendimento e logística. A assessora técnica da Diretoria de Educação Profissional do Senac-DN, Kelly Teixeira, foi convidada para falar como a instituição pode apoiar essas solicitações.

“As Câmaras Brasileiras constituem um espaço legítimo de apresentação das demandas, as quais servem de base para o desenvolvimento de programas de qualificação pelo Senac. Nosso compromisso é atender às demandas de formação profissional das empresas que compõem o Sistema Comércio, e para isso temos metodologias preparadas para atuar tanto nas competências técnicas como nas comportamentais”, explicou a técnica.

Kelly informou que o Senac desenvolveu uma websérie, intitulada Qualidade do Atendimento ao Cliente, composta por três vídeos educacionais que compartilham boas práticas de atendimento para os profissionais do setor de material de construção. “Essa foi uma demanda deste colegiado na época da pandemia”, informou.

O Senac também já atua fazendo a ponte entre formação e empregabilidade em boa parte dos Estados. Segundo Kelly, está sendo estudada a concepção de um projeto nacional que pretende fomentar o banco de oportunidades ou banco de talentos, em todo o País. “Há possibilidade de realizar parcerias com o Senai, visando à oferta de cursos de natureza mais técnica, relacionados às competências específicas que perpassam o setor industrial”, completou.

A assessora técnica enfatizou que os Departamentos Regionais do Senac têm autonomia para fazer a gestão e a composição de seu portfólio. Assim sendo, é válido compartilhar as experiências de sucesso com outros estados.

Presente na reunião, o presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (Acomac) de Mato Grosso, Fabio Sbeghen, falou da experiência aplicada no Estado. “Para entender e mapear as principais demandas e carências do segmento de material de construção, fizemos uma pesquisa com os empresários do setor, elencamos os pontos de deficiência em termos de qualificação profissional e, com base nas informações, criamos, em parceria com o Senac, a Academia da Construção, a fim de preparar força de trabalho para o segmento por meio da realização de uma série de cursos em municípios de todo o Estado.”

No total, a Acomac-MT disponibilizou seis cursos, sendo três na modalidade on-line (Compras e Estoque, Gerência de Loja e Gestão de Perdas na Logística) e três presenciais (Aprenda a Vender Material de Construção, Inteligência Emocional e Operador de Empilhadeira).

O novo coordenador da Câmara, José Wenceslau de Souza Júnior, reforçou a importância de trazer o tema para discussão. “Existe uma necessidade de qualificação – que também evidencia a dificuldade de contratação de pessoal preparado – em relação ao nosso setor. No mundo competitivo empresarial, não se pode olhar somente por um viés. Não se pode montar uma empresa com equipamentos tecnológicos de alta capacidade e esquecer-se de qualificar a mão de obra trabalhadora, sendo que esta é que vai fazer o diferencial competitivo”, destacou Wenceslau.

Acompanhamento jurídico

Outro tema debatido pelos membros da CBMC foi o aumento de Microempreendedor Individual (MEI) para atendimento do setor. Os participantes observaram o aumento do número de profissionais nessa modalidade que passaram a adquirir materiais de construção para o consumidor final.

O advogado da Diretoria Jurídica e Sindical (DJS) da CNC Cácito Esteves explicou que a regulamentação do MEI envolve um forte componente social, não sendo, portanto, exclusivamente econômico. “Trata-se de uma norma com amparo constitucional que visa não apenas aumentar a empregabilidade e a formalização no mercado de trabalho, mas também proteger pessoas em situações de vulnerabilidade. Dessa forma, torna-se muito difícil restringir a atuação dos MEIs – uma dificuldade que não é exclusiva do segmento de material de construção”, ponderou.

Esteves ressaltou que é importante que o segmento identifique aspectos de distorção na atuação dos MEIs que possam ser restringidos, pontualmente, perante órgãos públicos, “a fim de buscar contornar a situação sem violar disposições constitucionais”.

Construcard

A economista da Diretoria de Economia e Inovação (DEIN) da CNC Catarina Carneiro da Silva fez um resumo do Construcard, linha de crédito, apresentando uma sugestão de plano de ação para focar a experiência do usuário.

Geraldo Defalco, presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), compartilhou com os membros da CBMC a reunião de que participou com a vice-presidente da Caixa Econômica Federal, em São Paulo. Defalco informou a intenção do banco de retomar a linha do cartão Construcard em condições diferenciadas.

“Eles estão vendo a possibilidade de zerar os passivos e deixar o benefício exclusivo para materiais, o que antes não ocorria, já que atendia a várias modalidades, como carro, brinquedo, entre outras”, afirmou.

Na reunião, o segmento se comprometeu a promover um controle mais rigoroso em relação às modalidades de uso do cartão. “Essa retomada é essencial para seguir em busca do desenvolvimento sustentável do setor de varejo de material de construção, ao facilitar a compra de materiais por meio do referido cartão”, enfatizou o coordenador Wenceslau.

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