Representante do Senac apresentou iniciativas e desafios para integrar IA à educação, alinhados ao debate sobre o futuro do ensino e do trabalho
O Sistema CNC-Sesc-Senac participou, nesta terça-feira (28), da audiência pública conjunta da Comissão de Educação e da Comissão Especial sobre Inteligência Artificial (PL 2.338/2023), que discutiu o uso de tecnologias de inteligência artificial (IA) na educação básica brasileira. O objetivo foi debater impactos da IA na formação das futuras gerações e oferecer subsídios para o novo Plano Nacional de Educação (PNE).
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) esteve representada por Arthur William Cardoso Santos, supervisor de Tecnologias Educacionais do Departamento Nacional do Senac (Senac-DN). Em sua fala, Santos destacou a importância de preparar estudantes para uma relação crítica e autônoma com as tecnologias.
“Queremos estudantes que tenham autonomia digital e visão crítica. A inteligência artificial apresenta desafios e oportunidades, e proporcionar essa visão é fundamental para a formação profissional”, ressaltou.
Santos apresentou dados da estrutura do Senac: 689 escolas em todos os Estados e no Distrito Federal; 15 mil docentes; 1.121 cursos e 1,5 milhão de alunos; sendo quase 800 mil matrículas gratuitas. Ele salientou a diversidade de realidades atendidas, desde escolas em grandes centros até balsas-escola na Amazônia, além dos desafios para implementar IA em escala nacional.
“Não podemos cair na tentação do solucionismo tecnológico. A aquisição de uma tecnologia não resolve todos os problemas. Trabalhamos com pilotos, medimos indicadores e só então ampliamos para o restante do País”, explicou.

Entre as ações apresentadas pelo Senac, destacam-se:
- Parcerias estratégicas com empresas como Microsoft, Google, Canva e startups brasileiras para inserção de IA;
- Projetos de formação docente em IA e assistentes virtuais para revisão de planos de curso;
- Gestão da Permanência, que utiliza IA para prever evasão escolar;
- Plataforma Hermes, que auxilia docentes na criação de planos de aula e alunos na simulação de ocupações do comércio;
- Premiação de docentes com melhores práticas de IA; e
- Patrocínio de eventos sobre tecnologia educacional.
O representante do Senac também trouxe preocupações com proteção de dados e uso da IA na educação, especialmente de alunos menores de idade, e destacou que o Senac já atende a Geração Z e começa a receber estudantes da Geração Alfa, o que exige novas estratégias pedagógicas.
“A IA faz parte da quarta revolução tecnológica e está ligada à ampliação da capacidade profissional. Nosso modelo pedagógico prioriza a prática, e a simulação assistida por IA permite isso em um ambiente seguro”, enfatizou.
Santos informou ainda que o Sesc, integrante do Sistema, está implementando uma plataforma de ensino adaptativo com IA para seus alunos, reforçando o compromisso do Sistema CNC-Sesc-Senac com a inovação educacional.
Fotos: Renato Araújo/Câmara dos Deputados