Aproximação entre empresas e juventude é chave para enfrentar escassez de talentos e fortalecer a cultura organizacional
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), por meio de sua especialista em sustentabilidade, Thainy Bressan, marcou presença na Conferência Internacional da Aliança para a Formação Dual da América Latina e Caribe 2025. O evento, sediado pelo Departamento Nacional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-DN), no Rio de Janeiro, reuniu líderes e especialistas para debater o futuro da educação profissional e a inserção de jovens no mercado de trabalho, com foco na Formação Dual.
A conferência, que ocorreu de 22 a 24 de outubro, teve como tema principal Formação Dual que Transforma: Conectando Talentos, Empresas e Futuro. O Senac-DN, assumindo a Presidência pro tempore da Aliança, reforçou seu compromisso com a melhoria da qualidade da educação profissional e a facilitação do acesso dos jovens ao mercado de trabalho, contando com o apoio de instituições como o Instituto Federal Alemão de Educação e Formação Profissional (BIBB) e do Centro Interamericano para o Desenvolvimento do Conhecimento na Formação Profissional (Cintefor-OIT).
CNC lidera debate sobre ESG e inclusão de jovens
Um dos pontos altos da conferência foi a mesa-redonda Formação Dual com Propósito: Inclusão de Jovens como Pilar do ESG Empresarial, que teve participação da especialista em sustentabilidade da CNC. Realizado no dia 23 de outubro, o debate explorou a profunda convergência entre os programas de aprendizagem profissional e o pilar social (S) da agenda ESG (Environmental, Social and Governance – em português: Ambiental, Social e Governança).
Com a CNC, a mesa reuniu representantes de grandes empresas, como Arcos Dourados, Marriott e Rede D’Or, demonstrando a transversalidade do tema e a importância do engajamento do setor produtivo. Em sua fala, Thainy Bressan enfatizou a visão da Confederação sobre a sustentabilidade corporativa, desmistificando a percepção de que ela se restringe apenas ao aspecto ambiental. “Falar de sustentabilidade e ESG ainda é um desafio para muitos empresários”, explicou Thainy. “Embora o impacto ambiental seja relevante, quando olhamos todas as dimensões da sustentabilidade, o social possui uma relevância muito maior no nosso setor de comércio, serviços e turismo”, explicou.

A especialista ressaltou que a sustentabilidade corporativa pode ser tratada de maneira mais compreensível para o empresariado por meio de abordagens fundamentais: a Formação Dual deve ser trabalhada nas empresas para antecipar e mitigar riscos, incluindo aqueles relacionados à escassez de mão de obra qualificada. A aproximação com o Senac é uma ferramenta de consulta às partes interessadas, pois ela ajuda a aproximar a oferta de talentos e a demanda do mercado, criando pontes que beneficiam tanto os jovens quanto as empresas. E fazer esse tipo de programa nas empresas é um posicionamento estratégico que amplifica o impacto positivo que a geração de empregos e o desenvolvimento de talentos podem ter nas comunidades e nas famílias.
Essa questão reforça que a Formação Dual é um instrumento poderoso para fortalecer o ‘S’ do ESG, não apenas por cumprir uma exigência legal, mas por criar um círculo virtuoso de desenvolvimento de talentos e valorização da marca.
O diálogo com as novas gerações: Z e Alfa
Outro ponto crucial apresentado por Thainy Bressan foi a compreensão das novas gerações, Geração Z e Geração Alfa, e como as empresas podem atrair, engajar e reter esses jovens talentos.
A especialista destacou que a Geração Z, conhecida como “geração do propósito”, busca uma cultura empresarial alinhada aos seus valores antes mesmo de considerar o cargo. “É fácil para eles desapegarem de um trabalho quando este não se alinha com sua visão de futuro, pois percebem isso como hipocrisia ou ‘social washing'”, afirmou. Segundo Bressan, para a CNC, as empresas devem enxergar essa realidade como oportunidade para fortalecer sua cultura institucional e gerar valor genuíno.
Sobre a Geração Alfa, Thainy mencionou que são nativos digitais que ainda vão entrar no mercado de trabalho, com mentalidade inovadora e criativa, impulsionados pelo fato de que processos rotineiros já estão sendo automatizados pela inteligência artificial. “Eles tendem a querer trabalhar por projeto, o que demanda flexibilidade e visão diferente das organizações”, complementou.
Atuação da CNC
A participação da entidade na conferência afirma a missão da Confederação de atuar em defesa dos interesses do comércio de bens, serviços e turismo, promovendo um ambiente favorável ao seu crescimento em harmonia com o desenvolvimento sustentável. A visão de ser protagonista na representação empresarial e no desenvolvimento do ambiente de negócios do País é materializada por iniciativas como essa.
“A presença da CNC neste tipo de fórum é fundamental para que possamos orientar, coordenar e defender os interesses do Sistema Comércio, garantindo que as empresas estejam preparadas para os desafios e as oportunidades de um mercado cada vez mais consciente e sustentável”, concluiu Thainy.
Fotos: Senac-DN