Conecta 2023: Tendências e impactos tecnológicos no comércio e no turismo

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O editor executivo de Conteúdos Digitais da MIT Technology Review Brasil, Rafael Coimbra, conduziu os participantes do Conecta a uma viagem ao futuro do comércio e do turismo

Quais as principais tendências globais e como as tecnologias emergentes vão impactar o comércio e o turismo brasileiros? O tema foi apresentado na segunda palestra do Conecta, no dia 10 de julho, realizada pelo editor executivo de Conteúdos Digitais da MIT Technology Review Brasil, Rafael Coimbra. O evento promovido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é dedicado à capacitação e compartilhamento de boas práticas do Sistema Comércio, formado por 34 Federações Estaduais e Nacionais, além de mais de mil sindicatos, Sesc e Senac.

Coimbra conduziu os participantes do Conecta a uma viagem ao futuro do comércio e do turismo, com base em grandes tendências globais e nas tecnologias emergentes, ajudando empresários e entidades sindicais a perceberem o que muda na oferta de produtos e serviços, desenhando cenários de curto, médio e longo prazos.

Para o editor executivo da MIT Technology Review, o trabalho híbrido, que combina o trabalho remoto com o trabalho presencial, tem o potencial de transformar a dinâmica das cidades. Pontos como a redução do congestionamento e do tráfego, já que os deslocamentos para as empresas vão diminuir com o aumento do trabalho remoto, podem influenciar na revitalização das áreas suburbanas ou rurais, pois as pessoas poderão morar mais longe dos centros comerciais.

Coimbra mostrou ainda como o uso da Inteligência Artificial (IA) generativa, que compreende tecnologias com capacidade de aprender padrões complexos de comportamento, utilizando uma base de dados, como o ChatGPT, por exemplo, que foram criadas pela humanidade, pode impactar e moldar novos comportamentos humanos. “Ao coletar informações personalizadas, vamos ampliando conhecimentos e tornando a máquina mais competente, além da captura de emoções em humanos que ela é capaz de fazer, entendendo se os consumidores de um restaurante ou parque de diversões estão satisfeitos ou não, por exemplo”, afirmou Coimbra.

Para o comércio, o atendimento ao cliente, que já vem sendo realizado por Chatbots, pode ser aprimorado com a IA, que, além de fornecer suporte ao cliente 24 horas por dia, pode também oferecer informações sobre produtos, recomendações personalizadas com base nas preferências do cliente e resolver problemas, melhorando a experiência do consumidor e impulsionando as vendas.

A IA traz a capacidade de analisar grandes volumes de dados sobre os clientes, como histórico de compras, preferências e comportamentos, o que ajuda o varejo a fornecer recomendações personalizadas e mais relevantes para os clientes, aumentando as chances de conversão em vendas. Além da possibilidade de automação de várias fases das vendas. “Ao delegar para a máquina a busca do que estou querendo, ela vai entender o comportamento do consumidor”, explicou Coimbra. Segundo ele, podemos chegar ao ponto em que a máquina delega a uma fábrica, sob demanda, a “impressão” do produto, alcançando a hiperpersonalização deste. “O fato é que o consumidor terá cada vez mais oportunidades de criar e produzir bens em conjunto com as tecnologias”, defendeu Coimbra.

A realidade aumentada é outra tecnologia que pode trazer recursos sensoriais relacionados aos sentidos – visão, tato, audição e olfato –, derrubando barreiras que hoje ainda limitam as compras on-line. O consumidor pode fazer uma viagem virtual para um local e sentir cheiros, ter sensações ou mesmo conhecer lugares gerados em tempo real pela IA, em função da demanda do turista. “Será que a pessoa vai querer mesmo pegar um avião e se deslocar ou vai se satisfazer com aquela viagem?”, provocou Coimbra.

A palestra do editor da MIT Technology Review despertou o pensamento inovador e mostrou às entidades sindicais que o ritmo das transformações demanda atualizações e melhorias constantes. Questionado sobre o papel do Sistema Comércio de preparar empresários e trabalhadores para esse futuro possível, Coimbra lembrou a importância de requalificar constantemente as pessoas para garantir a inclusão no mercado de trabalho. “O Sistema Comércio pode desenvolver treinamentos de curto prazo para que os profissionais se adaptem de forma rápida ao mercado, não dá para esperar o poder público e academia, que tem um ritmo muito diferente”, concluiu.

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