Congresso reuniu especialistas para debater temas como qualificação profissional e futuro sindical em Foz do Iguaçu
O III Congresso Nacional e I Internacional da Magistratura do Trabalho, realizado de 28 a 30 de novembro em Foz do Iguaçu (PR), discutiu desafios e oportunidades no universo das relações do trabalho. O evento reuniu especialistas para abordar temas como regulação, tecnologia, impactos socioeconômicos no setor e novas formas de organização produtiva. O congresso foi promovido pela Academia Brasileira de Formação e Pesquisa (ABFP) e pela Associação Brasileira de Magistrados do Trabalho (ABMT), com apoio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A cerimônia de abertura destacou o papel da tecnologia e da pacificação por meio do diálogo, como enfatizado pelo presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Aloysio Corrêa da Veiga. “No passado, as mudanças ocorriam em um ritmo que nos permitia uma reflexão mais aprofundada. Hoje, a velocidade das transformações exige que estejamos constantemente atualizados e conectados aos processos que nos são apresentados, para que possamos encontrar soluções baseadas na confraternização, fraternidade e, acima de tudo, na pacificação”. Já o ministro Douglas Alencar Rodrigues (TST), destacou o caráter inovador do congresso e a importância da integração entre diferentes segmentos do Poder Judiciário e da comunidade acadêmica.
O painel Desafios para a Formação e Qualificação da Mão de Obra no Brasil foi encerrado por Anna Waehneldt, diretora de Educação do Senac-DN, que falou sobre os avanços na educação profissional no Brasil, citando a criação de institutos federais, a reforma do ensino médio e decretos recentes que fortalecem o ensino técnico. Ela pontuou que, com 2 milhões de atendimentos anuais, o Senac busca inovar na gestão e ampliar a oferta de ensino técnico integrado ao médio, enfrentando desafios como baixa adesão e a revolução tecnológica.
Durante o painel Transição Tecnológica, Novas Formas de Organização Produtiva e o Futuro da Organização Sindical, Roberto Lopes, advogado da Diretoria Jurídica e Sindical (DJS) da CNC e Conselheiro do Conselho Curador do FGTS (CCFGTS), acredita que o futuro do sindicalismo será a autorregulamentação. “A autorregulamentação é sustentável. Não podemos depender mais do poder público seja com financiamento ou regulamentação. Além disso, estamos desenvolvendo no Sicomércio, um projeto para dirimir problemas, antecipadamente. Queremos criar uma comissão para evitar processos no Judiciário. Tudo isso criará um ambiente mais seguro, harmônico e moderno”.
O evento consolidou-se como um espaço relevante de diálogo entre magistrados, acadêmicos e representantes da sociedade, reafirmando a importância da adaptação às mudanças no mundo do trabalho. “O congresso possibilitou debate efetivo de diversos temas trabalhistas com diferentes visões e perspectivas dos enfrentamentos de hoje e do futuro nas relações de trabalho”, complementou Luciana Diniz, advogada da DJS da CNC.