Edmar Bacha, Bernardo Cabral e Paulo César Martinez y Alonso assumem como acadêmicos da ALB, instituição dedicada à salvaguarda e difusão das Letras, Artes e Ciências arábico-brasileiras
Em 3 de julho, a sede da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) no Rio de Janeiro recebeu os mais ilustres intelectuais, formadores de opinião e confrades descendentes da diáspora libanesa no Brasil, em cerimônia realizada pela Academia Líbano-Brasileira de Letras, Artes e Ciências (ALB). A instituição, fundada em 2022 e cujo objetivo é o fortalecimento do intercâmbio das relações culturais, intelectuais e científicas entre os dois países, tem José Roberto Tadros como seu presidente, assim como a CNC.
Tomaram posse como Acadêmicos de Honra o ex-ministro e deputado constituinte Bernardo Cabral e o acadêmico e reitor da Universidade Santa Úrsula, Paulo César Martinez y Alonso. Já o economista e membro da equipe que instituiu o Plano Real Edmar Bacha tornou-se Acadêmico Titular.
Também anunciado como membro titular, o magistrado e jurista brasileiro, atualmente ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Luis Felipe Salomão não participou da cerimônia de titulação, em virtude de viagem profissional a Portugal, a ser empossado futuramente.
Na abertura do evento, o presidente Tadros saudou os novos membros e exaltou suas importantes colaborações à sociedade. Destacou Bernardo Cabral pela sua trajetória ímpar e grande contribuição à democracia brasileira, tendo-o nomeado como uma figura que “por onde transita exala história do Brasil contemporâneo”.
Enalteceu Bacha pela contribuição na elaboração do Plano Real, “que restaurou nossa dignidade econômica e transformou o Brasil em um país admirado e respeitado por todos”, e Paulo César Martinez y Alonso pela “dedicação ao desenvolvimento acadêmico do nosso país”. Tadros frisou que a adesão dos novos membros “engrandece a Academia”.
Bernardo Cabral, em seu emocionante discurso de agradecimento, ressaltou a experiência adquirida ao longo de sua profícua trajetória de 92 anos, sendo mais de 50 dedicados à vida pública, sentenciando que “a mocidade passa muito depressa, mas deixá-la passar depressa demais faz com que a velhice chegue antes do tempo”.
Paulo Alonso agradeceu ao poeta Carlos Nejar e ao cônsul-geral do Líbano no Rio de Janeiro, Alejandro Bitar, fundadores da ALB, pela oportunidade de compor este grupo. “Me sinto extremamente feliz e honrado de participar dessa solenidade com essas personalidades que fazem o País avançar, sempre visando ao patriotismo e honrando o lema da nossa bandeira”, afirmou.
Edmar Bacha relembrou orgulhosamente suas origens libanesas, comentando a chegada de seus avós à cidade de Lambari, no sul de Minas, vinda de Douma e fugindo da invasão turca, citando as três qualidades que definem os Bacha e o povo do Líbano: “acolhimento, afeto, doçura, qualidades que tento aplicar nas minhas atividades e relações”.
Já o cônsul Bitar agradeceu a presença de todos e, em um discurso que reiterou a importância da iluminação do pensamento, assegurou a importância da Academia Líbano-Brasileira para difusão das criações dos dois países, reforçou a necessidade do retorno da “luz da razão ao Oriente”, bem como a importância de “um novo mundo, onde o bem seja o princípio fundamental de todos os valores”.
