Renata Quemel, representante da CNC, acompanha as discussões na Blue Zone e traz perspectivas para o Sistema Comércio
A 30ª Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP30) começou em Belém com um tom claro: esta é a COP da implementação, da adaptação e da verdade climática, como destacou o presidente da conferência, André Corrêa do Lago. Tendo a Amazônia como palco, líderes globais reforçaram a urgência de transformar compromissos em ações concretas.
O que está em jogo?
Na primeira semana, as negociações revelaram os principais pontos de tensão e oportunidade para os próximos anos:
Financiamento climático: Países em desenvolvimento pressionam pelo cumprimento do artigo 9.1 do Acordo de Paris, que obriga nações desenvolvidas a prover recursos financeiros. A meta é mobilizar US$ 1,3 trilhão para apoiar mitigação e adaptação, com destaque para triplicar o financiamento para adaptação até 2030.
Ambição das NDCs: Há consenso sobre a urgência de fechar a lacuna para limitar o aquecimento a 1,5°C, mas divergências persistem sobre como isso deve ser operacionalizado sem reabrir o equilíbrio político do Acordo de Paris.
Medidas comerciais unilaterais (UTMs): Países alertam para impactos econômicos de barreiras como ajustes de carbono na fronteira, que podem afetar cadeias produtivas e comércio internacional. O tema é sensível para o setor empresarial.
Mitigação e adaptação: Avançam discussões sobre programas de trabalho, indicadores e mecanismos para conectar oportunidades de mitigação com financiamento e tecnologia, incluindo biocombustíveis e estratégias de economia verde.
Tecnologia e agricultura: Persistem desafios para alinhar necessidades tecnológicas com apoio financeiro e para acelerar investimentos em sistemas agroalimentares resilientes, com destaque para segurança alimentar e uso ecoeficiente da água, diante da escassez em alguns países.
Transição justa: Negociações sobre um possível mecanismo de ação de Belém para apoiar países em desenvolvimento com assistência técnica e cooperação internacional.
Impactos no comércio
As decisões tomadas em Belém terão reflexos diretos sobre cadeias produtivas, investimentos e competitividade empresarial. Medidas como UTMs e exigências de descarbonização podem redefinir padrões de acesso a mercados, enquanto oportunidades de financiamento e tecnologia podem impulsionar negócios sustentáveis.
Além disso, economia verde e transição energética aparecem como caminhos estratégicos para adaptação nos diversos segmentos do comércio.
Presença estratégica do Sistema Comércio
A analista em Sustentabilidade do Senac-PA, Renata Quemel, acompanha as negociações na Blue Zone como observadora representando a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Para Quemel, a participação é essencial para antecipar tendências e preparar o setor para novos desafios:

“Estar na COP30 significa entender de perto como as decisões globais vão impactar o comércio brasileiro. É uma oportunidade para posicionar nossas empresas diante das exigências de descarbonização e aproveitar mecanismos de financiamento e tecnologia que podem fortalecer práticas sustentáveis no setor”, destacou Renata Quemel.
Por que acompanhar?
O desfecho da COP30 será decisivo para determinar regras, metas e recursos que influenciarão políticas públicas e estratégias empresariais. Para o Sistema CNC-Sesc-Senac, acompanhar essas discussões é fundamental para garantir competitividade e promover um desenvolvimento alinhado à agenda climática.