Destaque da edição:
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A CNC e o novo governo – O eventual impedimento da presidente Dilma Rousseff e a investidura do vice-presidente Michel Temer na Presidência da República não podem ser apenas uma simples troca de comando. Mais que isso, é necessário transmitir à sociedade atitudes e comportamentos que justifiquem apoio suprapartidário das entidades de classe, das empresas, dos trabalhadores e da sociedade brasileira: Combater o déficit fiscal pela via do aumento de impostos, obviamente, não é o caminho a ser percorrido. O novo governo encontrará o País envolvido por uma grave crise política e econômica e, por essa razão, terá de merecer o apoio do povo brasileiro e, em particular, da classe empresarial. É nesse contexto que a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turis¬mo (CNC), que congrega 34 Federações e 1.010 Sindicatos, que abrigam cinco milhões de empresas, abre um crédito de confiança ao presidente da República. No segundo mandato da presidente Dilma, a política econômica caracterizou-se por três equívocos evidentes: a expansão exagerada do crédito, o subsídio ao consumo e o controle de preços, principalmente de combustíveis e energia elétrica. No primeiro e segundo casos, alimentou-se a inflação, mediante expansão de demanda; no terceiro, tentou-se corrigir a inflação, com pesado sacrifício para as duas maiores empresas do Brasil. Essas medidas provocaram a queda das atividades econômicas, importando em recessão e na ocorrência posterior de uma ine-vitável inflação corretiva. (Jornal do Comércio, 7/1/16)
Outras matérias:
Menor inflação mensal desde 2014 salva varejo de nova queda em fevereiro – Volume de vendas do varejo restrito reage em janeiro (+1,2%) após o setor registrar a menor inflação mensal desde dezembro de 2014 (-0,4%). Apesar do aumento pontual das vendas, o cenário para o setor ainda se mantém adverso e leva CNC a revisar projeção para – 4,5% em 2016. Em fevereiro, o volume de vendas do comércio varejista brasileiro avançou 1,2% no conceito restrito, ante o primeiro mês de 2016 na série com ajuste sazonal, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (IBGE). Esse resultado, no entanto, foi insuficiente para repor as perdas do setor verificadas nos últimos meses de dezembro (-2,3%) e janeiro (-1,9%). Além da baixa base comparativa, contribuiu decisivamente para a alta das vendas no mês, o comportamento dos preços na passagem mensal. De acordo com a própria PMC, a inflação média em janeiro (+0,1%) nos oito segmentos que compõem o varejo restrito foi a menor nesse tipo de comparação desde dezembro de 2014 (-0,4%). No varejo ampliado, que incorpora os resultados dos segmentos automotivo e de materiais de construção, a alta de fevereiro foi igualmente insuficiente para repor as perdas acumuladas nos dois meses imediatamente anteriores (-1,5% em janeiro e -0,8% em dezembro). Além da queda na demanda, a intensificação de liquidações tem se tornado prática recorrente no setor como uma medida de aliviar o acúmulo de estoques e atrair novamente o consumidor às lojas. Segundo dados coletados pela própria CNC desde 2011, em março de 2016, 32,7% dos varejistas consideravam seus níveis correntes de estoques “acima do adequado” – percentual recorde em pelo menos cinco anos de levantamentos.
Retração da atividade econômica expande ajuste das contas externas – O Banco Central divulgou na última semana o resultado do setor externo da economia, o qual mostra os efeitos produzidos pela intensificação da queda na atividade econômica nas contas externas. As transações correntes, no primeiro trimestre deste ano, registraram saldo negativo de US$ 7,6 bilhões, montante quase 70% inferior ao déficit do mesmo período do ano passado. Como já notado anteriormente, a recuperação do saldo da balança comercial tem contribuído para a queda progressiva do déficit nas transações de bens e serviços com o exterior. No mesmo sentido, os saldos negativos menores nas contas de serviços e rendas também influenciaram de maneira positiva a conta corrente. A balança comercial tem apresentado sucessivos saldos positivos em razão da queda mais acelerada nas importações de bens, explicada pela retração da atividade industrial e pela depreciação da taxa de câmbio. Enquanto as exportações tiveram redução de cerca de 5% entre janeiro e março, as importações caíram 33% no mesmo período. Assim, o saldo comercial em termos de valor FOB, que no primeiro trimestre de 2015 foi de -US$ 5,8 bilhões, acumula, no mesmo período deste ano, +US$ 7,7 bilhões. Ressaltam-se as quedas nos valores exportados das classes de produtos básicos (-7,8%) e semimanufaturados (-5,4%), influenciadas pela redução dos preços, já que as quantidades vendidas desses produtos aumentaram. No caso das vendas externas de manufaturados, observou-se estabilidade (+0,5%). Pelo lado das importações, foram registradas variações negativas expressivas em todas as categorias de uso, sendo que combustíveis e bens de consumo du¬ráveis apresentaram as maiores quedas (-59% e -55%, respectivamente).
Mercado estima PIB em 2016 pior do que em 2015 – No último relatório Focus divulgado pelo Banco Central (22/04), a mediana das expectativas para o IPCA reduziu para 6,98%, após chegar a 7,31% há quatro semanas passadas, e é a sétima redução consecutiva nesta estimativa. Continua acima do limite superior da meta de inflação, entretanto abaixo da taxa de 10,67% realizada em 2015. A projeção para 2017 também foi reduzida, atingindo 5,80%. No curto prazo, as projeções dos analistas são de 0,53% para abril e 0,50% para maio. As cinco instituições que mais acertam – TOP 5 – projetaram IPCA de 0,51% para abril e 0,55% para maio, ambos os valores próximos aos esperados pelo mercado. Após a segunda reunião do Copom deste ano, a meta da taxa de juros Selic permaneceu em 14,25%. O mercado espera que o mesmo ocorra na próxima reunião, a qual será nos dias 26 e 27 de abril, mantendo a taxa estável. Para o resto do ano, a mediana das estimativas da Selic para o fim de 2016 foi de 13,25%, esperando novos cortes na taxa durante este ano. Já para 2017, a previsão é que a meta da Selic seja reduzida para 12,0%, menor do que taxa esperada há quatro semanas (12,50%). A estimativa para o crescimento do PIB de 2016 alcançou -3,88%, após o resultado de 2015 mostrar uma retração de 3,8%, de acordo com dados do IBGE. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), série elaborada pelo Banco Central e considerada uma aproximação das contas nacionais, registrou queda de 0,29% em fevereiro, contra o mês anterior, dados com ajuste sazonal, e recuo de 4,63% na comparação do acumulado dos últimos 12 meses. Além da previsão para este ano ser menor do que o realizado no ano passado, também demonstra uma piora em relação ao crescimento de 0,1% realizado em 2014. Entretanto, para 2017 já se espera um resultado positivo, com avanço de 0,30% na economia.