Há quem brinque dizendo que a vida começa aos 50, aos 60… O fato é que ela é pra ser bem vivida sempre, independentemente da idade. E é justamente isso que Sesc e Senac vêm fazendo por meio de projetos que levam atividades e cursos para pessoas idosas.
Quem se imaginaria fazendo uma capacitação aos 91 anos de idade ou começando a dançar balé aos 60? Pois tem muita gente que está vivendo essa realidade. De Norte a Sul do Brasil, a transformação de milhões de vidas se dá com o Sesc e o Senac por meio da educação e de ações sociais, culturais, de lazer e saúde. E a gente vai contar pra vocês um pouquinho dessas histórias inspiradoras e de superação.
Alcides Cruzeiro da Costa, 91 anos, adora ver vídeos no TikTok. Moderno? Sim, e foi seu neto quem deu o empurrãozinho para que o avô abraçasse ainda mais as novas tecnologias. Ele incentivou Alcides a se inscrever no curso de Informática Básica no Senac em Jataí (Goiás). No começo, ficou tímido. Mas quando viu que a turma era composta por pessoas da sua faixa etária, Alcides se animou: “Acho que sou o mais novo da turma”, brinca.
Enquanto Alcides dá seus primeiros passos no mundo tech, Francisco de Assis dá um show quando o assunto é balé. Motorista aposentado, hoje ele calça as sapatilhas toda semana pra viver sua nova paixão, descoberta há seis anos graças ao Trabalho Social com Pessoas Idosas, projeto do Sesc que promove o envelhecimento ativo. Morador de Castanhal, no Pará, ele lembra que começou na dança de salão, mas se sentia muito pouco solto. Agora, já sabe do que realmente gosta: “Dançar balé é coisa boa, uma maravilha. Mudou a minha vida”.
Amores que transformam
Tem coisa melhor do que viver plenamente as paixões? Agora imagina poder compartilhar isso com o amor da sua vida!. O Francisco começou no balé graças à esposa, que faz aulas com ele. Pai de três filhos e com cinco netas, levou quatro delas a dançar junto com ele. Orgulho da família, ganhou um prêmio regional com seu grupo no Festival Internacional de Dança da Amazônia. Na ocasião, conheceu o primeiro bailarino do Theatro Municipal e a eterna Ana Botafogo – e foi muito elogiado.
É com um sorriso no rosto que ele conta esse episódio e fala de sua paixão: “Antes do Sesc, jamais imaginava na minha vida que faria isso. O balé, pra mim, representa saúde, bem-estar e alegria”. E se no Norte do país Francisco trabalha o movimento do seu corpo com uma atividade esportiva, no Centro-Oeste o Alcides mantém a mente ativa nas aulas de Informática. E sem deixar de lado seu amor, porque a namorada também estuda na mesma turma de Informática Básica. Pra quem quer saber de onde sai tanta vitalidade, Alcides é pai de 11 filhos e tem netos, bisnetos e até tataranetos. Ele, que já foi fazendeiro e açougueiro, hoje vive uma outra realidade em sala de aula, aprendendo a lidar com novidades que nasceram em gerações posteriores à sua. É fácil? Sabemos que não, mas Alcides ensina que é possível desenvolver novas habilidades: “Devagarzinho. É a primeira vez que a gente aqui mexe com computador. E isso tá muito bom!”
Se o tempo é rei, temos muito a aprender com os mais velhos. Francisco e Alcides dão exemplo de como nunca é tarde para aprender.
Os projetos do Sesc e do Senac
O Trabalho Social com Pessoas Idosas (TSPI) é um projeto pioneiro do Sesc e existe há 60 anos. Tem como objetivo proporcionar um envelhecimento ativo. São diversas ações em todo o Brasil, elaboradas em conjunto com as áreas de Educação, Saúde, Cultura e Lazer, que têm como foco o protagonismo e a inclusão da pessoa idosa na sociedade.
E o curso de informática para idosos é uma iniciativa do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac Goiás. O projeto promove o uso do computador para pesquisa, comunicação, entretenimento e até mesmo para quem pretender apenas acompanhar as tendências tecnológicas.