O Grupo de Trabalho, inicialmente criado para tratar dos problemas enfrentados na assistência 24 horas, integrado por representantes da Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privadas, das Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros (Fenacor) e da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), está ampliando sua atuação para buscar, em conjunto, soluções referentes a outras questões relevantes, como o aumento do preço médio do seguro de automóveis em diversas regiões do País e a terceirização, pelas seguradoras, dos serviços de vistoria prévia e regulação de sinistros.
Especificamente sobre o aumento dos preços do seguro, após solicitação dos representantes da Fenacor no Grupo de Trabalho, a FenSeg apresentou as razões que justificam tais reajustes.
A federação lembrou que a variação de preços atinge os mais diversos setores da economia brasileira, incluindo o mercado de seguros. “A precificação do Seguro Auto é pautada em bases técnicas atuariais, tendo como princípio o mutualismo. Além disso, ela sofre forte interferência das oscilações de valores dos bens segurados, dos custos de reparação e dos valores de mão de obra especializada, ou seja, de toda uma cadeia na qual o automóvel está inserido”, informou a FenSeg.
A federação acrescentou que, no Seguro Auto, como nos demais segmentos, a prática da livre concorrência oferece ao cliente a liberdade de decidir o melhor preço de acordo com a sua necessidade.
Mas, a despeito da precificação ser livre, as seguradoras devem observar as normas da Susep, além de respeitar o Código de Defesa do Consumidor e, principalmente, as legislações e regulamentações específicas do setor.
Nesse contexto, a FenSeg citou a Circular nº 639/21 da Susep, em vigor desde 9 de agosto do ano passado, que dispõe sobre as regras e os critérios para operação de seguros do grupo automóvel. Essa publicação flexibilizou a norma ao permitir a comercialização de novos produtos, além da manutenção e evolução dos existentes.
De acordo com a FenSeg, outros fatores que também têm impactado a variação do preço do seguro auto são os seguintes:
Redução de preços na pandemia – nesse período, a redução de risco levou à queda do preço do seguro. Já com a volta à dinâmica anterior, a tendência foi um retorno ao patamar de valores cobrados antes.
Abastecimento de peças – com a crise internacional, associada primeiramente à pandemia de covid-19 e, desde março de 2022, à guerra na Ucrânia, têm faltado insumos para os fabricantes produzirem as peças de reposição. Essa situação causou aumento do preço das peças, por conta da falta de muitas delas, variação que é repassada para o preço do seguro.
Aumento do roubo e do furto – veículos estão sendo roubados e furtados com frequência crescente, com o objetivo de desmanche para revenda de peças por canais irregulares.
Índice de recuperação de veículos – por se tornarem alvos dos desmanches para venda de peças, a recuperação de automóveis tem se revelado um desafio cada dia maior.
Outros fatores – assim como no roubo e furto, outras frequências (colisão, assistência, etc.) também retornaram a índices iguais ou superiores a 2019 (pré-pandemia).
Por fim, a FenSeg enfatizou que todos esses fatores podem influenciar, de alguma forma, “no aumento ou mesmo na redução dos preços do seguro auto praticados pelas seguradoras”.