Fecomércio-BA reúne imprensa para mostrar as projeções econômicas na Bahia e no Brasil

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Inflação, juros altos, comércio, turismo e endividamento figuraram entre os temas discutidos no dia 23 de fevereiro, na Casa do Comércio. O evento Perspectivas Econômicas 2022, idealizado pela Fecomércio-BA, reuniu imprensa e Diretoria da Federação para assistir à apresentação do economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) Antônio Everton e do consultor Econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.

O presidente em exercício da Fecomércio-BA, Kelsor Fernandes, foi responsável pela abertura das apresentações: “O empresário do comércio é um guerreiro, está no processo de luta diária na criação de emprego, pagando impostos e gerando renda, para tocar a economia da Bahia. Um setor que emprega quase 70% do PIB baiano não pode continuar estagnado, ele tem que girar, tem que crescer”, declarou.

No panorama econômico nacional, o economista da Divisão Econômica da CNC Antônio Everton discorreu sobre as expectativas da economia para este ano e o comércio varejista. “De maneira geral, pode-se esperar um desempenho fraco do comércio em 2022. A expectativa é de queda de 1%. Além do comércio, a economia como um todo vai conviver com inúmeros desafios este ano, como inflação alta, Selic chegando a 12% ao ano, mercado de trabalho desaquecido”, esclareceu.

Diante dessa perspectiva, Antonio Everton comentou a injeção do novo Auxílio Brasil na economia e a possível recuperação do comércio. “O novo Auxílio Brasil deve injetar R$ 11,6 bilhões na economia do Estado, um adicional de R$ 7,5 bilhões em relação ao tradicional Bolsa Família. Ajudará a recuperação do comércio”, afirmou o economista da CNC.

O consultor Econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, mostrou que o varejo baiano cresceu 7% em 2021, índice semelhante ao resultado apresentado em 2019 de R$ 114,7 bilhões. Em relação com o último bimestre, no entanto, o resultado não foi tão positivo, mesmo com a injeção do 13º salário. “O primeiro motivo foi a escalada da inflação, que, na RMSA, subiu 11,44% em 12 meses até janeiro deste ano. O destaque vai para os grupos de Habitação e Transportes que registraram aumento de 15,4% e 22,54%, respectivamente. Outro ponto que justifica o momento ruim do comércio é o número recorde de famílias endividadas, 72,2%, em setembro de 2021, na cidade de Salvador. E a inadimplência atingiu 32,6% das famílias, maior nível desde 2012”, destacou o especialista.

Além disso, com a alta da Selic, o crédito está mais caro, limitando a capacidade de consumo das famílias. Para Dietze, esse resultado deve se perpetuar em 2022 pelo fato “de as famílias já estarem endividadas, por não conseguirem arcar com juros mais altos”.

O turismo baiano obteve o melhor desempenho em 2021, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Somente em dezembro, a alta foi de 33,1% na comparação anual, ficando na parte de cima entre as variações mais elevadas.

“Dessa forma, fica visível o interesse do brasileiro pelas praias, e a Bahia tem um grande potencial a ser explorado para incrementar ainda mais o setor e contribuir para a geração de riqueza e emprego na cadeia econômica”, pontuou o economista.

O cenário do turismo para 2022 vai ser desafiador, pois este setor depende da renda do consumidor. “E ela está sendo afetada pela inflação, desemprego e juros elevados. E o empresário por outro lado tem sofrido com o aumento dos custos”, explicou Dietze.

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