Fecomércio-AM: as experiências e os mercados globais do turismo

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Muito além do lazer, o turismo é um negócio sério, onde a cultura encontra o comércio gerando renda, onde a infraestrutura se une ao investimento gerando empregos e onde os destinos contam suas histórias por meio das experiências dos viajantes, gerando vivências inesquecíveis.

Vejamos o turismo não apenas como uma indústria, mas como um vetor global de crescimento, uma força para o emprego, a inovação e a conexão em um mundo cada vez mais fragmentado, tendo como fato que o turismo mundial em 2024, contribuiu com aproximadamente U$11,1 trilhões (~10%) para o PIB Global do Turismo, segundo estimativas do WTTC (Conselho Mundial de Viagens e Turismo), consolidando-se como uma potência econômica global e gerando 1 em cada 10 dólares em todo o mundo, destacando o papel do segmento como pilar econômico e multiplicador de crescimento. Quando o turismo cresce, também crescem os setores que o sustentam como infraestrutura, aviação, cultura e tecnologia.

Em recentes pesquisas realizadas pela Oxford Economic em parceria com o WTTC, o setor é responsável por quase 348 milhões de empregos em todo o mundo, ou seja, um em cada dez postos de trabalho no planeta, não se tratando apenas de funções tradicionais na hotelaria ou em agências de viagens, mas agora incluindo serviços para nômades digitais, curadores de experiências, plataformas de viagem baseadas em IA e empreendedorismo local, o que torna o turismo um segmento gerador massivo de empregos e acelerador de habilidades na nova economia global.

Entendemos que o segmento do turismo é composto por mais de cinquenta outros segmentos e mais duzentos outros subsegmentos, causando um verdadeiro efeito cascata, que não cresce de forma isolada, mas impulsiona as indústrias interconectadas do mundo como transporte (representa 60% do tráfego aéreo global de passageiros), hotelaria (mais de US700 bilhões das receitas hoteleiras globais em 2024, com níveis de ocupação retornando aos números anteriores à pandemia), gastronomia (gera mais de US$150 bilhões em todo mundo), entretenimento (impulsionando o intercâmbio cultural e a economia criativa através de festivais locais e eventos globais), ou seja, quando um turista aterrissa em um destino, toda a economia gira e decola.

Vários players são protagonistas principais no ecossistema global do turismo como marcas hoteleiras internacionais (Marriott, Hilton, Accor|), companhias aéreas (Emirates, Lufthansa, Turkish, Singapore Airlines), Operadoras de Turismo e Agências de Viagens (TUI, Thomas Cook) e nativos digitais (plataformas on line como Klook e GetYourGuide), exemplificando alguns.

O turismo não trata apenas de destinos, trata de diplomacia, desenvolvimento e diálogo.
Em um mundo dividido por ideologias e geopolítica, o turismo continua sendo uma das poucas forças que une a humanidade — promovendo compreensão, sustentabilidade e prosperidade compartilhada.

Partindo dessa afirmativa e de acordo com o relatório Mintel Global Consumer Predictions 2026, uma empresa privada global de pesquisa de mercado com sede em Londres, o futuro pertence as marcas que conseguirem unir eficiência e emoção, onde o viajante quer experiências guiadas por pessoas e não por sistemas, onde roteiros autorais, curadoria humana e storytelling autêntico se tornam diferenciais reais de mercado, produtos ou serviços.

Há uma tendência em andamento onde o excesso de personalização automática dá lugar à busca por descobertas, intuição e conexão humana, levando o viajante a decidir com base em emoção e experiência e o turismo é o setor que mais oferece oportunidades, traduzindo intuição em vivência real e significado em presença. O valor da viagem não será apenas o de ver, mas sentir e quanto mais humana for a experiência, mais memorável se tornará.

Aos players do segmento, que pretendem fortalecer seu market share, fica a dica para moldarem seus produtos e serviços para os novos viajantes, pessoas maduras com vitalidade, autoestima e desejo de aproveitar a vida com plenitude; os novos jovens, nos 30, 40 e 50 anos, que mudam de carreiras, país ou propósitos; aqueles que se oportunizam pausas curtas ao longo da vida para descanso (turismo de bem-estar e do sono) e aprendizado (imersão em comunidades tradicionais).O luxo de alto valor afetivo passa a ser a conexão humana durante as viagens, onde o contato verdadeiro e o acolhimento são os novos diferenciais competitivos. Sejam todos bem vindos ao novo jeito de vender e fazer turismo.

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