Os educadores das Escolas Sesc do Rio Grande do Norte iniciaram a Jornada Pedagógica do Sesc, que este ano chega a sua 15ª edição, reunindo mais de 130 profissionais de todas as sete unidades educacionais do Sesc no Estado. Com o tema Educação, Inclusão e Diversidade, o evento possibilita discussões relacionadas não só à inserção da pessoa com deficiência nas salas de aula, mas também à cultura afro-brasileira, cultura indígena e diversidades de gênero.
Para Gedson Nunes, diretor regional do Sesc-RN, o tema escolhido para a 15ª Jornada Pedagógica das Escolas do Sesc-RN foi pensado a fim de construir cada vez mais uma educação de todos e para todos. “Temos muito orgulho de realizar este momento com toda a nossa equipe do pilar educacional do Sesc-RN, proporcionando, além das oficinas, momentos de troca entre as equipes de cada escola sobre os seus cases de sucesso ao lidar com temáticas de inclusão e diversidade dentro das salas de aula. Contamos também com a presença de representantes do Departamento Nacional do Sesc que vão participar de toda a programação e levar os aprendizados e reflexões gerados para os demais Regionais do País”, ressalta Nunes.
A Jornada Pedagógica do Sesc, realizada de 7 a 9 de fevereiro, tem oficinas ministradas por pessoas de referência nos debates de inclusão e diversidade. Uma delas é Aliã Guajajara, indígena piauiense, especialista em Educação Profissional pelo Instituto Federal do Piauí (IFPI) e vice-cacica da Aldeia Indígena Ukair em Teresina, convidada a coordenar a oficina Inclusão à Cultura Indígena na Escola, colaborando com seus conhecimentos técnicos de formação e de suas vivências.
Já a Oficina Formativa para a Educação Multiétnica, conta com apresentação feita pela doutora em Estudos Étnicos Africanos pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Stéphanie Moreira, que atua há 17 anos como pesquisadora e consultora nas temáticas de diversidade étnico-racial. A oficina Inclusão (permanência e aprendizagem) e Deficiência em Sala de Aula é ministrada pela doutora em Educação e Inclusão Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Conceição Varela, com abordagens políticas de educação especial inclusiva, acessibilidade e aplicações na formação docente. A quarta oficina oferecida na programação tem condução de Andressa Morais, doutora em Antropologia Social pela Universidade de Brasília (UNB), tratando da temática Gênero e Diversidade nas Práticas Educacionais.
Na abertura do evento, que foi realizada no dia 7 de fevereiro, o jornalista e palestrante Fernando Paiva Campos, produtor de conteúdo para web sobre inclusão de pessoas com deficiência e causa motivadora da criação da Casa Durval Paiva, trouxe reflexões acerca do capacitismo estrutural e como pode ser combatido no dia a dia.
“O capacitismo é o preconceito contra pessoas com deficiência. Então, eu trago um pouco da minha trajetória, exemplificando situações que acabam permeando a vida de toda a pessoa com deficiência, invariavelmente, pois é algo que está arraigado na sociedade. Eu acredito ser de extrema importância trazer essas discussões para o campo da educação, pois temos muito ainda a evoluir nessas questões, desmistificando esses ‘pré-conceitos’ que as pessoas têm sobre o que a pessoa com deficiência é capaz de fazer ou não”, enfatizou Fernando.