Sumário Econômico 1452

Compartilhe:

Destaque da edição:

Destaque da edição:

Desencalhar a nau do Estado – Ao assumir a Presidência da República, o legado que chega às mãos de Michel Temer assemelha-se ao de uma família cuja herança é constituída por dívidas. Os principais passivos, que desenham as “condições iniciais” do novo governo, estão expressos na evolução exponencial da dívida pública e na forte queda do PIB, configurando uma fase cíclica de forte recessão, na qual o desemprego ultrapassa 10% da população economicamente ativa. A economia está envolta numa inflação que, ao longo dos anos, de forma contínua e ampla, extrapolou a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional. Como síntese, uma queda nominal e real da renda per capita, expressão inequívoca de regresso econômico, o que tem como pano de fundo o “assalto” à Petrobras, cuja interação com os demais setores tem forte impacto na cadeia produtiva. Apesar da limitação de tempo, o novo presidente tem a seu favor a recuperação da governabilidade, em função de sua reconhecida competência, larga experiência e a capacidade de, ao negociar, eliminar fricções existentes entre Executivo e Legislativo. Com um Executivo com propostas claras, sem escamotear a verdade sobre os tempos duros que ainda estão por vir, será possível alcançar no Congresso Nacional a maioria necessária para a aprovação das propostas.

 

Outras matérias:

Setor de serviços registra a 13ª queda consecutiva – Apesar de quedas menos acentuadas nos últimos meses, o setor ainda se encontra longe da recuperação. A CNC projeta recuo de 3,9% no volume de receitas do setor. O volume de receitas do setor de serviços caiu 4,5% em relação a abril do ano passado, completando, portanto, 13 meses seguidos de retrações, segundo dados divulgados em 15/06 pelo IBGE através da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). Em março, a receita real do setor havia encolhido 5,9% ante o mesmo mês de 2015. Além da fraquíssima base de compa¬ração (em 2015, a PMS registrou queda de 3,6%), parte do desempenho menos negativo de abril deve ser outorgada à menor inflação de serviços medida pelo próprio deflator da PMS naquele mês (+4,9% em 12 meses). Em março, esse mesmo indicador registrava uma variação média dos preços de +5,5% ante o mesmo mês de 2015. Embora a crise no setor venha len¬tamente perdendo fôlego, a recupe¬ração real de receita dependerá de uma tendência mais clara de desaceleração dos preços dos serviços. De acordo com o IPCA, cujo espectro é maior do que a do deflator da PMS, os preços dos serviços acumularam alta de 7,4% nos 12 meses encerrados em abril – a menor variação desde novembro de 2010. Pela sétima vez nos últimos oito meses, os cinco subgrupos de atividades que compõem a PMS acusaram retrações ante o mesmo mês do ano anterior, des¬tacando-se negativamente os transportes, serviços auxiliares dos transportes e correios (-6,5%), em especial os transportes terrestres, cuja queda no volume de receitas (-8,8%) se alinha claramente ao período recessivo que passa a economia brasileira.

IPCA-15 apresenta alta de 0,40% em junho – O IPCA-15, prévia do índice balizador do sistema de metas de inflação, registrou alta de 0,40% em junho, ante 0,86% no mês anterior. Esse resultado é a menor taxa para o mês desde 2013, quando alcançou +0,38%. No ano, o índice acumulou variação de 4,62% e, em 12 meses, incremento de 8,98%. No primeiro semestre, a inflação apresentou alta de 4,62%, abaixo do incremento de 6,28% registrado no mesmo período do ano passado. Dentre os grupos, destaque para a desaceleração de Alimentação e bebidas, com variação de 0,35%, contra 1,03% em maio. Essa classe de despesa representa quase 25% do indicador. Tal resultado foi influenciado pela redução dos preços de produtos como cenoura (-25,63%), açaí (-9,06%), tomate (-8,10%), frutas (-5,43%) e hortaliças (-3,82%). O grupo contribuiu com 0,09 ponto percentual sobre o índice total. Outro grupo que beneficiou o índice geral foi Transportes, com deflação de 0,69%, após recuo de 0,30% no mês anterior. Alguns itens impactaram positivamente o Grupo, como etanol (-6,60%), influenciando também o preço da gasolina, com queda de 1,19%, além de passagens aéreas (-4,11%).

Brexit, e agora? – No dia 23 de junho de 2016, o Reino Unido realizou um plebiscito para decidir sobre sua permanência na União Europeia. A população esteve dividida em relação ao assunto, o que gerou um resultado acirrado – 52% votaram a favor da Brexit (saída do Reino Unido da UE), contra 48% que votaram pela permanência. Apesar de ter sido votada, a saída do Reino Unido da União Europeia não é automática; o Parlamento Britânico ainda pode ignorar o resultado do referendo e não iniciar as negociações para a saída do bloco europeu. No entanto, essa possibilidade não é provável. O Parlamento Europeu também discutirá os próximos passos para o Reino Unido e já declarou que pretende fazer com que o processo corra o mais rápido possível, mas alguns passos ainda precisam ser percorridos. Primeiramente, o Reino Unido precisa expressar seu desejo de deixar a UE em uma carta formal, assinada pelo Parlamento e pelo primeiro-ministro, enviada aos outros 27 membros do bloco. Em seguida, o Conselho Europeu solicitará à Comissão Europeia que negocie o acordo sobre a Brexit. O Tratado de Lisboa estipula para essa etapa um pra¬zo de até dois anos. Nessa fase, serão discutidos os termos que marcarão a saída do Reino Unido do bloco.

Leia mais

Rolar para cima