Sumário Econômico 1404

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Destaque da edição:

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Os custos desiguais dos ajustes – Na semana passada, o Banco Central divulgou seu Boletim Regional, publicação trimestral que apresenta as condições da economia por regiões e por alguns estados do País. Segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil (IBC-Br), a atividade mostrou arrefecimento no trimestre encerrado em fevereiro, refletindo os ajustes já em curso, e mostrou recuou de 0,6%, ante expansão de 0,7% no trimestre anterior. O dado foi resultado dos desempenhos enfraquecidos das vendas do comércio e da produção industrial, do menor crescimento do crédito e do consequente impacto desses fatores no mercado de trabalho. Nesse sentido, os índices de confiança de diversas instituições mostram-se nos menores patamares de suas séries históricas, tanto os que representam o lado dos empresários, como os que representam o lado dos consumidores. A pesquisa Intenção de Consumo das Famílias (ICF), realizada pela CNC, registrou, em maio, o quarto menor valor consecutivo da série histórica e, pela primeira vez, um número abaixo de 100 pontos – nível de indiferença da pesquisa. O levantamento é um indicador antecedente, que tem como objetivo estimar o potencial das vendas do comércio. O índice geral está em 96,4 pontos, e registra queda anual de 21,2%. O componente mais enfraquecido da pesquisa é o Momento para duráveis, que é afetado principalmente pelos juros ao consumidor, que estão em 54,4% – maior nível da série do Bacen – e pela disposição cada vez menor da renda. O quesito apresentou queda de 10,7% na comparação mensal. Em relação a 2014, o componente mostrou recuo de 36,6%.

 

Outras matérias:

Projeção do mercado para o PIB volta a cair – No último relatório Focus divulgado pelo Banco Central (22/05), a mediana das expectativas para o IPCA aumentou para 8,37%, após chegar a 8,25% há quatro semanas passadas. Esta é a sexta aceleração, continuando bem acima do limite superior da meta (6,50%). As projeções para 2016 permaneceram em 5,50%, contra a previsão de 5,60% há quatro semanas passadas. No curto prazo, as projeções dos analistas são de 0,54% para maio e 0,38% em junho. As cinco instituições que mais acertam – TOP 5 – projetaram IPCA de 0,55% para maio e 0,40% para junho, valores próximos ao mercado, apesar de ligeiramente acima. Segundo dados do IBGE, o IPCA de 2014 foi de 6,41%, enquanto em abril alcançou 8,17% no acumulado dos últimos 12 meses. Projeta-se a taxa de juros Selic para o final de 2015 em 13,75%, superior ao estimado na semana anterior. Ou seja, com mais acréscimos ao longo do ano, até uma elevação total de 0,50 ponto. A próxima reunião do Copom será nos dias 2 e 3 de junho, quando se espera que já ocorra este aumento. A previsão é que em 2016 a Selic recue e termine o ano em 12,00%, ainda menor do que a taxa atual, entretanto maior do que o esperado na semana anterior, 11,75%.

A internet no mundo − Oriente Médio – Atualmente, estima-se que a população mundial tenha alcançado 7,2 bilhões de habitantes, dos quais 3,1 bilhões, 42%, já contam com acesso à internet. O Oriente Médio, tão distante da cultura ocidental e vivendo – dependendo do País − sob as leis e tradições que os tornam fechados ao mundo, vêm experimentando uma verdadeira revolução com o advento da internet. Somando apenas 236 milhões de habitantes – ou 3,3% da população mundial − 113 milhões têm acesso à internet e, dependendo do País, de boa qualidade e velocidade. Isso significa um índice de inclusão digital superior a 48%, seis pontos percentuais acima da média mundial, que é de 42%. E quando se observa que no ano de 2000 o número de usuários da web na região somava 3,3 milhões de pessoa, evidencia-se a dimensão do salto, tendo como corte dezembro de 2014: crescimento de 3.300%! E um dado ainda mais impressionante, considerando aspectos políticos e religiosos da região: 24 milhões de pessoas já têm, hoje, contas no Facebook. O País mais populoso da região é o Irã, com 82 milhões de habitantes, dos quais 47 milhões têm conexão à internet, ou seja, 57,2% da população. Isso significa também que conta com 47% dos usuários de todo o continente, podendo assim, de certa forma, influenciar tendências e conteúdos.

Sobrevivência das MPEs – Praticamente todas as variáveis que influenciam o comportamento da economia mostram que a conjuntura não está fácil; o País está procurando fazer os ajustes necessários, para depois voltar a crescer; o governo vem se esforçando em arrumar suas finanças; e as dificuldades da atual situação, com desemprego crescente, juros elevados, famílias endividadas, queda no nível da atividade e consumo agregado menor recaem com intensidade sobre as empresas de menor porte. Apesar da importância das MPEs como vetor principal da geração de emprego, renda e base dos novos negócios na economia, as empresas apresentam estrutura organizacional simples, utilizam número reduzido de fatores e recursos produtivos e, por isso mesmo, em épocas de retração do mercado acabam se tornando mais frágeis e suscetíveis às oscilações da demanda, fatos que em conjunto sobrecarregam a capacidade das empresas de permanecer funcionando competitivamente. Nas situações de crise, as possibilidades de saídas (ou soluções) passam por variáveis, como, por exemplo, maior capacitação empresarial; melhores condições de gestão do próprio negócio; acesso ao crédito e à inovação; associativismo; fortalecimento das entidades representativas; sensibilização do Legislativo quanto à relevância das MPEs; formulação de leis que favoreçam e apliquem tratamento diferenciado; menor ônus tributário; entre outras opções. O incremento e o aperfeiçoamento destas alternativas redundam no maior potencial para as empresas crescerem. Também são determinantes para estabelecer condições para que as empresas sobrevivam.

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