Queda de juros ainda depende de inflação, diz Meirellles

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A decisão dos bancos centrais dos países ricos de rebaixar a taxa de juros pode não ser acompanhada pela autoridade monetária brasileira. O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse hoje, que, ao contrário dos Estados Unidos e dos países da zona do euro, onde a recessão econômica permite a redução dos juros, no Brasil ainda não é possível apontar uma tendência de baixa para a taxa Selic, principalmente em momento de saída de capitais estrangeiros e de inflação em alta.


“É importante que cada país tome a decisão adequada ao seu caso”, disse Meirelles.

A decisão dos bancos centrais dos países ricos de rebaixar a taxa de juros pode não ser acompanhada pela autoridade monetária brasileira. O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse hoje, que, ao contrário dos Estados Unidos e dos países da zona do euro, onde a recessão econômica permite a redução dos juros, no Brasil ainda não é possível apontar uma tendência de baixa para a taxa Selic, principalmente em momento de saída de capitais estrangeiros e de inflação em alta.


“É importante que cada país tome a decisão adequada ao seu caso”, disse Meirelles. Nos dias 9 e 10 de dezembro, o Comitê de Política Monetária do BC reúne-se para definir o novo patamar dos juros praticados na economia brasileira. Atualmente a Selic está em 13,75% ao ano. A resposta do presidente do Banco Central veio depois de sucessivos questionamentos de deputados sobre o comportamento dos juros.


A preocupação dos parlamentares é garantir o aquecimento do mercado interno, já que o externo está parado pela crise. Para o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), somente a redução dos juros poderia levar os brasileiros às compras nesse final de ano. Ele lembrou que o próprio presidente Luís Inácio Lula da Silva vem fazendo apelos para que a população não deixe de consumir. “Vamos consumir, mas com juros menores”, afirmou Hauly.


Já para o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), os juros altos são conseqüência dos gastos elevados do governo. “Na medida em que o governo do Lula e o Congresso Nacional todo dia aumentam despesa, evidentemente que, para controlar inflação com essa política de gastos do governo, a única receita é juros altos. Causa desemprego e causa sofrimento”, afirmou.


Otimismo

Em pouco mais de três horas de debate, o presidente do BC procurou passar uma mensagem positiva da economia brasileira. Segundo ele, o Brasil é um dos países com melhores condições de enfrentar uma desaceleração econômica, apesar de não estar imune a ela. Por conta disso, ele chamou de conservadora a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgada recentemente, que projetou crescimento de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009.


Para Meirelles, indicadores como a redução da dívida líquida do setor público – em novembro deve ficar em 35,7% do PIB, a menor desde julho de 1998 -, a retomada da oferta de crédito e o crescimento da renda do trabalhador reforçam a impressão de que o País pode desacelerar de forma mais suave do que outras nações.


Agência Câmara, 26 de novembro de 2008.

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