Produtividade cresce 3% no 1º- trimestre

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Gazeta Mercantil  Editoria: Nacional    Página: A-6


Iedi mostra que, em 2006, mesmo com menor expansão da produção, o índice cresceu 2,5%.


Como rebate às críticas de integrantes do governo de que a indústria brasileira está obsoleta e precisa saber reagir à atual situação do real apreciado frente ao dólar, levantamento divulgado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) mostra que, no primeiro trimestre do ano, houve crescimento de 3% na produtividade, com recuperação de 0,8% nas horas pagas e alta de 1,2% no nível do emprego.

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Iedi mostra que, em 2006, mesmo com menor expansão da produção, o índice cresceu 2,5%.


Como rebate às críticas de integrantes do governo de que a indústria brasileira está obsoleta e precisa saber reagir à atual situação do real apreciado frente ao dólar, levantamento divulgado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) mostra que, no primeiro trimestre do ano, houve crescimento de 3% na produtividade, com recuperação de 0,8% nas horas pagas e alta de 1,2% no nível do emprego.


“Esse ganho pode ser considerado mais saudável porque apresenta a melhora de três elementos concomitantemente: produtividade, horas pagas e trabalho”, ressalta o economista-chefe do instituto, Edgard Pereira, complementando que, o aumento de produtividade ocorre pela modernização de equipamentos e ganhos de escala e pode ser atrelado a um ajuste que leve ao aumento ou diminuição da mão-de-obra.


O estudo “A Produtividade Industrial Brasileira em Foco” aponta também que, em 2006, mesmo com uma menor taxa de expansão da produção industrial (2,8%) relativamente a 2005 (3,1%), a produtividade foi 2,5% maior e ficou acima do registrado em 2005, quando o percentual chegou a 2,2%.


Na avaliação do economista, há duas conclusões a serem tiradas dos resultados obtidos. A primeira é que o aquecimento que está sendo verificado na demanda doméstica pode perfeitamente ser suprido pela indústria sem que haja pressão inflacionária. Assim, diz, a demanda pode crescer porque a indústria tem elevado sua produtividade nos últimos cinco anos e não “baterá no teto de sua capacidade”.


A segunda questão é que a indústria tem conquistado essa produtividade pela via da competitividade. “Muito embora o fator câmbio jogue contra”, salienta. Pereira admite, porém, que custos elevados como carga tributária, folha de pagamentos, transportes e infra-estrutura precários na comparação com outros mercados com os quais a indústria brasileira compete pesam tanto quanto a apreciação da moeda nacional. “A diferença é que o câmbio varia mais rapidamente do que esses outros fatores e os ganhos de produtividade são bem mais lentos”, explica.


Nova estrutura


De acordo com o documento do Iedi, entre 2002 e 2006 a produtividade aumentou 16,7% no Brasil como um todo. “Está havendo um movimento estrutural da indústria para a melhora da sua produtividade desde a abertura comercial”, diz.


Do ponto de vista regional, mostra o estudo, todos os locais apresentaram aumento de produtividade industrial (ver tabela ao lado). Na avaliação do Iedi, nos anos recentes não só o crescimento da produtividade foi ligeiramente maior, como sua distribuição regional foi mais favorável.


A exceção, lembra Pereira, fica com os ganhos obtidos nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo que, por abrigarem indústrias mais diversificadas, o conjunto de setores com mais dificuldade puxa para baixo os resultados.


Máquinas saem na frente


Nos primeiros três meses de 2007, a liderança dos ganhos de produtividade está com o setor de máquinas e equipamentos. Na ponta contrária, o setor de coque, refino de petróleo, combustíveis nucleares e álcool apresentou taxa negativa de 13,3%.


De acordo com o estudo, três setores que terminaram o ano com taxas de crescimento acima da média se destacam neste início do ano: metalurgia básica (5,9%), vestuário (4,7%) e fabricação de meios de transporte (3,7%), que em 2006 fechou o ano com decréscimo na produtividade.


Salário é elevado em 8 de 14 setores


Se pelo lado do industrial houve um movimento a favor da maior produtividade, a história não foi a mesma para a totalidade dos empregados na indústria. Levantamento do Iedi mostra que, na comparação com a remuneração média real dos trabalhadores industriais, os ganhos de produtividade em geral não são repassados aos salários.


“Isso indica que o mercado de trabalho não está tão aquecido a ponto de elevar os salários. Isso também depende do ritmo de atividade”, diz o economista-chefe do instituto, Edgard Pereira.


De acordo com o estudo, dos 14 setores em que foi registrada expansão na produtividade, em oito observou-se aumento da remuneração média: calçados e couro (6,3% e 0,3%), indústrias extrativas (4,7% e 4,1%), minerais não-metálicos (4,2% e 5,8%), máquinas e aparelhos elétricos, eletrônicos, de precisão e de comunicações (2,3% e 6,6%), papel e gráfica (1,3% e 0,5%) e vestuário (1,0% e 5,1%).


O destaque ficou com o setor de produtos químicos que registrou a maior expansão na remuneração média (12,3%) e apresentou pequena queda na produtividade (?0,8%).



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