Mesmo com crise, ritmo do comércio ainda é satisfatório

Compartilhe:

O comércio brasileiro ainda está em situação favorável, mesmo com a crise financeira internacional. A opinião é do chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Carlos Thadeu de Freitas. Segundo o economista, as vendas no final do ano, sazonalmente, são positivas, devido a fatores como o 13º salário e as festas do período.

O comércio brasileiro ainda está em situação favorável, mesmo com a crise financeira internacional. A opinião é do chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Carlos Thadeu de Freitas. Segundo o economista, as vendas no final do ano, sazonalmente, são positivas, devido a fatores como o 13º salário e as festas do período. “O comércio é o último setor da economia a ser atingido, se houver uma desaceleração mais forte”, diz.


Ao contrário da indústria, que atravessa um momento de desaceleração, com produção menor em algumas áreas, no comércio o ritmo ainda é satisfatório, explica o economista, porque os níveis de renda e de crédito no Brasil estão bastante positivos. Ele estima, entretanto, que em 2009 os efeitos da crise no comércio poderão ser mais fortes se a economia continuar desaquecendo. Já o crédito ao consumidor ficou mais caro este ano, embora seja encontrado com facilidade, ao contrário do que ocorre com algumas empresas. Carlos Thadeu acredita que no próximo ano a venda de bens de consumo duráveis deve desacelerar um pouco, mas ressalta que os semiduráveis e os não-duráveis continuarão bem. “E grande parte do comércio hoje é de bens de consumo não-duráveis”. Para ele, tudo leva a crer que em 2008 o comércio crescerá 9,5%. Para 2009, a previsão é de 6%.


Redução do IPI


Para o economista, a decisão do governo de reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é correta, e já está contribuindo para a manutenção do nível de venda de automóveis. “O governo está simplesmente baixando a carga tributária, o que já devia ter feito há mais tempo”, afirma. Thadeu destaca, no entanto, que ninguém sabe qual é a profundidade nem a duração da crise externa; se a crise se aprofundar nos EUA, o Brasil exportará menos e sofrerá maiores conseqüências.


Quanto ao crédito para o comércio, Thadeu enfatiza que os bancos precisam reduzir o spread (diferença entre as taxas pagas pelos bancos para adquirir recursos e as que cobram de seus clientes). “O spread bancário do Brasil é um dos maiores do mundo, se não for o maior.” Para reduzir a taxa, ele sugere a diminuição da carga tributária sobre a intermediação financeira, o que começou a ser feito com a redução do Imposto sobre Operação Financeira (IOF), e que os próprios bancos o reduzam. “Não há razão para os bancos cobrarem spread tão alto assim, porque a inadimplência no Brasil é uma das mais baixas hoje. E o endividamento não é tão elevado, como ocorre em outros países”.


Ele sugere também que o Banco Central baixe o recolhimento compulsório, “porque não tem sentido deixar esse dinheiro guardado em seus cofres, quando pode deixar com os bancos, e eles têm que emprestar.” Para levar os bancos a emprestarem mais, o economista diz que o Banco Central terá de tomar medidas de cunho mais operacional.

Leia mais

Rolar para cima