Destaques da edição:
O balanço de acertos do Ministério da Economia – Como consequência dos choques que temos experimentado há pouco mais de dois anos,
a inflação e os juros altos têm t irado o sono dos consumidores e empresários. A mudança de comportamento dos consumidores com a pandemia ainda se reflete na dinâmica do comércio varejista, quando comparamos os dados das vendas atuais com aqueles do início de 2020. O choque de commodities com a guerra na Ucrânia é mais um ingrediente a engrossar a calda já espessa dos preços em todo o mundo desenvolvido e em desenvolvimento.
Desde o início da pandemia e o fechamento dos estabelecimentos não essenciais, vimos uma série de medidas do governo para sustentar o consumo e o pagamento das contas pelas famílias. Talvez a mais importante técnica tenha sido o auxílio emergencial, que se uniu ao Bolsa Família para dar espaço ao Auxílio Brasil.
Desaceleração dos preços no atacado tende a melhorar cenário do varejo em 2022 – O volume de vendas do comércio varejista brasileiro avançou 1,1%, no mês de fevereiro, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada em 13/04 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com esse resultado, as vendas do varejo apresentaram variação positiva pelo segundo mês consecutivo (houve alta de 2,1% em janeiro), superando, assim, a expectativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que projetava alta de 0,4% sobre janeiro.
Inflação acelera segundo os principais indicadores de preço do País – Segundo a última apuração divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial que mede a inflação geral do País, registrou o maior resultado para o seu mês dos últimos 28 anos, além de ser a maior inflação mensal desde janeiro de 2003. A variação foi de 1,62% no mês de março ante o mês anterior. No acumulado em 12 meses, o índice chegou a 11,30%, maior acumulado desde outubro de 2003, quando era de 13,98%. Com esse resultado, a inflação se mantém em dois dígitos há sete meses, desde setembro do ano passado.
Na análise do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que se difere do IGP-DI no método de apuração, também houve variação positiva em março, de 1,74%. Em suma, os índices de preço estão sofrendo grande influência do preço dos combustíveis, que prejudica tanto os produtores e os transportadores como os consumidores. O Índice de Preços ao Consumidor – Mercado (IPC-M) acumula 9,19% em 12 meses, sendo o grupo de preços dos transportes o de maior acumulado, com 13,24%. Na manhã do dia 19 de abri l, os preços da gasolina, que operavam em queda, voltaram a subir de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Nos próximos meses, o preço dos derivados de petróleo deve ainda exercer grande pressão sobre os índices.
Famílias otimistas, mas cautelosas – A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou o patamar de 78,5 pontos em abril deste ano, o maior nível desde maio de 2020 (81,7 pontos). Com o ajuste sazonal, a série apresentou o quarto crescimento consecutivo e o mais intenso do período, de +2,7%. Além disso, este mês de abril foi melhor do que o de 2021, quando apresentou 70,7 pontos, apesar de o índice ter permanecido abaixo do nível de satisfação (100 pontos), o que acontece desde abri l de 2015 (102,9 pontos). Em relação a abril de 2021, houve elevação de +11,1%, mantendo a tendência positiva dos meses anteriores.
Código de Defesa do Empreendedor (CDE) – Gradativamente, o País vai deixando os tempos ruins vivenciados durante os primeiros momentos da crise pandêmica para serem observados remotamente pelo retrovisor.
Apesar do passar do tempo distar aos poucos, mas ininterruptamente, os meses de março e abril de 2020 – quando as restrições bateram forte, foram contundentes e promoveram tanto um choque de oferta quanto de demanda –, ainda parece que foi ontem o período de ruas vazias; lojas, estabelecimentos comerciais, de serviços e indústrias que t iveram que fechar portas, enquanto as pessoas não saíam de casa. Tudo em nome do menor contágio e em favor da apreensão quanto a uma situação inédita em pleno século XXI.