Sumário Econômico – 1685

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Destaques da edição:

Inflação temporariamente alta, crédito abundante e inadimplência controlada – O crédito tem despontado como o atual indutor ou motivador do consumo das famílias. Com a renda pressionada pela inflação, os consumidores têm utilizado o crédito como saída para o consumo, inclusive de itens de primeira necessidade, como alimentos e medicamentos. Seria uma tempestade perfeita. Porém, mesmo os desembolsos de recursos às famílias crescendo desde o início do ano, com a curva do endividamento seguindo tendência cada vez mais inclinada, a inadimplência sob controle é a surpresa positiva no contexto do recorde na contratação de dívidas.

A proporção de endividados no País tem alcançado níveis máximos mês a mês, tanto na ótica do Banco Central (Bacen), com 59,2% em maio, quanto na da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com 72,9% em agosto.

Dívida bruta mais favorável reflete melhora na arrecadação federal –  A economia brasileira vem mostrando recuperação nos últimos meses em vários aspectos, no entanto o setor  fiscal continua sendo uma preocupação. A dívida pública já era uma vulnerabilidade da economia antes da crise sanitária, e, a isso, acrescentaram-se novas despesas para amenizar os efeitos da pandemia. As incertezas mais recentes recaíram sobre o eventual rompimento do teto dos gastos, com as discussões sobre acomodar os precatórios de 2022 e a reforma do Imposto de Renda. O governo apresentou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios e pensou nas estratégias para reduzir o impacto dos R$ 89 bilhões em dívidas de última instância no orçamento do próximo ano.

A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que abrange o governo federal , os governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais, fechou julho em R$ 6, 8 trilhões, o que representou 83,8% do Produto Interno Bruto (PIB), o menor percentual desde junho de 2020. Esse resultado também demonstrou uma singela melhora em relação aos 83,9% obtidos em junho, revelando maior estabilidade da dívida e afastando uma trajetória ascendente, o maior risco para os investidores.

O IBGE em campo para observar o setor de turismo – A Agência de Notícias do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) noticiou, no dia 23 de agosto, que seus agentes/pesquisadores estão em campo para tentar radiografar os hábitos dos brasileiros com relação às atividades turísticas. Segundo a nota divulgada, na real idade, os agentes já trabalham com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) desde o começo do ano, a partir de janeiro. A relevância da pesquisa se expressa tanto pelos seus efeitos quanto pela extensão regional abrangida: dos 5.570 municípios brasileiros, o IBGE estará visitando 3.470, algo correspondente a 62,3% do total, número extremamente representativo para o que o instituto vai querer mostrar posteriormente quando disseminar os dados.

Aumento da circulação de consumidores viabilizou melhor mês para o varejo em 21 anos – De acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada em 10/09 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em julho, o volume de vendas do varejo brasileiro cresceu 1,2% na comparação com o mês anterior, já computados os ajustes sazonais. O resultado veio acima da expectativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que esperava alta de 0,7% no indicador. Com a revisão dos dados do mês anterior, o setor engatou o quarto crescimento mensal consecutivo, alcançando agora o maior patamar da série histórica da pesquisa.

Venda de veículos tem baixa de 1,5% em agosto se comparado ao mês anterior – A crise na produção dos automóveis, advinda da
escassez de matéria-prima durante este período de pandemia, fez com que a oferta dos automóveis operasse abaixo da demanda do País, provocando um aumento acelerado nos preços desses bens. Além disso, essa falta de material acarretou na alta do preço do dólar, assim como nas commodities, como o aço, acelerando o processo inflacionário. A baixa produtividade das indústrias automobilísticas resultará em um déficit de produção de aproximadamente 280 mi l veículos neste ano, segundo a carta publicada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) no dia 8 deste mês. Os reflexos da crise na oferta puderam ser observamos por meio da comparação com o volume de vendas do período anterior. No mês de agosto, foram vendidas 172,8 mil unidades, o pior resultado do mês desde 2005.

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