Destaques da edição:
A recuperação econômica está contratada, apesar das incertezas – O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) trimestral apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) provou que podemos acreditar e elogiar a recuperação econômica em forma de V. O resultado acima das expectativas tem relação, vale notar, com o processo de adaptação dos consumidores e empresas à nova realidade da pandemia. O balanço de riscos para a inflação, no entanto, ainda segue pressionado por incertezas sobre a evolução dos preços, com desequilíbrios na oferta e na demanda. Essa desorganização se soma aos preços altos das commodities, e o dólar, que apesar de estar caindo, ainda não é o suficiente para desacelerar a inflação este ano, que deve ser ao redor de 6%. Esse contexto deve repercutir nos preços de varejo, e pode impor novos desafios à frente.
A inflação aumentou, mas a política monetária continua estimulativa, permitindo crescimento do comércio. O endividamento cresceu, mas a inadimplência está sob controle. Depois de muito tempo, os investimentos vêm ganhando destaque no crescimento do PIB trimestral, favorecendo o crescimento da renda de longo prazo no País. Devemos reconhecer que temos desafios relevantes à frente, mas também reverenciar o bom desempenho econômico em meio ao pior momento enfrentado pelo Brasil nesta crise sanitária.
Intenção de Consumo das Famílias demonstra preocupação com a renda – O indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou o patamar de 67,5 pontos em maio deste ano, o menor nível desde agosto de 2020, quando atingiu 66,2 pontos. Com o ajuste sazonal, a série apresentou queda mensal de -1,6%, a segunda taxa negativa consecutiva, contudo menos intensa do que a queda de abril. Além disso, foi o pior mês de maio da série histórica, e o índice permaneceu abaixo do nível de satisfação (100 pontos), o que acontece desde abril de 2015 (102,9 pontos). Em relação a maio de 2020, houve retração de -17,3%.
Em maio, as famílias continuaram apresentando desconfiança em relação à velocidade com que a recuperação econômica vai acontecer, porém com variação menor do que em abri l. As principais preocupações demonstradas foram em relação ao mercado de trabalho e sua riqueza gerada por ele.
Dia dos Namorados: CNC projeta faturamento de R$ 1,80 bilhão em 2021 – De acordo com estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), as vendas do comércio varejista brasileiro voltadas para o próximo Dia dos Namorados deverão totalizar R$ 1,8 bilhão. Confirmada essa expectativa, o resultado das vendas registrará um crescimento real de 29,4% em relação à mesma data comemorativa de 2020 – período que marcou o início do processo de flexibilização da economia após as restrições impostas pela primeira onda da pandemia da Covid-19.
Carro-chefe das vendas associadas ao Dia dos Namorados, o segmento de vestuário, calçados e acessórios deverá movimentar R$ 797,0 milhões, o equivalente a 44% do total. Apesar da alta significativa esperada para este ano, as vendas ainda deverão ficar 12% abaixo do nível observado em 2019 (R$ 904,9 milhões). Em 2020, as lojas do ramo de vestuário amargaram perdas de 43% em relação à data de 2019.
Varejo editorial: mudanças, adequação e consumidores – Os números sobre o mercado editorial de livros divulgados recentemente pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), resultado da pesquisa realizada pela Nielsen Book, subentendem dificuldades pelas quais as livrarias, principalmente as lojas físicas, podem ter passado no exercício de 2020 – e, muito provavelmente, pressupõem para 2021 a continuação da conjuntura de restrições para as empresas do setor.
O impacto da conjuntura econômica e suas vicissitudes sobre o faturamento editorial foi de -8,8%. No ano passado, o faturamento chegou a R$ 5,17 bilhões, cifra R$ 497 milhões inferior ao montante vendido em 2019 (R$ 5,667 bilhões).