Destaques da edição:
Pé no freio dos juros – Os dados mais recentes dos preços mostram um alívio
na inflação ao consumidor no mês de abril. A inflação no atacado também arrefeceu, principalmente em função da queda nos preços dos produtos industriais. Por outro lado, o aumento sustentado nos preços de commodities tem pressionado os produtos agropecuários. Essa conjuntura de preços em desaceleração, combinada com a atividade mais fraca esperada também para o segundo trimestre do ano, além da predominante incerteza em relação à pandemia, segue sugerindo uma moderação no aumento dos juros.
Como se sabe, a trajetória da política monetária brasileira mudou, com o início do aperto monetário mais forte do que o esperado, na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Naquele momento, meados de março, os dados apontavam maior pressão inflacionária este ano, o dólar beirava R$ 5,60, e as discussões sobre o Orçamento causavam agitação.
Hoje, o que mais pode afetar a inflação no curto prazo vem menos dos fundamentos macroeconômicos e mais do risco com as questões políticas que influenciam a trajetória fiscal. E aí sim o risco fiscal vai afetar mais ou menos a dívida pública, como também o câmbio e a curva de juros, como temos visto. Mas a resolução do impasse sobre o Orçamento colaborou para uma queda dos prêmios de risco, o que afasta uma percepção ainda mais deteriorada das contas públicas. Com isso, podemos adotar um ritmo mais moderado na condução do aperto monetário
CNC projeta volume de vendas de R$ 12,12 bilhões para o próximo Dia das Mães – Segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o volume de vendas voltadas para o Dia das Mães de 2021 deverá alcançar R$ 12,12 bilhões. O valor representa um avanço expressivo ante a movimentação financeira com a mesma data comemorativa do ano passado, quando as medidas restritivas voltadas ao combate à primeira onda da pandemia da Covid-19 impuseram severas restrições às operações comerciais por todo o País.
Regionalmente, São Paulo (R$ 4,46 bilhões), Minas Gerais (R$ 1,13 bilhão) e Rio de Janeiro (R$ 1,2 bilhão) tendem a responder por mais da metade (55,4%) da movimentação financeira com a data neste ano. Todas as unidades da Federação deverão acusar avanço real ante o montante de 2020. Já em relação a 2019, Bahia (-6,5%), Rio de Janeiro (-2,2%), Distrito Federal (-2,1%) e Espírito Santo (-0,7%) ainda devem registrar perdas locais.
Os cuidados com o Pix – O que no começo era uma premissa virtual e parecia de difícil entendimento por causa da competição com a Transferência Eletrônica Disponível (TED) e o Documento de Ordem de Crédito (DOC), entre outras operações bancárias, algo complexo de transacionar num primeiro momento, já se tornou peça ou relíquia do passado. Hoje, o Pix deixou de ser novidade e, por isso mesmo, vai conquistando espaço na sociedade a cada dia, ampliando o seu raio de participação nas transações, principalmente substituindo o dinheiro.
Constata-se, junto a esse público, que está no radar dos vendedores não tocar no dinheiro físico, o papel-moeda, mas aplicar e se beneficiar da modernização tecnológica no tocante às possibilidades de venda e de entrega, a fim de poderem acompanhar, atrair e facilitar a decisão de consumo por parte dos compradores.
Mas, mesmo com todas as vantagens que a tecnologia traz, inclusive com relação à segurança em que as transferências são feitas, é preciso ter alguns cuidados na hora de fazer uso do aplicativo. Esses cuidados devem-se bem mais à forma, à maneira como o usuário vai fazer a operação, do que com os mecanismos tecnológicos em si, aqueles que envolvem o funcionamento do Pix.
Se o perigo mora aí, aprender a lidar com os mecanismos que o rodeiam e com os agentes que interagem durante as transações é o cerne para a solução de problemas que poderiam não acontecer, se não fosse a credulidade, a incapacidade em lidar com a tecnologia e a desatenção para os meios de segurança usuais para quem vive no mundo on-line, cada vez mais interligado e interdependente entre si, de informações, imagens, sons, dados e relacionamentos virtuais.
Mercado aumenta expectativa para crescimento do PIB – No último relatório Focus, divulgado pelo Banco Central em 30/04, a mediana das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano aumentou para 5,04%, o quarto aumento consecutivo nessa estimativa. No curto prazo, as projeções dos analistas para o IPCA são de 0,32% para abril e 0,40% para maio. A mediana das projeções dos analistas para o IPCA de 2022 aumentou para 3,61%, e, para 2023, a estimativa continuou em 3,25%.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a meta da taxa de juros Selic aumentou para 2,75% ao ano. A próxima reunião será nos dias 4 e 5 de maio, quando se espera que o Banco Central aumente a taxa para 3,50% ao ano. A expectativa do mercado é que ela aumente ainda mais em 2021, alcançando 5,50%, além de um novo incremento em 2022, com juros podendo ser de 6,25%.