No cenário de incertezas quanto à economia, a confiança do empresário do comércio diminuiu 1,5% em março – O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu 1,5% em março. A queda repetiu o resultado de fevereiro. No corrente ano, foi a terceira taxa negativa, reforçando a preocupação empresarial com as condições da economia, que se apresentam, no momento, difíceis.
De acordo com a pesquisa nacional aplicada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), na série com ajuste sazonal, o Icec manteve, no mês de março, a tendência de queda observada desde o começo do ano, ressaltando que o índice repetiu o percentual de fevereiro. A diminuição de 1,5% deveu-se, sobretudo, à percepção de que as condições da economia não vêm sendo favoráveis para a atividade comercial.
No curso de 2021, o indicador tem apontado o atual estágio da economia como sendo relativamente difícil para a gestão empresarial. Na comparação anual, o subcomponente a respeito da economia se apresentou no mais baixo padrão do Icec. Nessa base, o subíndice passou para 62,9 pontos, quando, em março de 2020 (109,6 pontos), refletiu ainda confiança dentro da zona de otimismo, embora a pandemia já produzisse efeitos contrários para as empresas.
Por que o endividamento está maior no País? – O percentual de famílias com dívidas no País cresceu pelo quarto mês em março, fazendo o endividamento encerrar o trimestre em alta. A proporção de famílias com dívidas dentre o grupo de renda mais elevada alcançou o recorde histórico de 11 anos. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) mostra que a inadimplência se reduziu pela sétima vez consecutiva, notadamente entre as famílias com menores rendimentos mensais. Mesmo sem o benefício emergencial e com pressões inflacionárias, esses consumidores conseguiram minimamente organizar os orçamentos domésticos e estão quitando os compromissos financeiros.
Oportunidades da crise – Com a pandemia da Covid-19, precisou-se
instaurar o isolamento social e o fechamento dos estabelecimentos não essenciais, gerando um grande impacto negativo em toda a economia, assim como no comércio e nos serviços. Como forma de compensar essa perda na receita, os empresários começaram a investir mais nas transações on-line, com alguns setores sobressaindo-se no e-commerce.
Segundo o último relatório Webshoppers, da Ebit/ Nielsen e do Bexs Banco, as vendas on-line cresceram 41% em 2020, variação bem acima dos 16% observados em 2019. Em termos reais, as vendas do ano passado geraram R$ 87,4 bilhões, contra R$ 61,9 bilhões do ano anterior. O número de pedidos também avançou, foram 194 milhões de compras, um nível 30% maior do que em 2019. O valor médio dessas compras aumentou de R$ 417 para R$ 452.
Outro destaque da pesquisa é que o frete grátis, oferecido em 43% das compras, foi um grande incentivador para os resultados positivos de 2020.