Sumário Econômico – 1661

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Destaques da edição:

A pandemia, uma guerra sem fim – O presidente do Federal Reserve (FED, o Banco Central dos Estados Unidos), Jerome Powell, fez um pronunciamento, em 17/03, sobre as medidas de combate à crise da Covid-19 e as respostas da economia americana no nível de atividade e emprego. O recado de Powell explicitou que a incerta evolução do vírus está determinando os próximos passos do FED na condução da política monetária. No Brasil, a mensagem do Comitê de Política Monetária (Copom), após a última reunião, deveria ser no mesmo sentido. O choque da pandemia provocou efeitos bastante assimétricos na economia, e esse fenômeno foi mundial. O distanciamento social levou a uma queda forte nos preços do setor de serviços, contrariando qualquer tendência de alta desses preços. O debate que se apresenta hoje nos mercados globais é sobre o tamanho e a extensão da esperada alta da inflação a nível global nos próximos meses, especialmente nos Estados Unidos, dada a enorme expansão fiscal em andamento. As projeções dos analistas e os argumentos do FED indicam que repiques inflacionários devem ser transitórios, e que uma alta mais pronunciada dos juros americanos deve ocorrer somente em 2023 ou 2024.

Nova queda nos serviços prestados às famílias freia reação do setor terciário – O volume de receitas do setor de serviços cresceu 0,6% na comparação entre os meses de janeiro de 2021 e dezembro de 2020, já descontados os efeitos sazonais. Segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada em 09/03 pelo Instituto Brasileiro de Geografia  e Estatística (IBGE), o setor voltou a crescer após a estabilidade verificada em dezembro. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, os serviços apuraram variação de -4,7% – a 11ª retração consecutiva, acelerando o ritmo de perdas ante a pesquisa anterior (-3,1% na comparação entre os meses de dezembro de 2020 e dezembro de 2019).

Considerando a lentidão na adoção de medidas de combate ao recrudescimento da crise sanitária, a tendência é de que o setor de serviços consiga compensar apenas parcialmente a queda recorde de volume de receitas observada em 2020 (-7,6% ante 2019), e avance 3,4% em um cenário de redução moderada dos atuais níveis de isolamento social até o fim do corrente ano. No caso do turismo, configuram-se como obstáculos adicionais as restrições à circulação de turistas, tanto no Brasil quanto no exterior, prejudicando, desse modo, a construção do cenário anual para o setor. A expectativa da entidade, no entanto, é de que, no primeiro semestre de 2021, essas atividades registrem avanço médio de 14,6% em relação ao mesmo período do ano passado, recuperando, apenas parcialmente, a perda de 37%, ocorrida em 2020.

Incerteza reduz expectativa de crescimento da economia – No último relatório Focus divulgado pelo Banco Central em 26/03, a mediana das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano aumentou para 4,81%, o 12º aumento consecutivo nessa estimativa. No curto prazo, as projeções dos analistas para o IPCA são de 0,93% para março e 0,46% para abril. A mediana das projeções dos analistas para o IPCA de 2022 permaneceu em 3,51%, e, para 2023, a estimativa continuou em 3,25%. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a meta da taxa de juros Selic foi elevada em 0,75 ponto percentual, alcançando 2,75% ao ano.

A estimativa para a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 é de crescimento de 3,18%. Apesar desse valor positivo, representa uma piora nesse indicador em comparação ao crescimento esperado de 3,29% de quatro semanas passadas, sendo também a quarta semana que ocorre recuo nessa projeção. Mesmo com essa redução, caso se realize, será uma recuperação após dois anos de queda. Já para 2022, espera-se uma evolução positiva de 2,34% na economia, enquanto, para 2023, as estimativas são positivas em 2,50%.

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