O protagonismo do crédito: maior endividamento com inadimplência sob controle – O governo conseguiu evitar a explosão do endividamento e da inadimplência no ano passado, mesmo com a crise sem precedentes causada pela Covid-19. O crédito foi uma das saídas para famílias e empresas sustentarem o consumo, pagarem despesas do dia a dia, além das dívidas e outros compromissos financeiros. O maior volume de recursos disponibilizados no sistema financeiro ampliou o endividamento, mas a inadimplência manteve-se sob controle, em virtude das medidas adotadas. As operações de crédito avançaram em 2020: as concessões totais aumentaram 5,2%, com destaque para o aumento das contratações pelas empresas. Embora os indicadores de inadimplência tenham crescido no ano passado, ambas as taxas de crescimento em pontos percentuais foram menores do que a evolução do endividamento. Com o agravamento da pandemia neste início de ano, um novo trimestre de queda na atividade se avizinha, o que torna ainda mais relevante o papel do crédito na retomada do consumo e no fomento dos investimentos. É hora de evitar que mais dívida se traduza em inadimplência, ou incapacidade de pagamento, o que pode causar outra situação negativa, crise de dívida. Agora é a hora de fazer com que o crédito seja mesmo protagonista do crescimento econômico em 2021.
Vendas do varejo voltam a recuar após seis meses – O volume de vendas do comércio varejista brasileiro apresentou recuo de 0,1% em novembro, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada em 15/01 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse resultado interrompeu uma sequência de seis altas mensais consecutivas do indicador, iniciada em maio do ano passado, na qual as vendas acumularam
crescimento de 39% após tombar 18% entre fevereiro e abril de 2020. No conceito ampliado, que inclui os desempenhos das vendas de automóveis, motocicletas e autopeças (+3,5%) e de materiais de construção (-0,8%), houve avanço de vendas pelo sétimo mês (+0,6%). Diante desse cenário e da evolução recente dos indicadores condicionantes do consumo, a CNC revisou de +4,2% para +3,9% sua previsão para a variação do volume de vendas do comércio em 2021. No conceito ampliado, que apropria informações dos ramos automotivo e de materiais de construção, a entidade projeta queda de 5,2%.
Novo formato do orçamento – A pandemia transformou a realidade do dia a dia das pessoas e das empresas. Quanto a isso não restam dúvidas, se investigar o arranjo dos gastos no orçamento. Quando a fase de vacinação contra a Covid-19 terminar, o período do pós-pandemia vai se constituir num cenário mix com traços fortes do que era antes da crise sanitária junto a contornos do que passou a ser (nova) rotina. O (re)arranjo na composição orçamentária tem a ver com gostos, escolhas e prioridades. As condições do trabalho remoto e a insegurança quanto ao contágio da Covid-19 têm pressionado isso, fazendo com que as pessoas despendam menos com alguns serviços ligados ao lazer, como os de cultura, entretenimento, cinemas, shows, entre outras coisas, em prol de maior critério com outros gastos. Além disso, o comportamento do mercado de trabalho e da economia recomenda cautela diante da aventura para com maiores gastos; também sugere organização e racionalização do orçamento, levando à formação de poupança.
Componentes da intenção de consumo das famílias alcançam os melhores níveis dos últimos meses – O indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou o patamar de 73,6 pontos em janeiro deste ano, maior resultado desde maio de 2020 (81,7 pontos). Contudo, mesmo com essa recuperação, foi o pior mês de janeiro da série histórica, e o índice permaneceu abaixo do nível de satisfação (100 pontos), o que acontece desde abril de 2015 (102,9 pontos). Após o ajuste sazonal, a série apresentou crescimento mensal de +0,7%, o quinto consecutivo. Ainda assim, em relação a janeiro de 2020, houve retração de -24,2%, a décima redução nessa base comparativa. As famílias ainda se mostraram insatisfeitas em relação ao Emprego Atual. Entretanto, o item continuou sendo o maior indicador do mês e atingiu o maior patamar desde maio de 2020. Essa recuperação da percepção do mercado de trabalho no curto prazo já está influenciando as expectativas futuras, tanto que a Perspectiva Profissional para o próximo semestre cresceu de forma ainda mais intensa do que o Emprego Atual, assim como também obteve o maior indicador desde abril de 2020.