Intenção de consumo volta a crescer – O indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou o patamar de 67,6 pontos em setembro deste ano, o pior mês de setembro da pesquisa. Com isso, o índice permaneceu abaixo do nível de satisfação (100 pontos), o que acontece desde abril de 2015 (102,9 pontos). Após o ajuste sazonal, a série apresentou crescimento mensal de +1,3%, o primeiro após cinco quedas consecutivas. Contudo, em relação a setembro de 2019, houve retração de -26,9%, a sexta redução nessa base comparativa. O Momento Atual permanece incerto e exige cautela das famílias. Contudo, a flexibilização do funcionamento dos estabelecimentos já está ajudando na recuperação do consumo. Tanto que, na maioria dos itens, observaram-se variações positivas e melhora nas percepções das famílias.
Safra de café – Dados publicados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu 3º Levantamento da Safra 2020 de café, indicam que o Brasil deve colher 61,6 milhões de sacas beneficiadas, considerando-se os tipos arábica e conilon. Isso representa aumento de 25% em relação ao ano passado. Será a segunda maior safra brasileira de todos os tempos, atrás apenas da colheita de 2018, quando a produção total chegou a 61,7 milhões, e a de arábica, a 47,5 milhões de sacas. A área total é estimada em 2,2 milhões de hectares. O 2º Levantamento da Conab deveria ter ocorrido em abril, quando, normalmente, menos de 20% da produção estaria colhida. Com as medidas de restrição em razão da pandemia da Covid-19, a Conab adequou as rotinas e suspendeu viagens, contatos presenciais, visitas e medições nas lavouras naquele período. Em razão disso, houve o cancelamento do segundo levantamento.
Trabalho híbrido – O modelo de trabalho atual vem passando por uma mudança radical e o novo contexto mostra que, não importa o que o futuro nos apresente, a forma de trabalhar e tudo referente a ela nunca mais será a mesma. A pandemia mostrou ao mundo que o home office não é só uma alternativa possível como traz vantagens econômicas às empresas. O trabalho híbrido é representado pelas empresas que dão autonomia aos seus colaboradores de escolherem ou alternarem como, onde e quando realizar suas atribuições da melhor maneira possível. Por essa flexibilidade, os colaboradores podem escolher realizar suas tarefas em casa, na sede da empresa ou em coworking. O trabalho em home office vem dando certo para as companhias, mas apresenta algumas situações pontuais, como: falta de estrutura, distância física dos colegas e até ansiedade e estresse sugiram com essa nova realidade, mas nada que não possa ser resolvido ou adaptado. O home office também têm seus pontos positivos, como: otimização das atividades, diminuição dos atrasos por causa do trânsito, redução de custos e um aumento de até 13% na produtividade, as pessoas estão mais criativas e felizes.
O Simples Nacional e os tributos federais para as MPE – Apesar da crise recessiva, como o tempo não para, a cobrança de impostos para sustentar a máquina pública continua incidindo sobre a produção e seus resultados. Justiça seja feita, o governo federal procurou conceder algumas vantagens empresariais e buscou propiciar o que estava ao seu alcance quando possível. Embora algumas medidas tenham impactado o déficit fiscal, há de se reconhecer que as iniciativas foram (e ainda estão sendo) válidas e compatíveis com a conjuntura, denotando relativa sensibilidade por parte do setor público federal para com a situação das empresas, dado o peso do choque sobre as unidades produtivas com a pandemia. Para as MPE, o pagamento do ICMS e do ISS do Simples Nacional sofreu prorrogação menor do que os impostos federais. O prazo foi de apenas três meses, enquanto os tributos federais foram prorrogados por seis meses. Isso significou que, para o ICMS e o ISS dos períodos de apuração de março, abril e maio, com vencimento em 20 de abril, 20 de maio e 22 de junho, as MPE já tiveram que recolher porque os vencimentos foram estabelecidos em 20 de julho, 20 de agosto e 21 de setembro. Com o desemprego alto e a expectativa de menor renda em circulação neste final de ano, observa-se que, se as MPE não se organizaram para o enfrentamento do pagamento de impostos do Simples Nacional neste final de ano, as mesmas irão enfrentar uma situação certamente bastante difícil . Assim, as condições de sustentabilidade do negócio de micro e pequeno portes podem apresentar-se vulneráveis no começo de 2021, por extensão.