Monitor – 6 de março de 2023

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Informativo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
04 a 06/03/23 | nº 854 | ANO V |  www.cnc.org.br
No domingo, reportagem de O Globo afirmou que eventos, turismo e lazer dispararam no pós-pandemia, mesmo com preços mais altos. O setor de serviços cresce pela demanda reprimida na pandemia e desejo das pessoas de retomar o convívio social, priorizando gastos com entretenimento e viagens.

Texto afirmou que, com vendas em alta, empresas de entretenimento e atividades ligadas ao turismo atraem investimentos e mobilizam patrocínios, o que se traduz em empregos e num calendário ainda mais intenso neste ano de shows, festivais, torneios esportivos e afins.

“Se tivéssemos planetas separados pelos setores da economia, o de serviços estaria muito melhor que os outros. É efeito da demanda reprimida dos anos de pandemia, de uma inflação mais moderada no setor por um período, ainda que tenha acelerado a partir de meados de 2022, mas já decaindo, e do pouco efeito dos juros nos serviços. O crescimento vai se manter este ano, ainda que com menos fôlego”, disse Fabio Bentes, economista sênior da CNC.

A entidade prevê que, neste ano, o faturamento dos serviços no país vá expandir 3,4%, e o do turismo, 2,5%. Se as passagens aéreas e o câmbio encarecem viagens internacionais, os destinos nacionais e de curta distância estão agitados de novo. Hotéis voltaram a experimentar ocupação elevada e a atual temporada de cruzeiros marítimos no país é a maior dos últimos dez anos.

“No ano passado, o turismo teve alta de 29,9% em volume de receita, mesmo com uma inflação acima de 10% no segmento. Isso mostra que ainda tem um grande desequilíbrio entre demanda e oferta”, destacou Bentes.

Sistema S
Manchete na Folha de S.Paulo relata que o governo estuda incluir na reforma tributária sobre a renda uma revisão das regras de tributação sobre a folha de pagamento.

A reportagem detalha que no modelo atual, empregadores pagam alíquotas de 20% sobre os salários para financiar a Previdência Social, além de contribuições para o Sistema S e o salário-educação.

De acordo com o jornal, integrantes do Executivo defendem como ideia central desonerar pelo menos o primeiro salário mínimo.

PEC alternativa
Valor Econômico 
situa que empresas do setor de serviços articulam no Congresso a apresentação de proposta alternativa de reforma tributária, batizada por elas de “PEC do Emprego”.

Segundo Valor, minuta foi entregue ao presidente do grupo de trabalho da Câmara que analisa a reforma, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG).

A proposta pretende desonerar a folha salarial e financiar a Previdência com a cobrança de um tributo sobre transações financeiras.

Reforma tributária
Folha de S.Paulo 
(05/03) veiculou que, segundo o secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, um dos objetivos centrais para a reforma tributária é buscar um modelo que seja o mais homogêneo e simplificado possível.

O secretário avalia que, quanto mais flexibilizações às regras para determinados setores econômicos, maior será a alíquota para os demais contribuintes. Appy confirmou que o governo não vai enviar nova proposta de reforma ao Congresso nem impor mudanças.

Conforme a Folha, a primeira etapa da reforma, que será fatiada em duas, começa pela revisão da tributação sobre o consumo, que vai unificar os diferentes tributos que recaem sobre bens e serviços em um IVA (Imposto sobre Valor Agregado).

Em entrevista, o economista defende o IVA único, pelo qual colaborou com a PEC 45, mas aceita modelo dual previsto na PEC 110 e apontado por políticos como a opção mais viável.

O jornal acrescentou que o novo arcabouço de controle das contas públicas foi concluído na quinta-feira (2) pela Fazenda e será encaminhada aos demais ministérios da área econômica e também ao Palácio do Planalto, antes de ser apresentada ao Congresso.

O Globo (05/03) acrescentou que governadores dos estados do Sul e do Sudeste defenderam no dia anterior, em evento no Rio de Janeiro (RJ), que a discussão sobre a reforma tributária no Congresso leve em conta o elevado endividamento dos entes federativos.

A reportagem citou “discurso afinado”, no qual também cobraram a compensação pelas perdas de receita que vêm sofrendo desde 2022, devido à redução da alíquota do ICMS sobre energia e combustíveis imposta pela União.

Em carta aberta, os representantes dos sete estados que participaram do encontro afirmaram que têm, juntos, uma dívida de R$ 630 bilhões, ou 93% do débito público com a União.

O Globo (04/03) repercutiu declaração de Bernard Appy, de que a taxação sobre exportações do petróleo anunciada pelo governo é para “fechar a conta”. Segundo o secretário, do ponto de vista estrutural, a reforma tributária tem um efeito positivo sobre a competitividade da produção nacional em todos os setores, agro, industrial, exportação de serviços, inclusive no setor de petróleo.

Regra fiscal 
Manchete de O Globo de sábado destacou que a equipe econômica decidiu antecipar para antes da próxima reunião do Copom, marcada para o dia 21 deste mês, a apresentação da nova regra fiscal que substituirá o teto de gastos.

Os detalhes da nova regra ainda não são conhecidos, mas ela tentará dar previsibilidade à curva de gastos e preservar a capacidade de investimentos em períodos de desaceleração da economia, além de não prever uma meta para a dívida pública.

ICMS
Folha de S.Paulo 
informa que começa a valer na quarta-feira (8) o aumento da alíquota geral do ICMS no Piauí – um dos 12 estados que elevaram o tributo para cobrir o rombo na arrecadação deixado pela redução do imposto. Em seguida, vêm Sergipe e Bahia. No final do mês, no Amazonas e em Roraima. As novas alíquotas variam de 19% a 22% – estão atualmente em 17% ou 18%.

Correio Braziliense assinala que ao menos oito estados teriam aceitado a mais recente proposta da União para encerrar a novela da recomposição de perdas, ocorridas entre agosto e dezembro de 2022, do ICMS.

A reportagem menciona que Rio Grande do Norte, Amazonas, Paraíba, Rondônia, Minas Gerais, Acre, Tocantins e Distrito Federal sinalizaram positivamente para os termos do acerto oferecido pelo Ministério da Fazenda.

Demissões
Manchete em O Estado de S. Paulo mostra que quase 6,8 milhões de brasileiros pediram demissão de forma voluntária em 2022 – um terço do total de desligamentos registrados no país, segundo dados do Caged compilados pela LCA Consultores.

A reportagem detalha que movimento ficou conhecido globalmente como “grande renúncia” e no Brasil foi marcado, sobretudo, pelos mais escolarizados e jovens. Entre os trabalhadores com pós-graduação, a demissão voluntária superou os 50%.

Previdência
O Globo 
publica entrevista com o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, que diz que pretende rever mudanças nas regras de pensão por morte e aposentadoria por invalidez, que deixaram de ter o valor integral com a Reforma da Previdência de 2019.

O diário carioca menciona que Lupi já declarou que pretendia rever a idade mínima para a aposentadoria, mas foi desmentido pelo chefe da Casa Civil, Rui Costa. Agora, o ministro disse achar “muito difícil” mexer nessa regra.

BNDES
Folha de S.Paulo 
(05/03) informou que a nova direção do BNDES negocia com o Ministério da Fazenda e planeja lançar um novo instrumento para captar recursos no mercado e reduzir sua dependência do Tesouro Nacional.

Conforme a reportagem, a chamada Letra de Crédito de Desenvolvimento (ou LCD) poderá receber investimentos até mesmo de pessoas físicas e funcionará com formato e remuneração semelhantes a opções financeiras existentes hoje, como LCI e LCA.

O diretor de Planejamento do banco, Nelson Barbosa, explica que o objetivo é eliminar paulatinamente a necessidade de recursos públicos para a instituição.

Supermercados
A coluna Painel S.A. (Folha de S.Paulo, 04/03) registrou que a Abras (associação que representa o setor de supermercados) divulgou um comunicado nesta sexta-feira (3) dizendo que cobrou das vinícolas Aurora, Cooperativa Garibaldi e Salton a implementação de medidas contra a violação de direitos humanos e trabalhistas.

A cobrança foi feita depois da revelação do caso de um grande resgate de trabalhadores em situação análoga à escravidão na colheita de uva em Bento Gonçalves (RS), que trabalhavam para duas empresas contratadas pelas vinícolas.

Em nota, a Abras disse que repudia o acontecimento e que vai acompanhar o desenrolar do caso junto às vinícolas, fornecedoras de produtos para os supermercados.
Nesta semana, o supermercado Zona Sul, do Rio de Janeiro, anunciou a suspensão das vendas do suco de uva Aurora.

Shoppings
Valor Econômico 
relata que, com cerca de 600 metros de extensão atualmente, o Grand Plaza Shopping, da Syn Prop & Tech, é uma obra horizontal e está entre os maiores do país por área bruta locável (72 mil m2). Em breve, um aplicativo de celular com GPS ‘indoor’ indicará a localização e a distância de cada loja ao usuário que está no estabelecimento.

O app está sendo testado por alguns clientes e poderá ser usado em aparelhos com sistema operacional Android, do Google, e iOS, da Apple, diz Fabio Oliveira, superintendente do Grand Plaza. As inovações foram sugeridas no âmbito do Parque Tecnológico Santo André.

Meios de pagamento
O Estado de S. Paulo 
(04/03) relatou que, após dois anos de espera, os pagamentos para empresas via WhatsApp foram liberados pelo Banco Central. Expectativa é de que a nova opção ganhe a escala que o antigo WhatsApp Pay, de dois anos atrás, não conseguiu alcançar.

O projeto do WhatsApp envolve pesos-pesados do setor. O aplicativo de mensagens fez testes com a Cielo, Rede e Getnet, além do Mercado Pago e da Fiserv, para o processamento das transações.

As bandeiras Visa e Mastercard serão as responsáveis pelos arranjos. Bancos como Itaú Unibanco, Santander, Inter, BTG e Sicredi estão habilitados, segundo apurou o Estadão/Broadcast.

Joias
Valor Econômico 
informa que o Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) e a Polícia Federal começam esta semana as investigações do caso envolvendo o presente de joias sauditas avaliadas em R$ 16,5 milhões para a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. O episódio levou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a pressionar auditores da Receita Federal para liberar ilegalmente as joias, que foram aprendidas em 2021 no Aeroporto de Guarulhos (SP).

Tribunal de Contas
A indicação da mulher do ministro da Casa Civil, Rui Costa, para o Tribunal de Contas da Bahia segue o padrão das nomeações para as cortes pelo país. Levantamento de O Globo aponta que dos atuais 232 conselheiros, 30% são parentes de políticos – sendo que alguns foram nomeados por seus próprios irmãos, sobrinhos ou cônjuges governadores. Especialistas alertam para o risco de falta de independência nas decisões sobre as contas de governantes.

O dólar comercial fechou sexta-feira em queda de 0,07%, cotado a R$ 5,20. Euro subiu 0,32%, chegando a R$ 5,53. A Bovespa operou com 103.865, alta de 0,52%. Risco Brasil em 246 pontos. Ontem, Dow Jones subiu 1,17% e Nasdaq teve alta de 1,97%.

Valor Econômico
Fazenda tem benefício no Carf com voto de minerva

O Estado de S. Paulo
Demissão voluntária cresce e já significa 30% dos desligamentos

Folha de S.Paulo
Desoneração da folha pode ser incluída na reforma

O Globo
Tribunais de contas acumulam indicações de parentes de políticos

Correio Braziliense
Mulheres chegam à idade mínima para se aposentar

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