Monitor – 31 de janeiro de 2023

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Informativo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
31/01/23 | nº 833 | ANO V |  www.cnc.org.br
A coluna Painel S.A. (Folha de S.Paulo) conta que o índice de confiança do empresário do comércio, medido pela FecomercioSP, recuou 4,4% em janeiro em relação ao mês anterior. Foi a segunda queda consecutiva no indicador. Na comparação anual, a redução chega a quase 5%.

Para a FecomercioSP, o resultado foi provocado por fatores como alto endividamento das famílias, juros elevados, pressão inflacionária e sinais da política econômica no governo Lula.
A entidade também aponta queda na intenção de expandir os negócios e no nível de investimento das empresas. Os dois marcadores tiveram recuo mensal de 6,1% e 23%, respectivamente, em janeiro.

A expectativa para a contratação de funcionários, por sua vez, subiu 1,3% neste mês, de acordo com a FecomercioSP.

Confiança
Valor Econômico 
registra que a confiança entre os empresários de serviços e de comércio começou 2023 em queda – e a tendência é que continuem caindo, apontam dois indicadores anunciados ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O Índice de Confiança do setor de Serviços (ICS) caiu 2,7 pontos em janeiro, para 89,5 pontos – menor pontuação desde fevereiro de 2022 (89,2 pontos). Já o Índice de Confiança do Comércio (ICC), por sua vez, caiu 4,4 pontos, no primeiro mês do ano, para 82,5 pontos menor patamar desde março de 2021 (72,5 pontos).

Um ambiente macroeconômico desfavorável ao consumo, com juros e inflação ainda em patamar expressivo e elevado endividamento das famílias, levou aos resultados, de acordo com Rodolpho Tobler, economista da FGV responsável pelos indicadores. Para o especialista, a queda nos indicadores é um “sinal de alerta” para a economia neste começo de ano, principalmente o recuo em serviços.

No caso de serviços, Tobler ressaltou importância das expectativas em baixa para o recuo do indicador. Nos dois sub-indicadores componentes do ICS, o Índice das Expectativas (IE) caiu 4,6 pontos, para 85,5 pontos, a menor pontuação desde março de 2021 (81,3 pontos). Já o Índice de Situação Atual (ISA) caiu 0,7 ponto, para 93,6 pontos.

Reforma tributária
O Estado de S. Paulo 
avança que o deputado Arthur Lira (PP-AL) já sinalizou que vai apoiar a reforma tributária para ser a marca da sua gestão no comando da Câmara, mas prefeitos das capitais e representantes dos setores mais resistentes à proposta querem negociar com o governo antes de a tramitação ser retomada no Congresso. A reforma é a agenda número 1 da equipe econômica no Congresso.

Superávit 
Principais jornais informam que o setor público consolidado brasileiro registrou um superávit primário de R$ 125,994 bilhões em 2022, no melhor fechamento anual desde 2011. O saldo acumulado em 12 meses equivale a 1,28% do PIB. Considerando esse indicador, o resultado foi o mais forte desde 2013, quando encerrou o ano em 1,71% do PIB. Em 2022, houve saldo positivo em todas as esferas da administração pública.

A melhora no resultado fiscal levou a dívida bruta do país a encerrar o ano em 73,5% do PIB, melhor resultado desde julho de 2017, quando a proporção estava em 73,2% do PIB. O dado representa uma melhora de 4,8 pontos percentuais em relação a dezembro de 2021, quando a dívida bruta estava em 78,3% do PIB.

Mercosul 
A Folha de S.Paulo informa que o presidente Lula afirmou ontem que pretende concluir o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul até o fim do semestre, mas disse que o texto precisa passar por mudanças.

Após reunião com o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, Lula disse ter conversado com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, sobre o tema na visita ao país vizinho. Para o brasileiro, a questão das compras governamentais é central para as negociações.

Viagens corporativas
Folha de S.Paulo 
informa que o  segmento de viagens corporativas recuperou o nível de faturamento pré-pandemia, embora esteja levando 20% menos passageiros do que antes, apontam dados da Abracorp.

A entidade, que reúne as empresas do setor, aponta que o segmento de viagens a trabalho movimentou R$ 1,06 bilhão em novembro de 2022, ante R$ 967 milhões no mesmo mês de 2019.

No acumulado de 2022, o faturamento somou R$ 11,2 bilhões. O valor foi quase o triplo de 2021, quando os ganhos ficaram em R$ 4,3 bilhões. Cerca de dois terços desta receita vem de bilhetes aéreos.

No entanto, o faturamento anual de 2022 ainda está bem abaixo do valor pré-pandemia em termos reais. Caso a receita de 2019 tivesse sido corrigida pela inflação registrada desde então, representaria hoje R$ 17,8 bilhões.

O setor tem levado menos passageiros: em novembro de 2022, foram emitidos 20% a menos de bilhetes aéreos para viagens corporativas do que no mesmo mês de 2019. Assim, a recuperação do faturamento ocorreu porque as viagens estão custando mais caro do que antes, especialmente as passagens de avião.

Embratur
Valor Econômico 
informa que o presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Marcelo Freixo, teve a primeira reunião em bloco com representantes do setor. Promovido pela Associação Comercial do Rio de Janeiro, seu reduto político, o encontro foi marcado por relatos de desmonte da empresa e perspectivas para o futuro.
Num contexto de poucos recursos, apontou Freixo, serão fundamentais a “qualidade do gasto” e a parceria com a iniciativa privada.

Combustível de avião
Painel S.A. (Folha de S.Paulo) 
relata que um dos setores mais interessados em uma revisão na política de preços da Petrobras, a aviação vem se reunindo com frequência com o novo governo para falar do tema que as companhias consideram hoje a sua principal dificuldade: o preço do chamado QAV, o querosene das aeronaves.

Nas primeiras semanas da gestão, a Abear (associação do setor) e executivos das aéreas se reuniram com os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Márcio França (Portos e Aeroportos), Daniela Carneiro (Turismo) e o presidente da Embratur, Marcelo Freixo. O setor esteve também com o secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, e o da Receita, Robinson Barreirinhas.

O objetivo ainda é apresentar a demanda das companhias para o novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia). Prates já anunciou que pretende rever a política de preços da estatal, sob o argumento de que a maior parte dos combustíveis consumidos no país é produzido em refinarias brasileiras.

Pix
O Globo 
conta que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Pix com função de crédito deverá ser lançado ainda em 2023. A declaração foi dada a empresários na sede da Fiesp, em São Paulo, após uma reunião de Haddad com o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto. Ao comentar a reunião com Campos Neto, que durou cerca de uma hora e meia, o ministro afirmou que foi instado pelo presidente do BC a destravar pautas que, segundo ele, estavam paradas por razões burocráticas no Executivo durante a gestão Jair Bolsonaro.

Americanas
O Globo 
mostra que a Americanas entrou com um recurso no Tribunal de Justiça do Rio pedindo que fornecedores de energia e de internet não possam cortar os serviços em suas operações por falta de pagamento. A varejista pede que seja adotada multa diária de R$ 100 mil caso as empresas cortem o fornecimento.

A varejista argumenta que os serviços de energia elétrica não poderiam ser interrompidos em razão do não pagamento de faturas que se deram antes do pedido de recuperação judicial. Folha de S.Paulo e Valor Econômico também noticiam.

Genocídio
Folha de S.Paulo e O Globo 
destacam em manchete que o ministro Luís Roberto Barroso (STF) determinou que a Procuradoria-Geral da República investigue possíveis crimes contra indígenas por parte de autoridades na gestão Bolsonaro.

A ordem também é válida para o Ministério Público Militar, o Ministério da Justiça e a Polícia Federal em Roraima. Na decisão, Barroso aponta falhas do antigo governo e classificou a crise sanitária do povo Yanomami como “gravíssima”.

Juscelino
O Estado de S. Paulo 
aborda que o hoje ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), apresentou à Justiça Eleitoral, durante sua campanha a deputado federal no ano passado, informações falsas para pagar com dinheiro público 23 supostas viagens de helicóptero. Ao prestar contas ao Judiciário, Juscelino informou que os voos foram feitos por “três cabos eleitorais” no Maranhão.

Bolsonaro
Folha de S.Paulo, O Globo 
e demais publicações reportam que o ex-presidente Jair Bolsonaro deu entrada no processo para trocar de visto nos Estados Unidos e permanecer no país, segundo o escritório de advocacia AG Immigration, responsável pela condução do caso. Com o fim do prazo para uso do visto oficial concedido a chefes de Estado, Bolsonaro agora quer permanecer na Flórida com visto de turista.

O dólar comercial fechou ontem em alta de 0,06%, cotado a R$ 5,11. Euro caiu 0,14%, chegando a R$ 5,54. A Bovespa operou com 112.273, queda de 0,04%. Risco Brasil em 255 pontos. Dow Jones caiu 0,77% e Nasdaq teve queda de 1,96%.

Valor Econômico
Private equity encolhe no mercado brasileiro

O Estado de S. Paulo
Ministro apresentou dados falsos sobre voos de helicóptero à Justiça

Folha de S.Paulo
Barroso manda apurar genocídio indígena na gestão Bolsonaro

O Globo
Supremo amplia investigação sobre genocídio contra ianomâmis

Correio Braziliense
‘O Fundo Constitucional é essencial para a autonomia do DF’

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