Monitor – 30 de janeiro de 2023

Compartilhe:

Informativo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
28 a 30/01/23 | nº 832 | ANO V |  www.cnc.org.br
Coluna do Broadcast (O Estado de S. Paulo, 29/01) contou que o índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu 3,6% em janeiro ante dezembro de 2022, para 119,0 pontos, de acordo com a CNC. Foi o segundo mês seguido de queda. A desaceleração da atividade econômica no País explica a retração.

Nota na coluna Mercado S/A (Correio Braziliense) registra que 30,3% das famílias brasileiras têm alguma dívida em atraso, segundo a CNC.

Reportagem do Correio Braziliense (29/01) sobre programação antecipada de brasilienses para viagens no carnaval citou que, segundo a CNC, estimativa é que o feriado movimente R$ 8,18 bilhões — 26,9% maior que no ano passado, quando a pandemia de covid-19 ainda era um receio para a população.

Pauta econômica
Manchete em O Globo destaca início das negociações intensas para a pauta econômica conduzida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com a posse dos novos deputados e senadores e as eleições para as Mesas Diretoras no Congresso.

O governo usará como primeiro teste da sua base aliada e da capacidade de articulação a votação da medida provisória (MP) que alterou regras do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

A MP prevê vantagem do Fisco em caso de empate nos julgamentos do Carf, e é criticada por empresários e tributaristas, devendo enfrentar resistências no Congresso. O governo calcula impacto de cerca de R$ 60 bilhões com ela.

Haddad também pretende tocar simultaneamente a criação de um novo arcabouço fiscal para o país e uma reforma tributária, que será fatiada. Ele montou uma secretaria liderada pelo economista Bernard Appy para conduzir o assunto.

Reforma tributária
O Estado de S. Paulo 
(29/01) ressaltou que a reforma tributária estará no topo da lista de prioridades da Câmara, que está com 45% dos assentos renovados. Especialistas ouvidos pelo Estadão disseram acreditar que o desafio será atuar de maneira propositiva na agenda econômica, sem ficar refém de “pautas-bomba”.

Consumo
O Estado de S. Paulo 
(29/01) afirma que, da indústria a prestadores de serviços, empresas começaram a desenhar produtos adequados para o bolso dos brasileiros das classes C, D e E na expectativa do retorno do consumo popular. As companhias admitem que há obstáculos, como inflação e juros altos. No entanto, enxergam vários motores a favor desse movimento. O reajuste real do salário mínimo e a manutenção de R$ 600 para o Bolsa Família devem injetar mais recursos na economia.

O governo também já indicou que deve lançar o “Desenrola”, um programa para a renegociação da dívida das famílias, e pode acabar com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos. Esses produtos também estão próximos de esgotar um ciclo de vida útil, iniciado há 10 anos.

Fundo para combustíveis
O Estado de S. Paulo 
assinala que o novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, conta com a criação de um fundo para tentar frear a alta dos preços dos combustíveis nas bombas. O objetivo é  reduzir o impacto da volatilidade dos derivados do petróleo, do gás de cozinha e do gás natural para o consumidor final. Especialistas alertam que o mecanismo deveria se restringir ao diesel devido ao alto custo para os cofres públicos.

A proposta já foi aprovada no Senado no início de 2022, com relatoria do próprio Prates, então senador (PT-RN). O projeto deve tramitar na Câmara com a retomada de atividades do Legislativo.

O Estado de S. Paulo acrescenta que texto em tramitação no Congresso que cria um fundo de estabilização para os combustíveis prevê a fixação de um preço de referência, a ser divulgado pela ANP, e ainda uma banda com valores mínimos e máximos.

Segundo o jornal, quando o preço de referência ultrapassasse o teto da banda, a diferença seria paga pela CEP a distribuidores e importadores, que praticariam preços abaixo dos de mercado.

Já em caso contrário, na baixa, a diferença entre a referência e o piso da banda seria incorporada ao fundo. No modelo, cada combustível teria uma conta específica.

Estadão também afirma que a aprovação do projeto que cria fundo de estabilização para os combustíveis ainda não é tratada com prioridade nas articulações do Planalto com o Legislativo, e tende a não sair nos primeiros 100 dias do terceiro mandato de Lula. As prioridades do governo estão na reforma tributária e na nova âncora fiscal.

O jornal menciona que eventual aumento do ICMS pelos estados e sanções europeias sobre derivados russos podem desencadear escalada nos preços.

ICMS
O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo 
(28/01) informaram que, em reunião com governadores, o presidente Lula disse que vai rediscutir com o Congresso a reposição das perdas de arrecadação do ICMS.

O presidente propôs criar uma comissão com representantes dos estados e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), para acompanhar o processo de mediação em curso no STF.

A Folha acrescentou que a compensação aos estados pelos cortes de ICMS pode custar à União até R$ 36,9 bilhões, segundo cálculos do Tesouro Nacional. “O governo federal fez uma série de estimativas do valor que seria devido a cada um dos 26 estados e o Distrito Federal e, no cenário menos extremo, a fatura ficaria em R$ 13,2 bilhões”.

Teto do ICMS
Valor Econômico 
noticia que teto da alíquota do ICMS em 12 estados subirá, entre março e abril, para compensar perda de receita com desoneração de combustíveis, energia e telecomunicações. Os dados são da IOB, empresa de serviços tributários, contábeis e jurídicos. A medida pode ser um fator de pressão inflacionária neste ano.

Será elevada a alíquota geral de seis estados da região Nordeste (Alagoas, Bahia, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe), cinco na Norte (Acre, Amazonas, Pará, Roraima e Tocantins) e um na Sul (Paraná).

Desoneração
No Valor Econômico, segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, não há no governo discussão sobre prorrogar mais uma vez a desoneração dos combustíveis. O corte de impostos federais sobre gasolina e etanol vai até o fim de fevereiro.

Ele disse ainda, em agenda com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), nesse sábado (28), que o Ministério da Fazenda está em diálogo com os estados para debater a recomposição do ICMS.

Meta da inflação
Folha de S.Paulo 
relata que as críticas abertas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à atual meta de inflação, mais baixa do que em suas gestões anteriores, deixaram o mercado em alerta sobre a possibilidade de revisão do objetivo a ser perseguido pelo BC em sua política de juros. A retórica do petista, contudo, ainda não gerou iniciativas práticas para uma mudança.

Segundo diferentes interlocutores do governo, não há até o momento nenhuma discussão técnica para uma alteração das metas de inflação.  O petista também tem reclamado dos juros elevados, que, segundo ele, contribuem para o alto endividamento das famílias e travam o consumo.

Superávit
O noticiário de sábado repercutiu que o Tesouro Nacional divulgou que as contas do governo federal fecharam o ano de 2022 com um superávit de R$ 54 bilhões. Foi o primeiro ano em que as contas federais encerraram no azul desde 2013.

Moeda comum
Valor Econômico 
revela pressão de analistas políticos e econômicos com a proposta de criação de uma moeda comum para o Mercosul. A viabilidade da ideia esbarra na disparidade entre Brasil e Argentina.

A esquerda latino-americana quer há muito reduzir a dependência histórica da região em relação aos Estados Unidos e vê uma moeda comum como maneira inteligente de reivindicar maior soberania econômica.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi coautor, no ano passado, de um documento que sugeria uma moeda comum chamada “sur” (sul).

Varejo de moda
Valor Econômico 
conta que o ano de 2023 deverá ser difícil para a indústria de moda, com a piora das condições macroeconômicas que já vinham alarmando companhias e clientes no segundo semestre de 2022. A conclusão é do estudo The State of Fashion 2023, feito pela consultoria McKinsey & Company e divulgado com exclusividade ao Valor. O levantamento, que ouviu 290 executivos globais entre agosto e outubro, mostra que o mercado deve se beneficiar de lições da pandemia, com investimento em gestão de estoques, digitalização e encurtamento das cadeias de produção.

Carnaval
Painel S.A. (Folha de S.Paulo) 
conta que segundo levantamento feito pelo Google, o feriado do Carnaval deve ser usado principalmente para o descanso. Em questionários online respondidos por 1.500 brasileiros com mais de 18 anos, um terço (33%) disse que não vai viajar durante a pausa do Carnaval e usará os dias para descansar.

Mesmo entre os que se preparam para pegar a estrada (10% dos entrevistados), a maioria, 43%, diz que vai viajar para descansar em destinos próximos à natureza. Desses, 23% têm planos de sair do país no período.

Dos entrevistados que vão viajar, 40% disseram que pretendem gastar menos neste ano, na comparação com 2022, principalmente porque estão cautelosos com as finanças (17%) ou porque a situação econômica piorou (12%). As cinco cidades que mais atraem interesse de quem usa a plataforma para buscas sobre o Carnaval são Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte e Recife.

Segundo o Google, 30% dos que responderam ao questionário disseram ainda não ter decidido o que farão nos dias de folia carnavalesca.

Americanas
Valor Econômico 
relata que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu dois inquéritos administrativos relativos ao caso Americanas. Neles, a autarquia vai investigar se houve uso de informação privilegiada e apurar eventuais irregularidades envolvendo as inconsistências contábeis divulgadas em 11 de janeiro. Pela complexidade do caso, a instauração de inquéritos era esperada.

Em outra frente, o jornal de economia avança que as dificuldades operacionais da Lojas Americanas – que entrou em processo de recuperação judicial depois de revelar um rombo de R$ 20 bilhões – começam a se refletir no dia a dia das lojas, embora o impacto ainda seja discreto.

O Valor visitou 16 unidades da rede em quatro capitais: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Recife. Em algumas delas, observou a falta de determinados itens nas gôndolas e frequência de clientes menor que a habitual. Funcionários disseram não ter sentido diferença em suas rotinas, mas manifestaram preocupação com o futuro da companhia, assim como muitos clientes. A Americanas acumula dívida de R$ 41,2 bilhões e quase 8 mil credores.

Congresso
Folha de S.Paulo 
(29/01) registrou que o Congresso retoma as atividades na próxima quarta-feira (1º) com foco em avançar em temas prioritários do governo Lula, como a reforça tributária e o arcabouço fiscal que vai substituir o teto de gastos.

Segundo o jornal, as mudanças no sistema tributário são o principal esforço de governo e Congresso. “No Fórum Econômico Mundial, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) defendeu que as alterações sejam votadas ainda neste primeiro semestre”.

O ministro já se encontrou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para discutir a reforma.

Senado
No sábado (28/01), Folha de S.Paulo destacou a disputa pela presidência do Senado, que ocorre nesta semana. Aliados do senador Rogério Marinho, ex-ministro de Jair Bolsonaro, tentam superar o favoritismo de Rodrigo Pacheco.

Para ganhar do atual presidente da Casa, eles apostam no apoio de partidos rachados e em traições. Atualmente, Marinho conta com 23 votos tidos como certo, contra 39 votos de Pacheco.

Câmara
Manchete da Folha de S.Paulo de domingo pontuou o encaminhamento da reeleição de Arthur Lira para a presidência da Câmara dos Deputados. A pauta relatou a movimentação de Lira para mais próximo do presidente Lula, o que pode acarretar em mais dois anos na presidência da Casa. O pleito é na próxima quarta.

Educação
Manchete de Folha de S.Paulo expõe que durante o governo Jair Bolsonaro, entre 2020 e maio de 2022, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) fez empenhos fracionados para obras de educação que somam R$ 8,8 bilhões.

Segundo auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), o valor é 14 vezes superior ao que estava previsto no orçamento de 2021. O TCU aponta que o FNDE ignorou critérios técnicos, cita crimes e pede encaminhamento do caso à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal.

O dólar comercial fechou sexta-feira em alta de 0,74%, cotado a R$ 5,11. Euro subiu 0,56%, chegando a R$ 5,55. A Bovespa operou com 112.316, queda de 1,63%. Risco Brasil em 257 pontos. Dow Jones subiu 0,08% e Nasdaq teve alta de 0,95%.

Valor Econômico
Gasto com salário de deputados sobe e aperta caixa de 23 Estados

O Estado de S. Paulo
Censo conturbado coloca em risco a qualidade dos dados

Folha de S.Paulo
Governo Bolsonaro inflou 1.300% verba de obra do MEC

O Globo
Pauta de Haddad é teste para base aliada no Congresso

Correio Braziliense
Lira vê vitória na Câmara. Polarização marca Senado

Leia também

Rolar para cima