Monitor – 29 de setembro de 2021

Texto afirma que os juros em alta para combater a inflação trazem como efeito colateral o encarecimento do crédito e complicam a situação da elevada parcela de endividados. Quase 73% das famílias tinham alguma dívida em agosto, segundo pesquisa da CNC.

A coluna Comércio em Pauta, produzida pela CNC, é publicada hoje no Correio Braziliense. Conteúdo destaca que a Confederação, que está na Presidência Pro Tempore do Conselho de Câmaras de Comércio do Mercosul (CCCM), e a Associação das Câmaras de Comércio e Indústria Europeias (Eurochtunbrcs) assinaram, no dia 22 de setembro, um documento conjunto em apoio à ratificação do acordo de livre comércio entre Mercosul União Europeia.

“Estamos expressando publicamente nosso apoio à assinatura do acordo entre os dois blocos, com a crença no aumento significativo do fluxo comercial, consolidando a participação de empresas sul-americanas e europeias nos respectivos mercados e acelerando o processo de transferência de tecnologia. Ao mesmo tempo, o acordo estabelecerá o vínculo estratégico, político, cultural e econômico permanente entre os dois blocos, o que facilitará o acesso a bens, serviços e investimentos por meio da redução e eliminação de restrições”, afirmou o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Texto também informa que o Sesc completa 75 anos, com forte presença em todo Brasil, e destaca as Competições Senac de Educação Profissional.

O veículo cita que o ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou a indústria brasileira e questiona a contribuição do setor na discussão. Coronel alega que Guedes foi “infeliz” e que “isso é chutar a canela do seu parceiro”.

O senador defende que “o parque industrial brasileiro vem se renovando a cada dia, buscando tecnologia e novos projetos”.

Benefícios
Valor Econômico assinala que a Câmara dos Deputados aprovou ontem, por 416 votos a 22, projeto de lei que prorroga por mais dez anos os benefícios fiscais concedidos pelos estados para atrair empresas de comércio.

Além disso, foram entendidos, por mais sete anos, incentivos fiscais vinculados ao ICMS para incremento das atividades portuárias e aeroportuárias para comércio internacional, e por 12 anos para os produtos agropecuários in natura. O projeto será analisado no Senado.

Mercado financeiro 
É destaque nos principais jornais que os sinais de que a pressão inflacionária global resultará em elevação dos juros básicos e retiradas de estímulos econômicos nos EUA, mesmo com as ameaças ao crescimento mundial devido à covid-19 e às crises imobiliária e energética na China, fizeram os principais mercados de ações cair ontem. Alguns analistas voltaram a falar na possibilidade de uma estagflação.

A Bolsa brasileira caiu 3,05%, fechando a 110.123 pontos. O dólar subiu 0,87%, a R$ 5,4260. O Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq fecharam com quedas de 1,63%, 2,04% e 2,83%, respectivamente. O cenário de queda se repetiu nos mercados europeus, com destaque para os recuos nas Bolsas de Londres (-0,50%), Paris (-2,17%) e Frankfurt (-2,09%).

Copom 
Imprensa registra que o Copom avaliou custos e benefícios de acelerar o aperto monetário, mas, segundo ata da reunião divulgada ontem, concluiu que o nível atual é “efetivamente contracionista” e adequado para levar a inflação para a meta em 2022 e 2023. Na ata, sugeriu que, o ciclo de alta pode ser mais longo e terminar em patamares mais elevados para levar a inflação à meta.

Na semana passada, o BC elevou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, para 6,25% ao ano. Após a divulgação da ata, as projeções no mercado para a Selic aumentaram de 8,5% para 9% no fim de 2022, mas há analistas que apostam em alta ainda maior.

Combustíveis
Principais jornais reportam que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), reunirá os líderes de partidos governistas hoje para discutir “medidas alternativas” para reduzir o valor dos combustíveis e do gás de cozinha. Ao anunciar a reunião ontem, ele criticou a política de preços da Petrobras, mas, em evento ao lado do presidente Jair Bolsonaro, se alinhou ao Executivo federal e direcionou seus ataques aos governadores, prometendo votar projeto para unificar o ICMS dos combustíveis.

Conforme o Valor, o anúncio pegou aliados e líderes partidários de surpresa. O acordo costurado há meses e informado inclusive no plenário da Câmara é desidratar o projeto do ICMS, com a rejeição da alíquota única para o imposto estadual.

Ao lado de Bolsonaro, Lira afirmou que os mais humildes estão pagando a conta pela arrecadação crescente dos Estados. Um líder partidário, sob a condição de anonimato, disse que a fala era um “discurso de palanque” e que não acreditava que o presidente da Câmara romperia o acordo feito com todos os partidos e o governo em torno do projeto, mas que esperaria a reunião de hoje, às 12 horas.

Imprensa acrescenta que a partir de hoje o preço médio de venda do diesel nas refinarias da Petrobras passará de R$ 2,81 para R$ 3,06 – uma alta de 8,89%. Esse foi o primeiro reajuste no diesel em 85 dias. A companhia explicou que o aumento reflete parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo e da taxa de câmbio. Segundo a nota divulgada pela empresa, a Petrobras evita o repasse imediato para os preços internos devido à volatilidade externa por eventos conjunturais.

Pix 
Imprensa noticia que, a partir de 16 de novembro,  bancos poderão reter operações suspeitas de fraude no Pix por até 72 horas. “A opção irá permitir que a instituição realize uma análise de fraude mais robusta, aumentando a probabilidade de recuperação dos recursos pelos usuários pagadores que foram vítimas de algum crime. Sempre que o bloqueio cautelar for acionado a instituição deverá comunicar imediatamente ao usuário recebedor”, justificou o BC.

Coronavírus
O Estado de S. Paulo relata que a ONU sugeriu 55 medidas para o Brasil superar a crise provocada pela covid-19 e promover a recuperação em curto e longo prazo. As prioridades são reabertura de escolas com segurança, renda básica universal, conexão à internet para crianças e linha de crédito verde

O relatório “Covid-19 e Desenvolvimento Sustentável: Avaliando a crise de olho na recuperação”, produzido por agências da ONU e da Opas analisa repercussões do coronavírus em diversos setores, como saúde, educação, economia e meio ambiente. Em contrapartida, também afirma que o processo de recuperação representaria uma “oportunidade histórica para se reimaginar as sociedades” e “alcançar um futuro melhor para todas e todos”.

O Brasil registrou 15.395 casos de covid-19 e 793 mortes causadas pela doença ontem, segundo o Ministério da Saúde. Com os novos diagnósticos de covid-19 confirmados, o total de pessoas contaminadas desde o início da pandemia chegou a 21.381.790. A soma de pessoas que perderam a vida para a doença alcançou 595.446.

Mundial
O Estado de S. Paulo conta que uma das 20 maiores redes do País, a Supermercados Mundial ficou conhecida entre os cariocas por ter preços mais baixos e por não aceitar cartão de crédito – só pagamento à vista, de preferência em dinheiro. E, no que depender das famílias controladoras, a terceira geração à frente do negócio, muito pouco vai se mexer na estratégia do negócio, que continuará a focar nos mercados da capital fluminense e de Niterói. Na pandemia, porém, a empresa cedeu um pouco para viabilizar os pagamentos digitais.

Sérgio Leite, diretor comercial do Mundial, afirma que a recusa pelo cartão é uma questão financeira, pois o custo de operação com cartão de crédito espreme o lucro. Para ele, clientes fidelizados topam o pagamento à vista em troca de produtos mais baratos. Sobre os novos meios de pagamento, ele afirma que foi uma “exigência” do mercado. “Vimos que o cliente perguntava, fazia questão de usar. Então, negociamos as taxas e começamos a aceitar”, explica.

Inflação e consumo
Reportagem do Valor Econômico detalha que entre as maiores economias desenvolvidas e emergentes, que formam o G20, o Brasil só tem inflação menor que a Argentina e a Turquia, conforme dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Economico (OCDE). Globalmente, a inflação pode fechar o ano em 3,8%, num salto comparado a 2,5%, pelas projeções do banco UBS.

Assim, o cenário na maior parte dos países é de inflação em alta, juros subindo e encarecendo o crédito, cadeias de suprimento com gargalos e a pandemia ainda dificultando a circulação das pessoas. Os efeitos sobre o consumo variam. Há consumidores que querem comprar, mas não acham o produto, e há aqueles que desistem pois os preços subiram muito, como ocorreu em agosto no Brasil, com TVs e notebooks.

Vetos
Em chamada de capa, a Folha de S.Paulo mostra que vetos do presidente Jair Bolsonaro derrubados em série nesta semana, além do fatiamento e do adiamento de votações para evitar uma derrota nos projetos considerados mais relevantes, expuseram as dificuldades do governo em negociar acordo com líderes do Legislativo. Só na segunda-feira (27), o Congresso derrubou 12 vetos do presidente, uma situação atípica na relação entre Executivo e parlamentares em gestões anteriores.