Monitor – 28 de setembro de 2021

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Informativo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
28/09/21 | nº 501 | ANO III |  www.cnc.org.br
Reportagem do Valor Econômico afirma que não é de hoje que o Natal no varejo tem sido de desempenho instável, e em 2021, o cenário volta a ser de visibilidade baixa e projeções cautelosas. Neste ano, se o avanço da vacinação acelera o tráfego nas lojas, a falta de insumos para produção e a escalada da inflação e dos juros pesam contra a expansão do consumo.

A princípio, pelo quadro atual, essa piora da conjuntura econômica tem levado a projeções de alta de um dígito baixo nas vendas de bens duráveis em dezembro sobre 2020, dizem consultorias e redes varejistas. Essas contas ficam mais claras agora porque, após setembro, pedidos de compras firmes passam a ser fechados.

Para a área econômica da CNC, a projeção é de alta de 3,8% nas vendas (em volume) no Natal frente a 2020, considerando produtos em geral, e não apenas bens duráveis. Caso atinja essa expansão, o comércio deve recuperar a perda do ano da pandemia, mas isso tem explicação pelo próprio efeito estatístico, com a base fraca de comparação de 2020, lembra a entidade.

Esses dados são projetados pela CNC considerando a pesquisa mensal do comércio do IBGE. Para Fábio Bentes, economista da entidade, uma alta de 3,8% no Natal “não é um desempenho ruim olhando o passado recente com alguns altos e baixos, mas é preciso lembrar que os anos anteriores não foram espetaculares”, diz. “E a comparação de 2020 é afetada pelo comportamento do consumidor, que praticamente não teve período de festas no ano passado.”

Bentes lembra que um indicador positivo nesse cenário é a redução do “gap” entre a curva de circulação de consumidores em praças centrais do comércio no país e o ritmo de vendas. Esse índice de circulação é acompanhado pela ferramenta Google Mobility. “De maio para junho, esse ‘gap’ entre as duas curvas vem diminuindo mais, apesar de existir, ainda em agosto, um movimento de clientes 12% abaixo do nível pré-pandemia”, afirma.

G1SP 2ª Edição (TV Globo) e GloboNews informam que um levantamento da CNC estima que 25.550 trabalhadores temporários sejam contratados neste fim de ano no estado de São Paulo para reforçar equipes de venda. As novas vagas devem ser criadas especialmente na área de vestuário e calçados, segundo a CNC. O número de temporários, se confirmado, deve ser 36% maior que o verificado no ano passado. A maior procura é por vendedores e operadores de caixa. Para o economista da CNC, Fabio Bentes, o aumento nas vagas para o Natal e Ano Novo deve ocorrer por conta de “uma maior movimentação de consumidores e um maior fluxo de consumidores nas lojas do comércio”.

TV Band News também aborda o assunto, apresentando dados nacionais, como a previsão de contratação de 94 mil pessoas em regime temporário nos próximos meses.

Artigo de Taís Braga no Correio Braziliense menciona pesquisa da CNC que mostra que a expectativa do setor para as festas do fim do ano é de contratar mais de 94 mil fundonários temporários para o atendimento dos consumidores.

Crédito 1
Principais jornais relatam que a Caixa lançou ontem uma modalidade de crédito com empréstimos que vão de R$ 300 a R$ 1.000 que poderão ser contratados diretamente no celular. A modalidade estará disponível para 100 milhões de clientes que possuem conta digital no aplicativo Caixa Tem.

A partir de 8 de novembro, novos clientes também poderão contratar esse tipo de empréstimo. A taxa de juros é de até 3,99% ao mês, com pagamento em até 24 vezes, acima do praticado no mercado. Segundo dados do BC, ontem a taxa média do sistema bancário estava em 1,45% ao mês, e o crédito pessoal geral, de 2,42% mensais.

Crédito 2
Valor Econômico 
afirma que o mercado de crédito, que vinha sendo um dos principais suportes da recuperação econômica, dá sinais de que pode estar em um momento de inflexão. Com o fim dos programas emergenciais implementados no ano passado, o ritmo do saldo de operações para empresas desacelera há sete meses seguidos.

O estoque para famílias ainda cresce mas com inflação e juros em alta e as projeções para a atividade perdendo força, analistas dizem que esse segmento também deve começar a perder força.

Inadimplência
Coluna do Broadcast (O Estado de S.Paulo) 
conta que a inadimplência entre pequenas e microempresas cedeu em agosto, conforme o Serasa Experian, que considera a queda um reflexo dos R$ 5 bilhões liberados pelo governo para o Pronampe. O número de PMEs em situação de inadimplência em agosto era de 5,33 milhões, 0,9% abaixo de julho e 3% inferior a agosto de 2020.

Valor Econômico  acrescenta que o ano de 2022 deve ser marcado pelo aumento da inadimplência nos pagamentos da cadeia de produção no Brasil, segundo a Intrum, empresa europeia de gestão de crédito e ativos. Cerca de 70% das 700 empresas ouvidas em pesquisa afirmam que a inadimplência deve saltar nos próximos meses. Já 76% delas afirmam que a recessão “é iminente no Brasil”.

Do total de companhias, 88% já esperam algum impacto negativo em seus negócios. Os setores mais receosos são os de consumo, em que 95% esperam desaceleração, e construção civil e imobiliário, com 93%. A pesquisa ouviu 700 empresas. O setor mais representativo foi o de serviços financeiros (14% de participação), seguido por consumo e varejo (13%) e tecnologia e telecomunicações (12%).

Auxílio emergencial
O Estado de S. Paulo 
noticia que a um mês do fim do auxílio emergencial, o governo já discute a possibilidade de prorrogar o benefício. O ministro da Cidadania, João Roma, afirma que o tema “está na mesa”, embora nenhuma decisão tenha sido tomada. “É preciso que haja um esforço do Estado brasileiro para proteger 25 milhões de cidadãos”. Segundo Roma, embora os casos de covid-19 e mortes pela doença tenham diminuído, na esteira da vacinação, os impactos da crise permanecem. “A pandemia acabou, mas seus efeitos sociais não”, diz.

Imposto de Renda
O Estado de S. Paulo 
noticia que o senador  Ângelo Coronel (PSD-BA), relator da reforma do Imposto de Renda no Senado, disse à reportagem que, com ele, “não funciona pressão” ao tratar sobre acelerar apresentação de seu relatório na Comissão de Assuntos Econômicos.

O diário paulista acrescenta que, depois da primeira reunião de trabalho, ontem, com o ministro Paulo Guedes, Coronel rechaçou possibilidade de correr com o processo para atender a pedido do governo.

O Executivo amarrou a aprovação do projeto ao financiamento em 2022 do novo programa Bolsa Família, o Auxílio Brasil. Já o senador informou que espera apresentar o relatório no final de outubro depois de ouvir todos os setores empresariais.

O Globo avança em frente semelhante.

Inflação
Folha de S.Paulo relata que, segundo pesquisa Focus, divulgada ontem pelo Banco Central, o mercado deu sequência ao aumento das expectativas para a inflação neste ano pela 25ª semana consecutiva, além de permanecer o crescimento menor da atividade econômica em 2022.

De acordo com o levantamento, a projeção agora para a alta do IPCA em 2021 é de 8,45%, de 8,35% na semana anterior. Para 2022, a conta também subiu e foi a 4,12%, de 4,10% antes.

Combustíveis
Manchete da Folha de S.Paulo expõe que executivos da Petrobras vieram a público garantir que a política de preços será mantida, horas após Jair Bolsonaro citar os combustíveis como um dos fatores de pressão para a inflação. “Não há mudança na política de preços da Petrobras”, afirmou o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna. Ele avalia que é preciso esclarecer a sociedade a respeito da participação da estatal nos preços.

Valor Econômico e O Globo também abordam o assunto.

Coronavírus
O Estado de S. Paulo 
destaca em manchete que, apesar das críticas do presidente Jair Bolsonaro, a exigência de apresentação de comprovante de vacinação para acesso a espaços coletivos públicos avança e está implantada em pelo menos 249 cidades brasileiras, de acordo com levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM). A pesquisa, feita entre 20 e 23 de setembro, ouviu 2.461 gestores municipais. Como a entidade congrega mais de 5 mil municípios, o presidente Paulo Ziulkoski avalia que o número seja maior. A Região Norte é a que tem mais cidades que exigem passaporte de vacinação (20,7%). O Sudeste, a que tem menos (6,6%).

O Brasil registrou ontem 14.423 casos de covid-19 e 210 mortes causadas pela doença. Com os novos diagnósticos de covid-19 confirmados, o total de pessoas contaminadas desde o início da pandemia chegou a 21.366.395 e as mortes alcançaram 594.653 pessoas.

Bares e restaurantes
Painel S.A. (Folha de S.Paulo) 
registra que grandes redes de restaurantes afirmam que vinham tentando segurar o repasse do aumento dos custos para os consumidores, mas chegaram no limite com a inflação da alimentação do setor de food service acima de 13% em 12 meses, segundo a ANR (associação de restaurantes).

A entidade, que reúne empresas como McDonald’s e Burger King, diz que não há como definir um padrão de acréscimo, mas as redes estão tentando repassar um valor abaixo da alta dos insumos.

Consumo
Valor Econômico 
destaca que os brasileiros enfrentam há 16 meses, desde o início da pandemia, uma alta de preços do arroz e feijão acima de dois dígitos no acumulado de 12 meses. A situação piora quando se considera que o gás de botijão, que subiu em média 29% em 12 meses, já ultrapassa os R$ 100 em algumas regiões. O levantamento foi feito pela FGV, a pedido do Valor, com base nos preços do varejo nos Índices Gerais de Preços (IGPs).

Com a elevação dos preços, uma redução ou mesmo a retirada do arroz com feijão da dieta das famílias de menor renda é mais uma ameaça à segurança alimentar desse segmento da população, afirma Francisco Menezes, ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).

Mil dias
A solenidade comemorativa aos mil dias do governo de Jair Bolsonaro é destaque no noticiário desta terça-feira (28). Contendo o desgaste institucional, o presidente adotou um tom conciliador no discurso. Ao citar a maciça presença de militares em seu governo, disse que caso desse uma “ordem absurda”, estes não a cumpririam.

Manchete de O Globo destaca que, ao comentar a inflação, Bolsonaro disse que “nada está tão ruim que não possa piorar”, mas que estudava formas de tentar baixar o preço dos combustíveis, que pressionam os índices.

Entretanto, horas depois, executivos da Petrobras deram entrevista coletiva onde afirmaram que manterão a política de preços, que ainda devem subir, como relata a manchete da Folha de S.Paulo.

Bolsonaro
O Globo 
noticia que o presidente Bolsonaro intensificou conversas com o PTB para seu ingresso. Negociador pela família, o senador Flávio Bolsonaro expôs queo pai quer indicar candidatos a cargos majoritários em estados-chave e que o presidente da sigla, Roberto Jefferson, preso por ataques ao STF, modere discurso.

O Valor acrescenta que o ingresso do presidente Jair Bolsonaro no PP, estimulado pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente licenciado da sigla, provoca resistências de alas do partido, que têm demonstrado maior disposição em dialogar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou até mesmo com nomes da chamada terceira via para definir composições para a disputa eleitoral do ano que vem.

O dólar comercial fechou ontem em alta de 0,66%, cotado a R$ 5,37. Euro subiu 0,5%, chegando a R$ 6,29. A Bovespa operou com 113.583 pontos, queda de 0,27%. Risco Brasil em 320 pontos. Dow Jones subiu 0,21% e Nasdaq teve queda de 0,81%.
Valor Econômico
Setor de saneamento vive expansão inédita no país

O Estado de S. Paulo
Passaporte da vacina já é exigido em pelo menos 249 cidades

Folha de S.Paulo

Petrobras contradiz Bolsonaro e afirma que preço deve subir

O Globo
‘Seja lá quem ganhe, vai pegar o país em frangalhos’

Correio Braziliense

Caixa abre linha de microcrédito para mais necessitados

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