Monitor – 24 de setembro de 2021

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, diz que a escassez hídrica coincide com a expectativa de retornada da economia: “É natural que isso gere alguns alertas. Daí a importância de ouvir aqueles que estão diretamente envolvidos nesse processo. O debate foi muito positivo para conhecermos melhor as ações que estão sendo realizadas. O desempenho do setor produtivo e da economia vai depender muito do sucesso na gestão desse risco da nossa matriz energética”.

Nova CPMF
Valor Econômico publica que, segundo fonte, a “solução global para a desoneração da folha que está em construção no Ministério da Economia contempla a criação de uma contribuição sobre transações com alíquota de 0,1%”.  jornal ressalta que o presidente Jair Bolsonaro é o “principal opositor à ideia” e a iniciativa de uma “nova CPMF” teria que partir do Legislativo.

Conforme Valor, a equipe econômica do governo tem costurado o tema com o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), que relatou projeto que prorroga até 2026 a desoneração da folha salarial para 17 setores intensivos.

Reforma administrativa
Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo relatam que a reforma administrativa avançou na Câmara, com possibilidade de parceria privada para execução de serviços públicos, aposentadoria integral para policiais e previsão de contratos temporários de até 10 anos. O texto-base do  deputado Arthur Maia foi aprovado ontem na comissão especial.

A proposta mantém a estabilidade a todos os servidores públicos, mas prevê demissão para funcionários com avaliação negativa de desempenho em um processo julgado por um colegiado. Deputados vão agora votar os 21 destaques protocolados e, após essa fase, a PEC vai ao plenário da Câmara.

Arrecadação federal
Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo informam que a  Receita registrou  arrecadação de R$ 146,5 bilhões em agosto, recorde para o mês, já considerando números atualizados pela inflação. O resultado representa crescimento real de 7,25% na comparação com agosto de 2020. Em relação ao mesmo período de 2019, quando não houve impacto da pandemia, os dados de agosto de 2021 registraram alta real de quase 9%.

No acumulado de janeiro a agosto, a arrecadação de impostos somou R$ 1,199 trilhão. Isso significa uma alta real de 23,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, e também recorde na série histórica iniciada em 1995.

Estados
Manchete do Valor Econômico traz que a alta dos preços, sobretudo dos combustíveis e das tarifas, tem ajudado os Estados a recompor as receitas com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) neste ano. De janeiro a agosto de 2021, o recolhimento do tributo no agregado dos Estados alcançou R$ 409,7 bilhões, alta nominal de 29,7% em relação ao mesmo período de 2020. Em 12 meses até agosto, a inflação medida pelo IPCA atingiu 9,68%; no acumulado do ano, o aumento foi de 5,67%.

B3
Imprensa noticia que militantes de movimentos sociais, liderados pelo MTST, ocuparam ontem a B3 em protesto contra a política econômica do governo Jair Bolsonaro e o aumento da fome e da desigualdade social no país. Os manifestantes atacaram também a alta da inflação, o preço dos alimentos e o crescimento do desemprego. A B3 disse que a manifestação “ocorreu de forma pacífica”, sem “impacto para as operações de mercado”.

Coronavírus
Valor Econômico conta que o presidente Jair Bolsonaro criticou ontem a vacinação em adolescentes de 12 a 17 anos um dia após o Ministério da Saúde ter recuado da norma técnica que vetava a imunização nessa faixa etária. Ele disse que conversará sobre o tema com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que não pôde retornar com ele de Nova York por estar infectado com a covid-19.

Segundo o Ministério da Saúde, foram registrados entre quarta e quinta-feira 24.611 casos de covid-19 e 648 mortes por causa da doença. Com os novos diagnósticos de covid-19 confirmados, o total de pessoas contaminadas desde o início da pandemia chegou a 21.308.178. Já o número de mortes alcançou 592.964 pessoas.

De acordo com o levantamento, o que os consumidores mais têm vontade de fazer é ir ao cinema (57%), frequentar bares e restaurantes (65%) e fazer compras em lojas físicas (40%). Durante a pandemia, 79%, 65% e 60% das pessoas, respectivamente, deixaram de realizar essas atividades.

Consumo
Valor Econômico conta que, depois de quase dois anos cercado por telas e dados, o consumidor está emergindo da pandemia mais desconfiado das marcas, e também cansado de polêmicas e polarização.
Segundo pesquisa do grupo de publicidade Havas, um dos 10 maiores do mundo, 71% de 395 mil entrevistados em 30 diferentes países estão cansados de promessas vazias das marcas e 75% pouco se importariam se elas desaparecessem.

“É uma chamada importante para as empresas despertarem para uma novo cenário do consumo”, diz Erh Ray, CEO da BETC/Havas no Brasil. “Os jovens especialmente estão muito informados e atentos”. O executivo diz que “há um patrulhamento das marcas, os mais jovens, que já nasceram com chip, querem saber se o produto é poluente, de onde vem, e como é feito”.

Pets 
No suplemento Eu&Fim de Semana, Valor Econômico chama atenção para o crescimento do setor pet no Brasil. Com o afastamento de parentes, amigos e colegas de trabalho iniciado nos meses mais duros do isolamento social, muita gente que mora sozinha passou a conviver única e exclusivamente com o próprio cachorro, o que aqueceu este mercado.

Pelas contas do Instituto Pet, o segmento no país faturou R$ 40,8 bilhões em 2020. Pet shops de pequeno e médio porte, aqueles com no máximo 19 funcionários, foram responsáveis por 48,4% desse montante (R$ 19,7 bilhões). Clínicas e hospitais veterinários responderam por 17,9% (R$ 7,3 bilhões). Demais representantes do setor, a exemplo de megarredes como Cobasi e Petz, contribuíram com os 33,7% restantes (R$ 13,8 bilhões). O faturamento das lojas on-line do setor em 2020 foi de R$ 1,6 bilhão, e até pet shops acanhados resolveram investir em canais digitais como o Instagram para sobreviver na pandemia.

Protestos
Painel S.A. (Folha de S.Paulo) afirma que o protesto realizado pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e pela frente Povo Sem Medo na Bolsa pode ser o prenúncio de outras manifestações em locais como supermercados, farmácias e padarias.

Quem faz essa previsão é Ricardo Patah, presidente da UGT, segunda maior central sindical, que no início do governo Bolsonaro, em 2019, se opôs ao projeto de greve geral contra a reforma da Previdência e defendia diálogo com o presidente na época.

Folha também relata que a Prevent Senior, alvo de denúncias na CPI da Pandemia, nega ter comprovado a eficácia da hidroxicloroquina no tratamento da Covid. O presidente-executivo da empresa, Fernando Parrillo, disse que o estudo, citado por Jair Bolsonaro e outros defensores da cloroquina, não seguiu padrões científicos de controle e não provou sua eficiência.