Copom
Manchete do Valor e principais jornais informam que o Cupom ignorou a pressão do governo e de empresários pela redução da Selic e manteve a taxa em 13,75% ao ano pela sétima vez consecutiva. A decisão confirma as projeções do mercado, mas o comunicado do colegiado frustrou as expectativas ao não indicar um corte dos juros na próxima reunião, em agosto.
Por outro lado, o comitê retirou do documento o aviso de que não hesitará em subir os juros caso a queda da inflação não ocorra da forma esperada, fechando a porta para uma nova elevação.
Arcabouço fiscal
Jornais informam que o Senado aprovou ontem, por 57 votos a 17, o projeto do novo arcabouço fiscal. O texto, no entanto, terá que voltar à Câmara para que os deputados analisem as emendas feitas pelos senadores.
A principal mudança, apresentada pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), evita um corte de R$ 32 bilhões no projeto de lei orçamentária anual (PLOA) de 2024. O valor é a diferença entre o projeto original do governo, que considerava a inflação até dezembro para corrigir o piso de despesas, e a proposta aprovada na Câmara, que faz o cálculo com base na inflação dos 12 meses até junho.
A votação da nova regra pelos deputados só deve ocorrer daqui a pelo menos duas semanas.
Reforma tributária 1
O Globo conta que, em reuniões fechadas, o relator da reforma tributária na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), deu detalhes sobre o texto que deve ser apresentado nesta semana.
Ribeiro tem afirmado que os setores de saúde, educação e o agronegócio terão imposto equivalente a 50% da alíquota cheia do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), ainda que o percentual não tenha sido definido e seja alvo de debates.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou que o principal entrave à reforma, que é a constituição de fundo de compensação aos estados com aporte da União, não é um obstáculo.
Reforma tributária 2
Valor mostra que, depois da aprovação da reforma tributária, as empresas passarão a receber uma espécie de declaração pré-preenchida dos tributos sobre consumo, algo parecido com o que é feito com a declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).
A tarefa de apurar o valor dos impostos passará a ser realizada pela Receita Federal e pelo Conselho Federativo, uma instância de estados e municípios que será criada para gerir o IBS.
Reforma tributária 3
Folha e O Globo repercutem declaração do ministro Fernando Haddad de que, sem a reforma tributária, fica difícil gerenciar a regra fiscal. “A reforma tributária é um dos pressupostos da regra fiscal porque ela traz segurança”, avaliou.
Empresas
Puxado por companhias sem empregados, o número de empresas cresceu no país em 2021, assim como o de pessoal ocupado, mas o salário médio real recuou, mostram novos dados divulgados pelo IBGE.
O número de empresas no país avançou 5,8% em 2021, para 5,75 milhões, a maior alta desde 2019 (6,1%). Já o contingente ocupado assalariado cresceu 4,9%, para 47,62 milhões de pessoas, o ritmo mais forte desde 2011 (5,1%). Foram 2,2 milhões de trabalhadores a mais que se inseriram no mercado. O crescimento foi além de apenas recuperar as perdas de 2020, quando houve queda de 1,8%.
Apesar da forte expansão, o movimento foi acompanhado por queda de 2,6% do salário médio real na passagem entre 2020 e 2021, de R$ 3.353 para R$ 3.266. Registro do Valor.
Trabalho escravo
O Globo reporta que número de trabalhadores resgatados em condição análoga à escravidão este ano no país já é o maior para o primeiro semestre em 12 anos, considerando os dados oficiais até o último dia 14 de junho.
Conforme levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego, foram 1.443 pessoas encontradas nessas condições, o maior número desde o primeiro semestre de 2011, quando foram 1.464 resgatados.
O número também representa quase o dobro dos registros dos seis primeiros meses de 2022, quando o total foi de 771 trabalhadores. |