Monitor – 2 a 4 de abril de 2022

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Informativo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
02 a 04/04/22 | nº 626 | ANO IV |  www.cnc.org.br
Folha de S.Paulo (03/04) trouxe um levantamento exclusivo da CNC que mostra que apenas 3 de 10 segmentos do varejo apresentaram variação positiva no volume de vendas em janeiro deste ano na comparação com fevereiro de 2020 —o último mês completo antes da crise sanitária. Entre móveis e eletrodomésticos, a queda é de 12,3%; informática e comunicação, de 14%.

“A elevação dos preços desses produtos é o primeiro fator a prejudicar o desempenho desses segmentos em 2022”, disse o economista da entidade, Fabio Bentes. “Um segundo problema é que houve um certo esgotamento do ciclo de consumo de bens duráveis. A partir de junho de 2021, móveis e eletrodomésticos começaram a ter meses de quedas ou de baixos crescimentos, e o varejo tem dificuldade para sustentar o nível de antes.”

Artigo do editor-executivo do Valor Econômico, Sergio Lamucci, afirma que a alta das commodities afeta a economia brasileira em várias dimensões, e com impactos conflitantes.

Para ele, o eventual impulso à atividade tende a ter fôlego curto, uma vez que o impacto defasado da alta forte dos juros vai bater sobre a economia no segundo semestre deste ano e no ano que vem. O custo de empréstimos e financiamentos vai aumentar, num cenário em que a parcela das famílias com alguma dívida atingiu o recorde de 77,5% em março, segundo pesquisa da CNC.

O Globo e Valor Econômico trazem cobertura do seminário “E agora, Brasil?”, patrocinado pelo Sistema Comércio, através da CNC, do Sesc, do Senac e de suas federações, que discutiu a guerra entre Rússia e Ucrânia. Segundo os debatedores, esse é um evento histórico com potencial para redefinir a ordem econômica mundial. Se o impacto mais imediato para a economia brasileira da guerra foi uma alta forte do petróleo no mercado internacional, o consenso é que o mundo pós-guerra levará a uma reconfiguração nas relações internacionais.

Para José Roberto Tadros, presidente da CNC, o momento exige cautela dos empresários. “Junto com o drama humanitário de um conflito que está cobrando um alto preço da população civil ucraniana, vem também o efeito na cadeia de suprimentos do setor produtivo, que acaba reverberando em todo o mundo. O Brasil já estava enfrentando a necessidade de controle da inflação, e a guerra trouxe mais um componente para este cenário”, comentou.

Em conteúdo publicitário complementar publicado em O Globo, texto  ressalta que, para o comércio, o quadro é especialmente delicado: o aumento dos combustíveis e dos alimentos tende a pressionar ainda mais os pregos no varejo. Nem o dólar em baixa, devido à busca por mercados emergentes alternativos à Rússia, tem sido capaz de aliviar a subida da inflação, com previsão de taxas altas em março e abril.

Também os juros ainda estão em trajetória de crescimento. “Há grandes chances de aumento dessas taxas, impactando atividades mais dependentes das condições de crédito”, avalia o presidente da CNC.

Diante dos problemas adicionais criados pela guerra, a CNC reduziu a previsão de aumento de vendas no varejo em 2022. “A gente tinha uma expectativa de o comércio crescer 0,9% em volume de vendas, mas, com o conflito no Leste Europeu, a expectativa é de que cresça somente 0,5% este ano, em razão das pressões inflacionárias maiores, da disseminação de inflação, e isso faz com que haja necessidade de juros altos por mais tempo. O que afeta segmentos do varejo dependentes do crédito, como materiais de construção, comércio automotivo, bens duráveis, eletrodomésticos, eletro-eletrônicos”, explica Izis Ferreira, economista da CNC.

Outro texto ressalta que o impacto negativo do aumento dos combustiveis, em decorrência da alta do petróleo, tem afetado gravemente o setor aéreo, que ensaiava uma recuperação depois dos prejuízos causados pela pandemia.

“O querosene de aviação está se transformando em um custo cada vez mais pesado para as companhias aéreas”,  afirma Fabio Bentes, economista da CNC. Nos três primeiros meses deste ano, o aumento do QAV chegou a 15%. Estudos da CNC apontam que o prego pode aumentar ainda mais 11% nos próximos meses.

Jornal da GNews (Globo News, 03/04) informou que a parcela de famílias com dívidas, em atraso ou não, no país atingiu 77,5% em março deste ano. Essa é a maior proporção de endividados desde o início da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), em 2010, segundo a CNC.

Reforma tributária
Folha de S.Paulo
 (03/04) assinalou que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), aposta na realização de esforço concentrado na Casa, na próxima semana, para tentar destravar a reforma tributária.

A iniciativa vem sendo considerada como a última chance de a proposta que unifica os tributos sobre o consumo ser aprovada ainda neste ano.

A aprovação da reforma passou a ser o grande objetivo de Pacheco, para apresentar como a mais importante marca de seu primeiro mandato à frente do Senado, após desistir de concorrer ao Planalto.

CSLL
O Estado de S. Paulo 
(03/04) relatou que o presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), deputado Marco Bertaiolli (PSD-SP), disse que a Receita Federal estimou em R$ 500 milhões o impacto da renúncia do Refis das empresas do Simples e do Microempreendedor Individual.

Segundo ele, o impacto será compensado com uma “elevação mínima” da Contribuição Social do Lucro Líquido (CSLL) dos bancos. “Eles vão mexer lá zero vírgula qualquer coisa na CSLL dos bancos para compensar”, disse Bertaiolli, que considera essa compensação desnecessária.

Desempregados
O Estado de S. Paulo 
repercute levantamento da Tendências Consultoria Integrada, que indica que o Brasil possui mais de 3,7 milhões de pessoas sem emprego há mais de dois anos, o que representa 26% dos desocupados (em 2015, era 17%).

O cenário atinge de forma mais contundente as classes D e E, que respondem por 81% desse grupo de pessoas que estão há mais de 48 meses sem trabalho formal.

Crédito
Valor Econômico 
relata que os R$ 3 bilhões disponíveis como garantia para o Sim Digital, programa de microcrédito para empreendedores da Caixa, devem acabar em duas semanas. Uma renovação da linha é possível, mas a guerra entre a Rússia e a Ucrânia pode ser, em um prazo mais longo, uma fonte de obstáculos para o crescimento do banco, com possíveis impactos sobre as operações de crédito rural, por exemplo.

Lançado semana passada, o Sim Digital já aprovou empréstimos para 1,9 milhão de pessoas. Para pessoas físicas, os valores vão de R$ 300 a R$ 1 mil, com taxas de juros mensais a partir de 1,95%. Para empresas, as contratações vão de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil, com taxas mensais a partir de 1,99%.

Petrobras
Em manchete, O Globo e Valor Econômico destacam que o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, indicado pelo presidente Bolsonaro, desistiu de assumir a presidência do Conselho de Administração da Petrobras.

Segundo ele, o motivo da decisão seria a dificuldade de exercer ambas as funções “com a excelência desejada e à altura que a Petrobras e o Flamengo merecem”. De acordo com fontes, Landim mudou de ideia em razão dos conflitos de interesse provocados pela ligação de décadas com o empresário Carlos Suarez, do setor de gás.

Já o economista Adriano Pires, alvo de resistências dentro do governo para assumir a presidência da Petrobras, também deverá enfrentar questionamento do MPF, que diz haver indícios da existência de “possível conflito de interesses” na nomeação, considerando seu trabalho como consultor, na iniciativa privada, em setores ligados à atuação da estatal.

Sustentabilidade
O Estado de S. Paulo 
(03/04) revelou que mais de 80 grupos empresariais, que respondem por quase metade do PIB brasileiro, cobram aos futuros candidatos à Presidência que honrem compromissos já assumidos pelo país para um desenvolvimento sustentável.

Em carta aberta, articulada pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e divulgada hoje, o empresariado sugere 12 linhas de ação.

Entre as medidas, estão garantir os direitos humanos, zerar o desmatamento ilegal até 2028, reduzir 50% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2030 e universalizar serviços de saneamento básico.

Comércio eletrônico
Folha de S.Paulo 
conta que os brasileiros têm feito cada vez mais compras em sites estrangeiros de origem asiática, como Shopee, Shein e Aliexpress. Pesquisa da consultoria NielsenIQ|ebit, em parceria com a Bexs Pay, apontou que o faturamento dos sites cross-border (internacionais) disparou 60% no ano passado e atingiu R$ 36,2 bilhões. O montante representa cerca de 17% do comércio online no país, que faturou R$ 218,9 bilhões em 2021.

Considerando apenas as compras em sites que operam a partir do Brasil, o comércio eletrônico somou R$ 182,7 bilhões no ano passado.

Varejo
Valor Econômico 
revela tendência de alta em pagamentos de verbas pela indústria às redes varejistas, ou negociações envolvendo descontos em fatura, com níveis acima aos dos últimos cinco anos.

Em balanços de oito grandes cadeias que publicam esses números, foram pouco mais de R$ 2 bilhões em verbas comerciais de fabricantes às varejistas em 2021, avanço de 11,6% sobre 2020.

A taxa de expansão é mais que o dobro do crescimento médio anual de 5,7% verificado desde 2016.

Decolar
O Estado de S. Paulo 
informa que, com a pandemia da covid-19 dando sinais de que está ficando para trás, a companhia de turismo argentina Despegar, dona da marca Decolar, avalia que 2022 poderá ser o ano de volta aos patamares de antes da pandemia. Para a retomada, a empresa, que tem US$ 300 milhões em caixa, está se preparando para investir em novas aquisições e até na incursão no varejo físico no País.

Eleições 1
No sábado, informações em torno das candidaturas de Sergio Moro e João Doria ao Palácio do Planalto, nas eleições presidenciais deste ano tiveram destaque no noticiário.

Em manchete, O Globo ressaltou que um dia após a notícia de que havia desistido da corrida presidencial, Moro disse que continua na disputa ao Executivo.

Jornal expôs ainda o racha do PSDB com o posicionamento do presidente da legenda, Bruno Araújo, que afirmou que o nome de Doria pode ser substituído por outro com mais chances de vencer o pleito.

Manchete da Folha de S.Paulo reiterou que Sergio Moro fez acenos à terceira via e que não vai concorrer a deputado. Após afirmar que saiu do Podemos a fim de buscar a unificação do “centro democrático”, uma ala do União Brasil ligada a ACM Neto pediu que a filiação do ex-juiz ao partido seja invalidada, ação que foi contestada por outro grupo.

Eleições 2
O Estado de S. Paulo 
(03/04) afirmou que, em conversas “a portas fechadas”, empresários brasileiros têm cobrado compromissos econômicos em conversas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – líder nas pesquisas eleitorais.

Entre os nomes que já teriam recebido emissários do PT ou conversado diretamente com Lula, estariam Luiz Carlos Trabuco e Abilio Diniz.

Bolsonaro
Folha de S.Paulo 
expõe que a avaliação do desempenho do presidente Bolsonaro em relação ao combate à pandemia melhorou, de acordo com a última pesquisa Datafolha.

O número dos que acreditam que a atuação foi ruim ou péssima caiu de 54% para 46% em seis meses, mas a avaliação ainda é mais negativa que positiva.

O dólar comercial fechou sexta-feira em queda de 1,97%, cotado a R$ 4,66. Euro caiu 2,12%, chegando a R$ 5,15. A Bovespa operou com 121.570 pontos, alta de 1,31%. Risco Brasil em 289 pontos. Dow Jones subiu 0,40% e Nasdaq teve alta de 0,29%.
Valor Econômico
Sucessão na Petrobras sofre uma reviravolta

O Estado de S. Paulo
Receita amplia isenção de Imposto de Renda na venda de imóvel

Folha de S.Paulo
Reprovação à gestão de Bolsonaro na pandemia cai

O Globo
Landim desiste e emperra mudanças na Petrobras

Correio Braziliense
Indicado à Petrobras desiste e amplia desgaste

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