Monitor – 12 de agosto de 2022

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Informativo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
10 a 12/09/22 | nº 736 | ANO IV |  www.cnc.org.br
Valor Econômico traz levantamento do Ministério do Trabalho que mostra que 33,8% dos cortes deste ano, até julho, foram de iniciativa do empregado. Segundo a reportagem, esse comportamento é reflexo não só do impacto da pandemia no mercado de trabalho, aquecido, como também das dificuldades encontradas pelos funcionários em conseguir reajustes que garantam o poder de compra neste cenário de inflação mais alta.

Segundo o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) Daniel Ferrer de Almeida, considerando a ocupação, vendedor de comércio varejista liderou o ranking dos que pediram demissão, seguido por alimentador de linha de produção, faxineiro, auxiliar de escritório, operador de caixa, assistente administrativo, motorista de caminhão, operador de telemarketing (ativo e receptivo), reposição de mercadorias, e atendente de lanchonete. O ranking foi montado considerando dados do Caged referentes ao primeiro semestre.

No caso do setor de comércio, o assessor da área de economia da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas Gomes, acredita que funcionários do setor estejam querendo se tornar empreendedores, já que o turismo e os serviços estão evoluindo.

Editorial de O Estado de S. Paulo analisa o endividamento das famílias. O texto registra que o aumento do endividamento das famílias, que em agosto alcançou o recorde de 79% dos lares, mostraria, em condições normais, maior disposição dos consumidores de assumir compromissos financeiros para antecipar compras e, assim, estimular a atividade econômica. Esse dado, constatado pela CNC, também sinalizaria confiança das pessoas em sua situação financeira. Neste momento, porém, o alto endividamento pode indicar também maior fragilidade das finanças domésticas.

Jornal também considera que, em determinado momento, a capacidade de endividamento das pessoas pode se esgotar. “Chega uma hora que se esgota”, disse ao Estadão a economista da CNC Ízis Janote Ferreira. Na sua avaliação, o aumento do endividamento foi uma das formas que as famílias encontraram para manter as despesas correntes. A redução de 7,3 para 6,8 meses no prazo médio dos financiamentos é uma indicação disso.

Em reportagem sobre o programa de governo dos candidatos à presidência, Folha de S.Paulo (10/09) destacou que, segundo levantamento mais recente da CNC, o nível de endividamento bateu recorde em agosto, atingindo 79% dos lares do país — o maior patamar desde o início da pesquisa, em 2010.

Ainda no contexto político-eleitoral, O Globo (11/09) contou que cabe ao ex-ministro Aloizio Mercadante, coordenador do programa de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reabrir canais com entidades do setor privado como a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), a Confederação Nacional do Comércio (CNC) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

IPCA
Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo
 (10/09) relataram que o IPCA voltou a registrar deflação com o impacto da baixa dos combustíveis, enquanto produtos como os de higiene pessoal, vestuário e parte dos alimentos mostraram alta. Em agosto, o índice oficial de inflação do país recuou 0,36%. Analistas projetavam uma queda mais forte, de 0,40%, de acordo com a agência Bloomberg.

A deflação de agosto é a segunda consecutiva –a baixa havia sido mais intensa em julho, de 0,68%. Com a nova trégua, a inflação voltou a um dígito no acumulado de 12 meses. A alta dos preços atingiu 8,73% até agosto, após 10,07% até o mês anterior. O acumulado estava acima de 10% desde setembro de 2021. Ou seja, nos 11 meses anteriores de divulgação.

Cartão de crédito
Folha de S.Paulo 
(10/09) informou que o país registrou o maior patamar de dívidas com cartão de crédito em oito anos, refletindo a dificuldade da população em se manter adimplente em um cenário de inflação elevada, renda comprimida e busca por emprego. O rotativo registrou R$ 159,3 bilhões em novos empréstimos nos seis primeiros meses do ano, maior nível para o período desde 2014.

Com taxas de juros elevadas, essa é a linha de crédito mais cara do mercado. Em junho, os juros do rotativo atingiram 370,4% ao ano. No acumulado em 12 meses, o aumento da taxa média foi de 41,3 pontos percentuais –bem acima da escalada da taxa básica (Selic), que saiu da mínima histórica de 2% em 2021 até o atual patamar de 13,75% ao ano.

Auxílio Brasil
O Estado de S. Paulo 
destaca que serão necessários R$ 157,7 bilhões no ano que vem, ou 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para manter o Auxílio Brasil em R$ 600 e atender 21,6 milhões de famílias. Segundo o veículo, é um salto gigantesco em comparação com os custos do extinto Bolsa Família, que oscilavam entre 0,3% e 0,5% do PIB antes da pandemia. Para cientistas políticos e economistas, não há espaço para que o benefício volte ao patamar de R$ 400, mas têm dúvidas se o modelo é sustentável no longo prazo.

ICMS
Valor Econômico 
revela crítica de secretários estaduais de Fazenda à portaria editada pelo Ministério da Economia regulamentando o cálculo da queda na arrecadação do ICMS pela desoneração de combustíveis, energia, transportes e comunicações.

Há pelo menos três pontos de divergência entre União e Estados na interpretação da Lei Complementar 194, que reduziu as alíquotas e estabeleceu que as perdas ocorridas em 2022 serão compensadas pela União.

Na portaria, a queda será calculada comparando a arrecadação total do ICMS de 2022 com 2021, em valores nominais. Para os estados, quaisquer quedas de qualquer valor devem ser compensadas – não só aquelas maiores do que 5%.

Combustíveis
Folha de S.Paulo 
(10/09) trouxe levantamento do OSP (Observatório Social do Petróleo) que mostra que a Petrobras adotou estratégias diferentes de precificação dos combustíveis de acordo com o movimento baixa das cotações internacionais do petróleo em 2022.

“Quando o petróleo subia, a empresa realizava menos reajustes e praticava preços abaixo das cotações internacionais, segurando o repasse às bombas. Com o petróleo caindo, passou a anunciar reduções frequentes e acompanhar o mercado externo mais de perto”, explica o jornal.

Para o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais, os dados indicam pressão política. Já a estatal afirma que reajustes não têm data certa para acontecer.

Black Friday
Painel S.A. (Folha de S.Paulo)
 conta que, a pouco menos de três meses da próxima edição da Black Friday, cerca de 60% dos comerciantes da plataforma de ecommerce Nuvemshop dizem sentir preocupação de não conseguir vender. Eles também têm receio de comprometer a margem de lucro ao oferecer os descontos e de enfrentar escassez de estoque.

Somente um terço dos lojistas se sente pronto ou muito preparado, segundo o levantamento. Mesmo assim, quase metade dos empreendedores entrevistados esperam um aumento de 30% no faturamento de novembro na comparação com outubro, de acordo com os dados da Nuvemshop.

Guedes
Folha de S.Paulo
 informa que o ministro Paulo Guedes (Economia) embarcou na campanha do presidente Jair Bolsonaro e assumiu o discurso de manutenção do benefício mínimo de R$ 600 no Auxílio Brasil, apesar de isso representar a necessidade de mudanças no teto de gastos —norma constitucional que impede as despesas federais de crescerem acima da inflação.

Guedes também tem ido a campo, em encontros com empresários e representantes do mercado financeiro, para rebater críticas e defender as políticas adotadas sob sua gestão. Antes do envio da proposta de Orçamento de 2023, que colocou o governo na linha de tiro por cortes em programas sociais, Guedes adotava um discurso mais moderado em relação ao Auxílio Brasil.

Marina
Principais jornais registram que a ex-ministra Marina Silva (Rede) deve anunciar o apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto. Os dois se reencontraram ontem, em São Paulo, marcando uma reaproximação após anos de afastamento. Apesar de a Rede ter aderido à coligação petista, Marina evitava manifestar apoio formal.

Eleições
Na Folha de S.Paulo, manchete evidencia que técnicos das Forças Armadas têm projeto para conferir, em tempo real, a totalização dos votos feita pelo Tribunal Superior Eleitoral. Pela iniciativa, inédita em tempos democráticos, militares serão encarregados de enviar fotos do QR Code de boletins de urna para o Comando de Defesa Cibernética do Exército, em Brasília. Segundo informações da caserna, a conferência será feita, a princípio, com 385 boletins.

O dólar comercial fechou sexta-feira em queda de 1,13%, cotado a R$ 5,14. Euro caiu 0,67%, chegando a R$ 5,17. A Bovespa operou com 112.300 pontos, alta de 2,17%. Risco Brasil em 259 pontos. Dow Jones subiu 1,19% e Nasdaq teve alta de 2,11%.

Valor Econômico
Crescem investimentos das prefeituras no 1º semestre

O Estado de S. Paulo
Gasto com Auxílio Brasil de R$ 600 chegará a 1,5% do PIB

Folha de S.Paulo
Militares farão apuração paralela em 385 urnas

O Globo
Empresas vão pagar portos e aeroportos com dívidas da União

Correio Braziliense
TSE proíbe Bolsonaro de usar imagens do 7 de Setembro

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