Monitor – 12 a 14 de fevereiro de 2022

Na Folha, o economista Fabio Bentes, da CNC, afirma que o turismo depende mais do feriado em si do que dos blocos de Carnaval. Mas ele avalia que a derrubada desses eventos, associada ao recente avanço da Covid-19 e à piora das condições de consumo no Brasil, dificulta a volta ao nível pré-crise. “A movimentação do turismo deve flutuar entre o Carnaval de 2020, antes da pandemia, e o de 2021, que foi uma tragédia para o setor. Assim, o processo de recuperação é adiado. É empurrado para frente”, afirma Bentes.

Já O Estado de S. Paulo destacou que a recuperação parcial do setor de turismo também não foi suficiente para retomar a quantidade de postos de trabalho. Nos cálculos da CNC, 476 mil vagas formais foram fechadas em 2020, nos registros do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em 2021, o saldo entre admissões e demissões aponta para a criação de 150,9 mil postos de trabalho, menos de um terço do total perdido.

Editorial econômico de O Estado de S. Paulo (12/02) abordou que redução do nível de endividamento mostra que as famílias esgotaram a capacidade de tomar empréstimo. Texto citou pesquisa da CNC apontando que a proporção de famílias com dívidas alcançou 76,1% em janeiro e acrescentou que esse é um nível muito alto para os padrões normais.

Entre as medidas estão a liberação do trabalho aos domingos, o não reconhecimento de vínculo empregatício entre trabalhadores e aplicativos e a liberdade sindical. Especialistas defendem amplo debate para as alterações.

Mercado de trabalho
O Globo destaca em manchete que 2022 deve ser o pior ano para o mercado de trabalho das últimas sete eleições. De acordo com especialistas, até o fim do ano, mais um milhão de pessoas estarão na fila do desemprego. A taxa de desemprego deve ficar entre 11,8% e 13% em dezembro.

Atividade econômica
Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e Correio Braziliense (12/02) informaram que, segundo o IBC-Br do BC, a atividade econômica do Brasil fechou 2021 com alta 4,5% em relação ao ano anterior. Em dezembro, o índice cresceu 0,33% na comparação mensal, na série já livre de influências sazonais.

De responsabilidade do IBGE, o PIB do ano passado será divulgado em 4 de março. A projeção atual do BC é de crescimento de 4,4%.

Inflação
O noticiário de sábado relatou que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o pico de inflação no país deve ocorrer em abril ou maio. A mudança na previsão foi justificada pelo petróleo e pela queda da safra. As projeções anteriores apontavam o pico inflacionário para dezembro de 2021 ou janeiro deste ano. Economistas do mercado financeiro estimam que o índice de inflação oficial deve ficar em 5,44%.

Bomba fiscal
Manchete na Folha de S.Paulo aborda pressão sobre o ministro da Economia, Paulo Guedes, diante de “bomba fiscal” que pode ultrapassar R$ 230 bilhões.

O “primeiro grande teste” é a PEC dos Combustíveis. Uma de suas versões foi batizada de “kamikaze” pela equipe econômica, em razão do impacto potencial de mais de R$ 100 bilhões em troca de uma redução incerta. Outros projetos em discussão envolvem iniciativas que aliviam dívidas de grandes empresas, ampliam isenções tributárias ou elevam gastos do governo.

Especialistas avaliam que, mesmo com a preocupação da equipe econômica, a posição de Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto aumenta a pressão por gastos e renúncias fiscais.

Pix
Folha de S.Paulo e O Globo (12/02) relataram que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que vazamentos de dados do Pix irão acontecer com “alguma frequência”. Ele afirmou que eles tendem a ser mais comuns com o crescimento do serviço, mas que a autoridade monetária agirá com transparência em todas as situações, ainda que de menor impacto.

O presidente do BC minimizou o vazamento de dados de usuários, argumentando que CPF e número de celular já são informações disponíveis para consulta em outras plataformas.

Petróleo
Manchete em O Estado de S. Paulo, o preço do petróleo já avançou mais 18,2% neste começo de ano. Com a ameaça da Rússia invadir a Ucrânia, economistas falam da possibilidade de a cotação ultrapassar US$ 120.

Diante do risco de conflito, o insumo, seu efeito na inflação e na atividade voltaram a se tornar uma preocupação para governos de todo o mundo.

O Estado de S. Paulo acrescenta que medidas para conter os preços dos combustíveis no ano eleitoral, como auxílio-diesel a caminhoneiros, subsidiar o transporte público e aumentar o vale-gás para famílias de baixa renda, pode gerar impacto fiscal de R$ 100 bilhões.

Para Rodolfo Margato, economista da XP, a consequência de nova alta do petróleo será mais sentida na atividade econômica. Já Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Consultoria, avalia que propostas no Congresso deterioram a situação fiscal, o que desvaloriza a moeda.

Shoppings
Reportagem do Valor Econômico conta que as estimativas da Multiplan apontam alta de 4,4% nas vendas de janeiro deste ano nos shoppings, na comparação com janeiro de 2019, informou o presidente da companhia, José Isaac Peres, na sexta-feira. Em relação a janeiro do ano passado, os números mostram avanço de 46%. A receita líquida mostra avanço da ordem de 25% em janeiro, em relação ao mesmo mês de 2019.

Bens digitais
Folha de S.Paulo relata que o PicPay registrou um crescimento de 160% nas compras dos chamados bens digitais em 2021. São itens como vouchers para apps de delivery e de transporte, gift cards de serviços de streamings e games, recarga de celular ou cartão de transporte, entre outros. No marketplace do PicPay, foram mais de 14 milhões de transações nessa frente, mas o destaque foram os créditos de games e aplicativos de delivery de comida. As duas categorias respondem por 44% das compras de bens digitais realizadas no ano passado.

Eleições
O Estado de S. Paulo também adianta que o período em que os parlamentares podem trocar de legenda, de 3 de março a 1º de abril, deve mudar o jogo de forças no Congresso. Líderes dos partidos dizem que o União Brasil passará o PT como a segunda maior bancada da Câmara e o PL assumirá a liderança. PSDB, PDT, PROS e PTB devem perder deputados.