Monitor – 10 de setembro de 2021

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Informativo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
10/09/21 | nº 489 | ANO III |  www.cnc.org.br

Principais jornais informam que a inflação de agosto foi de 0,87%, superando as expectativas mais pessimistas do mercado. A disparada nos preços da gasolina e dos alimentos fez o IPCA atingir a maior alta para o mês em 21 anos. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA chegou a 9,68% e já ultrapassou a marca dos dois dígitos em oito das 16 cidades pesquisadas pelo IBGE. Alguns analistas projetam a taxa Selic em 9% até dezembro.

No Correio Braziliense, o economista-chefe da CNC, Carlos Thadeu de Freitas Gomes, afirma que o IPCA deverá encerrar o ano em 9,5% e, no ano que vem, deve ficar entre 4,5% e 4,7%. “Vai ser acima da meta, e com PIB fraco, em torno de 1% ou zero. O BC precisará ser responsável. Se subir demais a Selic, não adianta nada”, avalia.

Segundo ele, o BC precisará manter os juros reais em 3%, que é o patamar neutro, para não prejudicar muito a atividade e, ao mesmo tempo, controlar a inflação.

Reportagem do Valor Econômico sobre a pressão inflacionária lembra que, segundo a CNC, 72,9% das famílias tinham alguma dívida em agosto.

Sobre o assunto, em entrevista ao Estadão, o economista Heron do Carmo avalia que o Brasil está em cenário de estagflação.

Desemprego
A taxa de desemprego da metade mais pobre dos brasileiros subiu quase dez pontos durante a pandemia, de 26,55% para 35,98%. Entre os 10% mais ricos, o mesmo índice foi de 2,6% para 2,87%, segundo estudo da FGV Social. A renda individual média dos brasileiros, incluindo os informais e desempregados, caiu 9,4% em relação ao fim de 2019. Registro da Folha.Caminhoneiros
O Estado de S. Paulo noticia que líderes dos caminhoneiros ignoraram apelo feito pelo presidente Jair Bolsonaro para evitar uma crise de desabastecimento e mantiveram ontem a obstrução de trechos de rodovias em pelo menos 14 Estados. Os organizadores dos atos disseram que continuariam mobilizados até serem recebidos pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Eles querem o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Diesel
Valor Econômico aborda a disparada do diesel. Segundo dados da ANP, o preço médio do litro subiu 24,76% nos postos, entre janeiro e agosto. Dentro do IPCA, o combustível já acumula alta de 28,02% no período, cinco vezes mais que o IPCA geral.

Pix
Com chamada de capa, reportagem na Folha elenca estratégias que podem ser usadas contra golpes e sequestros-relâmpago em que criminosos usam o Pix. Entre as ações, especialistas sugerem um botão do pânico, um segundo celular para bandidos e o uso de “amigo autenticador” de transferência.

Captações
Estadão destaca que várias empresas têm antecipado captações de recursos para reforçar seus caixas e rolar ou alongar dívidas, em uma tentativa de se blindar da tensão política e da alta de juros.

O mercado de debêntures vive um boom de anúncios de emissões por gigantes como Comgás, 3R Petroleum, Vibra e Hypera, com operações de cerca de R$ 1 bilhão. Algumas empresas já começaram a acessar também o mercado externo.

Varejo
Indicadores de movimento no varejo e nos serviços prestados às famílias elaborados pelo Santander apontam uma moderação da atividade no terceiro trimestre deste ano, relata o Valor.No caso do comércio, o indicador IGet para o varejo ampliado caiu 4,5% em agosto, após alta de 2,2% em julho. Para o restrito, houve queda de 5,9%, depois de avanço de 1,6%, variações na série com ajuste sazonal. É o primeiro recuo desses índices após quatro meses de alta.

Já o IGet dos serviços às famílias caiu após quatro altas seguidas. O recuo em agosto foi de 7,9%, após alta de 11,7% em julho, na série com ajuste sazonal.

O resultado deixou o índice de serviços num nível 21% abaixo do pré-pandemia.

Eletrônicos
Com chamada de capa, reportagem no Valor aborda a “tempestade perfeita” no setor de eletrônicos: prolongamento da escassez global de semicondutores, aumento de custo dos componentes, salto no aluguel de contêineres e desvalorização do real.

Crise institucional
Manchetes dos principais jornais destacam a carta à nação divulgada ontem pelo presidente Jair Bolsonaro. Em nota elaborada com ajuda do ex-presidente Michel Temer, Bolsonaro afirmou que nunca teve a “intenção de agredir quaisquer dos Poderes”. O presidente disse ainda que suas declarações no 7 de Setembro “decorreram do calor do momento”.O recuo de Bolsonaro foi recebido com ceticismo pelo STF. Já a oposição ironizou o movimento. Nas redes sociais, a base de apoio do presidente se mostrou decepcionada.

Veículos de circulação nacional também ressaltam que o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso rebateu ontem as falas antidemocráticas de Bolsonaro. Sem citar o nome do presidente, Barroso sugeriu que ele age como um “farsante”.

Fiesp
A Fiesp divulga hoje, nos principais jornais, o manifesto em que defende a harmonia entre os Poderes. O texto, intitulado “A Praça é dos Três Poderes”, estava previsto para ser publicado no dia 31 de agosto, mas foi adiado para depois de 7 de setembro.

A versão final tem poucas modificações em relação ao que havia sido divulgado anteriormente. Foi incluído trecho que diz: “Esta mensagem não se dirige a nenhum dos Poderes especificamente”. Também foi retirado trecho que mencionava a necessidade de “reduzir as carências sociais que atingem amplos segmentos da população”.

O dólar comercial fechou ontem em queda de 1,85%, cotado a R$ 5,22. Euro caiu 1,73%, chegando a R$ 6,18. A Bovespa operou com 115.360 pontos, alta de 1,72%. Risco Brasil em 317 pontos. Dow Jones caiu 0,43% e Nasdaq teve queda de 0,25%.
Valor Econômico
Sob pressão, Bolsonaro recua e mercado melhora humorO Estado de S. Paulo
Sob cerco político e econômico, Bolsonaro recua e elogia Moraes

Folha de S.Paulo
Sob pressão, Bolsonaro tenta minimizar ameaças ao STF

O Globo
Isolado, Bolsonaro procura Temer e anuncia recuo; STF é cético

Correio Braziliense
Bolsonaro ouve Temer, recua e acena à paz com o Supremo

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