Monitor – 1° de julho de 2021

Ancelmo Gois (O Globo Online) traz dados da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional), apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010. Segundo o levantamento, o percentual de famílias que relataram ter dívidas (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa) alcançou 69,7% em junho, alta de 1,7 ponto percentual em relação a maio de 2021, e a maior elevação mensal desde março de 2017. Em relação a junho de 2020, a alta foi de 2,5 pontos, o maior incremento anual desde agosto de 2020.

Coluna Comércio em Pauta, produzida pela CNC e publicada no Valor Econômico e no Correio Braziliense, divulga estudo Doing Business Subnacional Brasil 2021. Realizado pelo Banco Mundial, com apoio da CNC, relatório revela que o ambiente de negócios no Brasil é mais burocrático que o das economias da OCDE e que o de seus pares no Brics, mas é possível avançar olhando para dentro.

“Não podemos aceitar que um país com as dimensões continentais como o Brasil possa ter um ambiente de negócios sem liberdade de agir, ousar, atuar sem entraves burocráticos. Por isso, a CNC se engajou nessa iniciativa. Precisava encontrar caminhos para um capitalismo moderno, um sistema dinâmico, com crescimento sustentável. Que em breve possamos estar comemorando a evolução de todas as regiões e do Brasil no ranking do Banco Mundial”, disse o presidente da confederação, José Roberto Tadros.

Conteúdo também relata que parceria do Mesa Brasil Sesc com Secretaria de Agricultura distribui 25 mil cestas verdes no Distrito Federal. Coluna informa, ainda, que o Senac assume a Casa Villarino e vai transformar esse patrimônio cultural carioca em um importante projeto pedagógico na área de Gastronomia.

Trabalhista
Valor Econômico, em suplemento especial Relações Trabalhistas, informa que o governo considera “importante” mecanismo semelhante ao BEm, que possa ser acionado com espécie de gatilho no futuro, em caso de calamidade.

A informação veio do secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, que detalha que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem estudado a possibilidade da criação de um “botão de calamidade”.

O assunto está em discussão com o relator da MP do BEm, Christino Áureo (PP-RJ) e se encontra em “momento de elaboração”. Na opinião do secretário, isso seria um legado positivo da pandemia.

Jornal também revela que o governo federal deve editar nos próximos dias novo marco legal para simplificar e desburocratizar as portarias e normas trabalhistas.

Segundo o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, as cerca de 2 mil normas infralegais administrativas avaliadas pelo governo devem ser reduzidas a 15 atos, com o objetivo de desburocratizar e simplificar para melhoria do ambiente de negócios.

Bolsa Família
O Estado de S. Paulo relata que, com o objetivo declarado de promover a emancipação financeira e o empreendedorismo, o novo Bolsa Família pode gerar endividamento dos mais pobres. O governo quer permitir que até 30% do valor do benefício possa ser descontado na fonte para abater empréstimos consignados. A proposta consta em minuta da medida provisória.

A definição do valor médio do benefício vai depender dos rumos da reforma tributária. O governo adotou como estratégia para ganho de arrecadação medidas como a tributação de lucros e dividendos para servir de fonte de financiamento permanente para a ampliação do programa social.

Reforma tributária
Folha de S.Paulo publica entrevista com o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que relatou a reforma tributária encabeçada por líderes da Câmara. Ele disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, abandonou o compromisso com as reformas estruturantes.

Na opinião do parlamentar, Guedes apresentou propostas que vão aumentar a carga de impostos no país. Ribeiro avalia que a proposta do titular da Economia parece feita de improviso e não deve ser aprovada na Casa.

Escândalos
Folha de S.Paulo expõe que empresários e investidores brasileiros começam a ficar consternados com série de escândalos envolvendo a compra de vacinas pelo governo de Jair Bolsonaro.

O jornal destaca que, para eles, o cenário pode comprometer o andamento das reformas no Congresso, aumentar o risco-país e promover fuga de capital, especialmente em eventual abertura de processo de impeachment.

Desemprego
Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo relatam que a taxa de desemprego manteve-se no patamar recorde de 14,7% no trimestre encerrado em abril, mesmo resultado visto em março, segundo a Pnad Contínua. No trimestre encerrado em abril, havia 14,761 milhões de pessoas desempregadas, 489 mil pessoas a mais em busca de uma vaga em relação ao trimestre encerrado em janeiro. Em relação a abril de 2020, o número de desempregados aumentou 15,2%, 1,950 milhão de pessoas a mais procurando trabalho.

Magalu
O Estado de S. Paulo registra que, na próxima semana, o Magazine Luiza inaugura 23 pontos de venda no estado do Rio de Janeiro, começando pela capital e cidades vizinhas como Niterói, Petrópolis e Belford Roxo. Até dezembro, serão mais 27 lojas no Estado do Rio, em duas ondas de abertura, totalizando 50 lojas e gerando 3 mil novos postos de trabalho. A empresa não revela o valor do investimento na expansão orgânica, isto é, começando a loja do zero, sem comprar concorrentes.

O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), minimizou a ação, chamou o superpedido de “compilação” e disse que vai esperar o fim da CPI da Pandemia.

Manchete da Folha de S.Paulo relata que auxiliares de Bolsonaro discutem como blindá-lo da pressão provocada pelas denúncias de corrupção em contratos de vacinas. Já a manchete de O Estado de S. Paulo afirma que o Planalto tem agido para manter a aliança com o Centrão e abafar a crise.