Monitor – 07 de fevereiro de 2022

Compartilhe:

Informativo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
05 a 07/03/22 | nº 606 | ANO IV |  www.cnc.org.br
O Estado de S. Paulo conta que, segundo estudo da CNC, o varejo brasileiro voltou ao azul nas inaugurações de lojas em 2021. Entre aberturas e fechamentos, o saldo foi positivo em 204,4 mil novos pontos de venda e o comércio  encerrou o ano com 2,4 milhões de estabelecimentos ativos. A reação na abertura de lojas ocorreu apesar da deterioração das condições de consumo ao longo do ano, com a escalada dos juros, da inflação e o desemprego em alta.

Mesmo que as pesquisas de 2020 e 2021 não sejam comparáveis por causa das bases dados diferentes, o economista da CNC e responsável pelo estudo, Fabio Bentes, lembra que o levantamento anterior apontou que em 2020, o primeiro ano da pandemia, terminou com saldo de 28,3 mil lojas fechadas.

A virada que houve, de um saldo negativo de 28,3 mil lojas em 2020 para um saldo positivo de 204,4 mil abertas em 2021, não indica que o varejo esteja bombando. “Essa abertura de lojas tem muito do que chamamos de empreendedorismo de necessidade”, diz o economista. São pessoas que perderam o emprego por causa da pandemia, abriram uma pequena loja virtual ou física para tentar obter renda.

Além do “empreendedorismo de necessidade” e da abertura de lojas online, a retomada das atividades presenciais com o avanço da vacinação contra Covid-19 impulsionou as vendas no varejo e o saldo positivo de abertura de novas lojas ao longo de 2021, observa Bentes.

No ano passado, o volume de vendas do varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, cresceu 4,5%, em relação ao ano anterior, descontada a inflação, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o maior avanço anual desde 2018 e ocorreu após a queda de 1,4% registrada em 2020.

Reportagem complementar aponta que o setor de hipermercados, supermercados e minimercados puxou a fila nas abertura de novas lojas no ano passado, com 54,09 mil pontos de venda e um pouco mais de um quarto do saldo das inaugurações, de acordo com o estudo do CNC que, a partir de agora, será divulgado trimestralmente. Na vice-liderança, estão as lojas de eletrodomésticos e utilidades domésticas (38,72 mil), seguidas por lojas de artigos de vestuário, calçados e acessórios, com 28,34 mil novos pontos de venda.

A liderança dos setores de supermercados e eletrodomésticos na abertura de lojas é reflexo do consumo doméstico que ganhou prioridade com o isolamento social imposto pela pandemia, afirma o economista-chefe da CNC, responsável pela pesquisa, Fabio Bentes.

Coluna do Broadcast (O Estado de S. Paulo, 05/03) relatou que a intenção de consumo das famílias registrou, em 2021, o pior ano desde que começou a ser medida pela CNC, em 2010.

O indicador foi de 71,6 pontos na média do ano, 9,9% abaixo de 2020. O índice abaixo de 100 pontos indica uma percepção de “insatisfação”. Em dezembro, o indicador com ajuste sazonal registrou queda de 0,8%. Todos os aspectos para o consumo pioraram no ano passado, com exceção das “compras a prazo”.

PIB
Manchete na Folha de S.Paulo de sábado repercutiu divulgação, pelo IBGE, do PIB brasileiro, que teve alta de 4,6% em 2021, retornando ao patamar pré-pandemia de Covid-19. A indústria e o consumo se mantêm abaixo da linha divisória de 2019.

A reportagem pontuou que a reação ainda é desigual e nem todos os componentes do indicador completaram essa recuperação. Entre os segmentos que ficaram abaixo do patamar pré-pandemia, está a indústria de transformação, com contração de 3%.

Por outro lado, entre os grandes setores pesquisados pelo lado da oferta, a alta do PIB foi acompanhada pelos avanços de 4,7% em serviços e de 4,5% na indústria, após as perdas de 4,3% e 3,4% em 2020, respectivamente.

Folha de S.Paulo acrescentou que, para 2022, a expectativa é de um resultado para o PIB ainda fraco, com a maioria das projeções variando de -0,5% a +0,5%. O dado mais positivo no final do ano passado, no entanto, levou a uma revisão para cima nos números.

Segundo a Folha, esse cenário pode se agravar a depender da duração e dos impactos econômicos da guerra na Ucrânia.

A reportagem informou que levantamento com 29 países que já divulgaram o PIB de 2021, segundo dados disponibilizados pela OCDE, mostra que o Brasil esteve abaixo da média de 5,4% dessas economias, ficando em 18º lugar.

Refis
Valor econômico 
registra que o Congresso Nacional pode analisar no dia 16 o veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto de lei complementar que cria um programa de refinanciamento de dívidas tributárias para micro e pequenas empresas chamado Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no  mbito do Simples Nacional (Relp), também chamado de “Refis”. As dívidas chegam a R$ 20 bilhões.

A data da votação ainda está em negociação. Será essa se as propostas que tratam da desoneração de combustíveis forem votadas nesta semana.

Pronampe
O Estado de S. Paulo 
(05/03) informou que o governo conta com a aprovação de um projeto ainda em tramitação para viabilizar uma nova rodada do Pronampe.

De acordo com o jornal, os recursos já aportados pelo Tesouro Nacional no Fundo Garantidor de Operações (FGO) já foram utilizados como garantia para empréstimos feitos até o ano passado.

Por conta disso, o governo quer que as novas garantias sejam dadas com os recursos pagos de empréstimos anteriores – o que exige alteração na legislação atual. Mesmo assim, o Executivo pretende lançar o socorro aos pequenos negócios na próxima semana.

Rússia x Ucrânia
Manchete na Folha de S.Paulo destaca que declarações simpáticas a Vladimir Putin por parte do presidente Jair Bolsonaro (PL) e pressões do agronegócio foram determinantes para que o Itamaraty incluísse acenos à Rússia em manifestações nas Nações Unidas sobre a guerra. O governo endossou resoluções na ONU que condenam a invasão, mas reforçou argumentos defendidos pela gestão de Putin.

Frete
Folha de S.Paulo (05/03) relatou que o transporte de cargas já começa a sentir os efeitos da guerra na Ucrânia, com o aumento dos combustíveis de navegação, o que deve pressionar o preço do frete.

Segundo a S&P Global Piatts, após o início do conflito, esses produtos atingiram recordes históricos na América Latina. De acordo com o setor, no Porto de Santos, já se aproximam dos US$ 1.000 (R$ 5.000) por tonelada.

A reportagem acrescentou que essa é a principal preocupação das companhias de navegação do setor, que já convive com fretes elevados desde que a paralisação da atividade industrial, no início da pandemia.

Investimentos
Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo 
(05/03) relataram que o Ministério da Economia afirmou que a guerra na Ucrânia fará recursos globais migrarem para determinadas regiões onde há mais proteção. A pasta defende que esse é o momento de o Brasil se mostrar um porto seguro para investimentos internacionais.

Adolfo Sachsida, chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia, afirmou que o Brasil deve apresentar aos detentores de capital neste momento fatores de atração como o avanço na agenda de reformas, privatizações e concessões. “O que está no controle do governo brasileiro é, dado o cenário internacional, mostrar que o Brasil é um porto seguro para investimentos”, afirmou.

O Estado de S. Paulo (06/03) avançou sobre iniciativa do gover-no para atrair investimentos. O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou a intenção do governo de zerar o Imposto de Renda das aplicações de estrangeiros em títulos emitidos por empresas no mercado brasileiro.

A reportagem acrescentou que o novo pacote de estímulo à economia foca no aumento do crédito, na desoneração de impostos e na liberação do FGTS, apesar do apelo de representantes da indústria da construção, que pediram que a medida não fosse adotada.

O veículo mencionou que nova rodada do Pronampe, em projeto do senador Jorginho Mello (PL-SC), prevê a liberação de R$ 100 bilhões para o crédito às pequenas e médias empresas.

Já em relação aos preços dos combustíveis, auxiliares do presidente Jair Bolsonaro cobram da equipe econômica uma ação mais forte se o efeito da guerra na Ucrânia se agravar.

Renegociação de dívidas
Valor Econômico 
informa que o número de brasileiros endividados está próximo do recorde. Segundo a Serasa, o número de inadimplentes no país voltou a crescer e atingiu 64,82 milhões, próximo ao pico da pandemia (65,91 milhões, em abril de 2020). O valor total das dívidas alcança neste momento R$ 260,7 bilhões, quase R$ 2 bilhões a mais do que naquela época. Devido a esse cenário, a Serasa fará um Feirão Limpa Nome Emergencial.

O Mutirão Nacional de Negociação de Dívidas e Orientação Financeira, realizado em novembro do ano passado, também ganhará uma nova versão. A iniciativa é promovida pela Febraban, com o BC, Senacon e Procons do país. Segundo a federação, durante a pandemia os bancos renegociaram voluntariamente mais de 19 milhões de contratos, repactuando R$ 1,1 trilhão de saldos devedores e suspendendo R$ 150 bilhões em prestações.

Combustíveis 
A manchete de O Estado de S. Paulo informa que, para evitar que a alta do petróleo no mercado internacional chegue à bomba, o governo brasileiro estuda anunciar ainda nesta semana um novo programa de subsídio aos combustíveis.

Segundo fontes que participam das discussões, a ideia é reeditar o modelo adotado em 2018, quando o governo Temer subsidiou o consumo de diesel.

Comércio
Painel S.A. (Folha de S.Paulo, 05/03)
 contou que a ACSP (associação comercial) prevê que em breve o reflexo da guerra na Ucrânia começará a impactar o comércio e pesar no bolso do consumidor brasileiro.

Os gargalos no comércio internacional devem chegar à ponta do consumo com repasse no preço de peças de vestuário, calçados e cosméticos, com o aumento dos custos logísticos.
A expectativa da ACSP para o crescimento do comércio neste ano, que é de 1,6% na comparação com 2021, está mantida. Porém, a entidade já vislumbra desaceleração das vendas no varejo.

Shein
O Estado de S. Paulo 
informa que o aplicativo da fashiontech Shein foi o mais baixado no ano passado no setor de moda, com 23,8 milhões de downloads no Brasil. Para se ter ideia, foram três vezes mais downloads que seu concorrente mais próximo, a Lojas Renner, conforme dados da Google Play Store no Brasil.

Com a popularidade, a varejista chinesa deve bater os R$ 2 bilhões em vendas este ano no Brasil, segundo estima o BTG Pactual. E para fincar ainda mais os pés por aqui, está montando estrutura própria.

Eleições 1
O Estado de S. Paulo atenta que um grupo de empresários se apresentou a representantes do agronegócio e pediu contribuições para ajudar na reeleição do presidente Jair Bolsonaro. O grupo dizia falar em nome de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro, e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que é um dos coordenadores da campanha do pai. O jornal salienta que a menção aos nomes causou mal-estar. Os queixosos não gostaram de ver esses políticos envolvidos na arrecadação de dinheiro.

Eleições 1
No Valor Econômico, pauta revela que um dos eixos de sustentação do governo ao lado do PL, o PP aliou-se a candidatos a governador que farão campanha contra a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) em pelo menos um terço do país. A sigla fortalecerá outros presidenciáveis com seu tempo de TV, estrutura e candidatos em pelo menos dez Estados.

O dólar comercial fechou sexta-feira em alta de 1%, cotado a R$ 5,07. Euro caiu 0,34%, chegando a R$ 5,54. A Bovespa operou com 114.473 pontos, queda de 0,6%. Risco Brasil em 343 pontos. Dow Jones caiu 0,53% e Nasdaq teve queda de 1,66%.
Valor Econômico
Rússia intensifica ataques à população civil na Ucrânia

O Estado de S. Paulo
Governo quer novo programa de subsídio para combustíveis

Folha de S.Paulo
Bolsonaro e agro determinam acenos do Brasil à Rússia

O Globo
Mortes de civis em fuga são nova face do conflito

Correio Braziliense
Negociador é morto e acordo de paz fica mais distante

Leia também

Rolar para cima