Monitor – 04 a 06 de dezembro de 2021

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Informativo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
04 a 06/12/21 | nº 546 | ANO III |  www.cnc.org.br
Ainda ontem, reportagem exibida pelo Fantástico (TV Globo) ouviu a economista da CNC Izis Ferreira ao repercutir dados sobre o impacto da pandemia na saúde financeira dos brasileiros e os motivos da inadimplência que atinge 63,4 milhões de pessoas, segundo dados da Serasa obtidos com exclusividade pela emissora.

“A gente chegou a um recorde no endividamento no Brasil. Hoje, em termos de núcleos familiares, são cerca de 75% de famílias no Brasil que possuem algum tipo de dívida”, salientou Izis. Ela frisou ainda o aumento no uso do cartão de crédito, atualmente, a “modalidade mais cara de crédito no Brasil”, principalmente, quando se torna crédito rotativo.

Dados relativos à inadimplência dos brasileiros também são destaques na manchete de O Globo desta segunda-feira e abordagem em O Globo Online. Nestes casos, as publicações salientam que pelo menos 12,3 milhões de famílias estavam endividadas em novembro, segundo a Peic, apurada pela CNC.

O levantamento mostrou que a inadimplência também vem crescendo ao atingir 26,1% em novembro, voltando ao nível de outubro de 2020, quando a pandemia estava pior. Izis Ferreira diz que a tendência para 2022 é de um leve recuo no endividamento das famílias, mas a inadimplência tende a se elevar, especialmente para gastos de curto prazo.

Também hoje, com chamada de capa, O Estado de S. Paulo destaca que com a vida voltando ao normal e o alívio no isolamento social, abriu-se espaço para reajustes de preços dos serviços. Entre julho e outubro, frisa a publicação, 92% de uma lista de 62 serviços tiveram preços majorados.

Houve reajustes de até três dígitos no período, caso das passagens aéreas (107,2%), seguido por aplicativos de transporte (47,4%). Só cinco serviços tiveram queda de preço, como mostra levantamento feito pela CNC, a pedido do jornal para avaliar o impacto da reabertura na inflação de serviços.

“Mascarada pela inflação da gasolina, da energia elétrica e dos alimentos que estão absurdamente altas, a inflação dos serviços se acelera desde o final da segunda onda de covid ao sabor da redução do isolamento social”, diz o economista-chefe da CNC e responsável pelo levantamento, Fábio Bentes. Ele prevê, porém, que no primeiro trimestre de 2022, deve haver um “freio de arrumação” nos preços dos serviços.

Já neste domingo, a Folha de S.Paulo abordou a expectativa de vendas no varejo no final de ano. Texto trouxe que a CNC deve revisar para baixo as projeções que havia feito anteriormente para as vendas natalinas, de alta de 3,8% (já descontada a inflação) na comparação com o ano passado. O motivo é o fraco resultado da Black Friday, segundo Fábio Bentes, economista da entidade.

Reportagem afirmou que, mesmo após uma Black Friday mais morna do que o esperado e a chegada de uma nova variante do coronavírus, o aumento gradativo do movimento no comércio neste ano anima o setor. Representantes de lojas de rua e de shoppings estão otimistas em relação à demanda para o Natal.

Correio Braziliense trouxe, com chamada de capa, abordagem sobre os reflexos das políticas adotadas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) sobre o poder de compra dos brasileiros, perspectivas de crescimento do país no ano que vem, além do aumento do custo do endividamento público.

Ao jornal, Carlos Thadeu de Freitas Comes, economista-chefe da CNC, ressaltou que o Copom está sozinho no controle da inflação. “O Banco Central não tem ajuda do lado fiscal e, mesmo elevando a Selic para 11% ou para 12%, ele não vai conseguir fazer com que o IPCA de 2022 fique abaixo do teto da meta pelo segundo ano consecutivo”, disse.

O texto apontou ainda que pelas projeções da Confederação, a inflação do ano que vem deverá encerrar o ano entre 6% e 6,5%, ou seja, acima do limite de 5% determinado pelo CMN.

Taxa de juros
Manchete do Valor Econômico (06/12) aponta que o Brasil deve voltar a conviver, em 2022, com juros de dois dígitos.

Pesquisa feita pelo jornal, junto a 111 instituições financeiras e empresas de consultoria, mostra que, na média, a expectativa é que a taxa básica de juros chegue a 11,75% no próximo ano. Parte relevante das projeções – 31,5% do total – acredita que vá a 12% ao ano.

Copom
O Correio Braziliense (06/12), por sua vez, noticia que o Comitê de Política Monetária do Banco Central realizará a última reunião do ano, amanhã e quarta-feira, em “clima de derrota” no cumprimento da meta de inflação.

A Selic está em 7,75% ao ano e as apostas para a próxima reunião do Copom estão concentradas em uma alta de 1,50 ponto percentual, o que levará os juros básicos para 9,25% neste fim de ano.

Tributário
O Estado de S. Paulo 
(05/12) informou que o relator da reforma do Imposto de Renda no Senado, Angelo Coronel (PSD-BA), disse que a proposta será arquivada e que um novo texto será criado para votação.

O parlamentar criticou a proposta aprovada pela Câmara e afirmou que essa matéria não poderia ter sido apreciada sem discussão com os setores que mais pagam impostos.

Já em editorial, O Estado de S. Paulo (06/12) ressalta que as mudanças no sistema tributário brasileiro ficarão, “como de hábito, para as calendas”.

Segundo o jornal, o fatiamento em quatro propostas diferentes, divididas entre Câmara e Senado, representou “uma pá de cal” nas chances de avanço de uma reforma tributária estrutural para o País.

Trabalhista
Folha de S.Paulo 
(05/12) relatou que estudo encomendado pelo governo sugere 330 mudanças na CLT. Entre outras medidas, a proposta de reforma trabalhista libera trabalho aos domingos e veta vínculo de emprego entre prestadores de serviço e aplicativos. De acordo com o Ministério do Trabalho e da Previdência, as mudanças serão discutidas com a sociedade.

Home office
Folha de S.Paulo 
(05/12) abordou estudo do FGV Ibre segundo o qual 59% das empresas não registraram mudança na produtividade com a adoção do home office.

A sondagem aponta ainda que as companhias devem manter trabalho híbrido de até dois dias por semana para funções administrativas.

Programas sociais
Manchete de O Globo (04/12) reportou que no dia seguinte à aprovação da PEC dos Precatórios, houve o avanço de novos projetos de programas sociais, como o vale-gás e o estudo para um voucher de transporte aos mais vulneráveis. Entretanto, para a efetivação desses projetos, o Ministério da Economia estuda meios de fazer fechar as contas e terá que realizar cortes de despesas.

Já O Estado de S.Paulo (04/12) destacou em manchete que, após fixar em R$ 400 o valor do Auxílio Brasil, o governo deve gastar R$ 11 bilhões a menos com o pagamento de benefícios. De acordo com o jornal, mesmo com a aprovação de verbas extras no orçamento, cerca de 22 milhões de famílias ainda ficarão sem qualquer proteção social.

Déficit
Em O Estado de S. Paulo, o Ministério da Economia reviu para 0,4% do PIB a projeção de déficit nas contas do governo central em 2022. O novo dado considera o cenário de aprovação da PEC dos Precatórios, que prevê um aumento de gastos de R$ 106 bilhões.

Na última projeção, a estimativa era de um déficit de 0,99% do PIB. A arrecadação mais forte seria o principal fator da melhora.

Bolsa
O Estado de S. Paulo 
(05/12) assinalou que a bolsa brasileira deve encerrar o ano com o pior desempenho entre os principais índices do mundo. Até o momento, o Ibovespa acumula queda de 12%, enquanto outros países emergentes registram alta, como nas bolsas da China (2%) e da índia (29%).

Real digital
O Estado de S. Paulo 
(05/12) relatou que o êxito do Pix levou o Banco Central a acelerar o processo para a implantação do “real digital”. Os testes do novo meio de pagamento estão previstos para 2022. São avaliadas 12 possibilidades de uso da moeda, incluindo delivery e “tokenização”.

Proteção de dados
Folha de S.Paulo 
(04/12) denunciou a venda de dados confidenciais obtidos por criminosos nos sites do INSS, Receita Federal e CadSUS. Os dados de milhões de brasileiros podem ser obtidos em sites ilegais a partir de uma mensalidade de R$ 200.

Vagas
Na Folha de S.Paulo (06/12), Painel S.A. pontua que Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, prevê que o segmento de bares e restaurantes chegará ao fim deste semestre com 600 mil novos postos de trabalho.

Segundo a associação, de julho a setembro, foram criadas 450 mil vagas.

Reforma sindical 
Folha de S.Paulo (06/12) também relata, no abre do caderno Mercado, que proposta de reforma sindical encomendada pelo governo Jair Bolsonaro (PL) legaliza o locaute e limita o poder da Justiça do Trabalho.

A ideia, de acordo com texto formulado por especialistas, é promove ampla liberdade e fortalecer a negociação, além de autorizar sindicato por empresa. Sindicalistas fazem críticas e veem esvaziamento das entidades.

Indústria
Já o Valor Econômico (06/12) informa que a produção industrial voltou a decepcionar no país em outubro passado, ficando distante do patamar pré-pandemia. A atividade registrou queda de 0,6% em outubro em relação a setembro, segundo dados do IBGE.

Além disso, as perspectivas adiante são pouco animadoras, dada a continuidae de problemas nas cadeias de produção, crise hídrica, inflação, e alta de juros e incerteza político eleitoral adiante.

Aéreas
Manchete de O Globo de ontem descreveu os obstáculos enfrentados pelas empresas aéreas para a retomada dos níveis pré-pandemia dos voos domésticos no Brasil.

A recuperação é prejudicada pela disparada do preço das passagens, decorrente de fatores como a alta do dólar, o valor do combustível e a disseminação da Ômicron.

Valor Econômico (06/12), por sua vez, frisa que com a retomada do mercado aéreo internacional, os voos estão repletos de viajantes indo ver amigos e família no exterior depois de um longo período de isolamento.

Em companhias como a Air Europa e Latam, a taxa de ocupação chega a superar os 90%. Porém, diferentemente do primeiro semestre, quando a demanda fraca permitia conseguir descontos até na primeira classe, o cenário agora é outro.

Guedes
O Estado de S. Paulo 
(04/12) registrou declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o cenário de recessão técnica no país. Para o ministro, o recuo de 0,1% no terceiro trimestre de 2021 em relação ao período anterior, mostrado pelo IBGE, ocorreu por conta da queda na agropecuária, afetada por problemas climáticos. Guedes disse novamente que a “economia voltou em V” e projetou que em 2022 o PIB ficará próximo de zero.

Ministério da Economia 
Valor Econômico e O Estado de S. Paulo (06/12) informam que a chefe da assessoria de assuntos estratégicos do Ministério da Economia, Daniella Marques, vai assumir o comando da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade.

Antes, no sábado, principais jornais relataram outras mudanças que devem ocorrer no Ministério da Economia nos próximos meses. O secretário especial da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto, sairá para um cargo na OCDE, em Paris.

Já o secretário especial de Produtividade e Competitividade, Carlos da Costa, deixará o cargo para assumir o posto de adido de comércio em Washington.

Derrubada de vetos
O Globo
 (06/12) expõe que parlamentares se articulam para derrubar vetos importantes do presidente Jair Bolsonaro ainda no fim deste ano.

Em sessão do Congresso que está marcada para amanhã, deputados e senadores devem analisar a decisão do presidente que barrou trechos do projeto que revogou a Lei de Segurança Nacional (LSN), além da rejeição à projeção de R$ 5,7 bilhões para o Fundo Eleitoral de 2022.

João Doria
O Estado de S. Paulo (06/12) destaca entrevista com o govenador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência em 2022,.

Ao jornal, Doria disse que acredita que ele e o ex-ministro e ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) estarão “no mesmo campo em 2022, mas não necessariamente na mesma candidatura”. Doria afirma também que os cinco anos de mandatos públicos o fizeram incluir o social em sua visão liberal da economia.

O dólar comercial fechou sexta-feira em alta de 0,35%, cotado a R$ 5,68. Euro subiu 0,45%, chegando a R$ 6,42. A Bovespa operou com 105.069 pontos, alta de 0,58%. Risco Brasil em 349 pontos. Dow Jones caiu 0,17% e Nasdaq teve queda de 1,92%.
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