CBCSI debate tendências e perspectivas para o mercado imobiliário

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As tendências do mercado imobiliário foram debatidas na reunião da Câmara Brasileira de Comércio e Serviços Imobiliários (CBCSI), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que ocorreu, de forma virtual, no dia 29 de março.

O encontro do órgão consultivo da CNC contou com a participação de representantes dos sindicatos de habitação (Secovis), constituídos por empresas de compra, venda, locação, administração de imóveis e de condomínios residenciais e comerciais.

O coordenador da CBCSI e presidente do Secovi-RJ, Pedro Wähmann, celebrou a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que é constitucional a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação, seja comercial, seja residencial.

Na votação da corte, prevaleceu o entendimento do relator, ministro Alexandre de Moraes, para quem a possibilidade de penhora do bem não viola o direito à moradia do fiador, que exerce seu direito à propriedade ao oferecer seu imóvel como garantia contratual de livre e espontânea vontade, com plena consciência dos riscos decorrentes de possível inadimplência.

O coordenador das câmaras setoriais da CNC e presidente do Sistema Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, afirmou que o trabalho da CBCSI foi importante para a decisão do STF. “O início deste processo judicial foi muito temeroso, por isso o movimento das entidades desta câmara foi decisivo para o resultado da votação no Supremo”, disse.

Para o presidente da Comissão de Direito Imobiliário da OAB/SC e coordenador de Locação da CBCSI/CNC, Leandro Ibagy, o engajamento dos Secovis influenciou positivamente a decisão do STF. “Foi um trabalho realizado a muitas mãos, embasado por uma boa tese e um bom fundamento jurídico. O mercado passaria a exigir, principalmente dos pequenos e médios empresários, uma garantia onerosa para a realização de locações, caso a decisão fosse contrária”, afirmou.

Tendências do segmento imobiliário de locações

Sobre as perspectivas para o mercado de locação de imóveis, Ibagy afirmou que foi possível observar um crescimento das carteiras locatícias nos últimos dois anos e a tendência se mostra viva em 2022. “Nós aguardamos uma manutenção dos ventos favoráveis ao mercado de locação, principalmente na área residencial. Um aspecto que contribui para esse otimismo, infelizmente, vem da alta dos juros no País. Ele acaba sendo um obstáculo para a compra de imóveis. Por outro lado, a locação ganha espaço e aquece o mercado”, explicou.

Para a advogada Moira Toledo, do Secovi-SP, a pandemia fez o morar e o trabalhar ganhar novas dimensões, em que repensar os espaços implica uma mobilidade que se reflete na compra e locação de imóveis. “Com a alta do trabalho remoto nos últimos dois anos, a maneira de utilização desses espaços se transforma. Com expediente híbrido, é possível morar mais longe do trabalho com tranquilidade ou ter a necessidade de pontos de apoio mais próximos, por exemplo, e esse tipo de tendência nos faz repensar o mercado para buscar oportunidades de atrair investimentos”, disse.

A advogada também destacou que é preciso pensar soluções de moradia mais centrais para dar qualidade de vida àqueles que exercem o trabalho presencial e defendeu que o momento é propício para pensar a modernização da lei do inquilinato, visando à atração de investimento e ao fortalecimento do mercado.

O presidente do Secovi Pernambuco e coordenador da área de Condomínios da CBCSI, Marcio Gomes, falou sobre as tendências da administração condominial, apontando como grande desafio se destacar em relação aos concorrentes e agregar algum valor aos serviços da empresa que seja perceptível aos condôminos e não somente aos síndicos.

“A utilização de tecnologia de ponta é algo a ser buscado. A utilização de inteligência artificial para atendimento por canais como WhatsApp, telefonia e e-mail, bem como a utilização de Robotização de Processos Repetitivos (RPA) também se apresentam como alternativas importantes”, destacou Gomes.

Segundo o coordenador, uma ferramenta que vem ganhando espaço no mercado é a oferta de serviços e produtos para os condôminos e não apenas para o condomínio, com bons resultados financeiros. Como exemplo, ele citou serviços como fornecimento de energia fotovoltaica, serviços de manutenção nas unidades privativas, seguros, lavagem de veículos e outros casos vantajosos para condomínios e, principalmente, para os condôminos. “Trabalhar essa relação com o condômino melhora a fidelização e aumenta a rentabilidade”, ressaltou.

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