CBCGAL debate panorama e retomada do setor varejista de alimentos

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As perspectivas para a economia brasileira, especificamente para o setor de varejo e atacado de alimentos, foram destaque na reunião da Câmara Brasileira do Comércio de Gêneros Alimentícios (CBCGAL), na sede da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no dia 27 de abril. Além disso, o grupo também debateu o impacto no segmento, segundo as principais propostas de reforma tributária que tramitam no Congresso Nacional.

Para Fabio Bentes, economista da Diretoria de Economia e Inovação da CNC, o comércio varejista de alimentos ainda não se recuperou plenamente dos efeitos da pandemia e tem sofrido com problemas que nem sempre são perceptíveis ao consumidor.

O economista Fabio Bentes participou da reunião de forma remota

“Mesmo representando o ramo mais importante do varejo, com 30% do número de estabelecimentos e geração de empregos, o setor alimentício não consegue deslanchar e alavancar o volume de vendas. O consumidor, que não observa o aumento do preço no atacado, se deixa levar por uma percepção equivocada de que o varejo de alimentos estaria tirando algum tipo de proveito da alta de preços”, avaliou.

Segundo o economista, as dificuldades impostas pelos anos de pandemia levaram o setor a realizar um reajuste médio de 14% no preço dos produtos. A variação do preço no atacado, no entanto, chegou a 17% em 2020 e 2021. “Isso significa que o varejo de alimentos teve que comprimir suas margens e cobrir seus custos. O varejista ficou numa situação intermediária entre o ajuste possível e o ajuste viável”, afirmou.

A perspectiva para os próximos anos, por outro lado, não é negativa para Fabio Bentes. “A inflação do setor de alimentos, que no ano passado fechou em quase 15%, apresentou um patamar de 6,35% em abril deste ano, ou seja, um número bem menor. Embora a perspectiva econômica para 2023 não seja das mais positivas, no próximo ano o cenário tende a ser de maior tranquilidade, pois a população sentirá a descompressão dos preços, que demora um pouco a ser refletida”, disse.

Alvaro Furtado, coordenador da CBCGAL

Reforma tributária

As propostas de reforma tributária que tramitam no Congresso Nacional também estiveram no centro do debate promovido na reunião. O 2° vice-presidente da CNC e coordenador-geral das Câmaras Brasileiras do Comércio e Serviços, Luiz Carlos Bohn, destacou a vigilância e o acompanhamento que a Confederação tem feito em torno do tema.

“Nós estamos atentos aos impactos em cada segmento representado e estamos trabalhando para chegar a um projeto que não gere aumento tributário para o setor de serviços”, enfatizou Bohn.

Estudos realizados pela CNC mostram que a aplicação das Propostas de Emenda à Constituição (PECs) nº 45/2019 e nº 110/2019 implicaria um aumento médio de 84% da carga tributária, com esse índice podendo chegar a quase 200% em alguns segmentos. Para o consultor tributário da CNC, Gilberto Alvarenga, que participou da reunião, as duas PECs penalizariam o setor de serviços.

“Precisamos chegar a uma proposta que exclua gargalos e torne o Brasil competitivo. O aumento da carga tributária não vai gerar aumento da arrecadação, vai apenas aumentar a sonegação de tributos, a informalidade e o desemprego”, ressaltou Alvarenga.

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