Na sua 240ª reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom), responsável pela garantia do poder de compra do real e pelo calibre da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, entendeu de forma unânime que os juros anuais deveriam subir um ponto percentual, passando de 4,25% para 5,25%.
“Com essa medida, o Banco Central sinaliza ao mercado que os juros podem continuar subindo, notadamente por causa dos fatores que pressionam a formação dos preços nas diversas cadeias produtivas, sejam domésticas ou globais, chegando aos consumidores finais com aumento”, avalia o economista da CNC, Antonio Everton.
Os motivos para o entendimento dos participantes da 240ª reunião foram vários, cabendo destacar as perspectivas de alta estimadas para o fim do ano, em virtude da recuperação econômica, do comportamento de preços no atacado, dos problemas decorrentes da estiagem sobre a formação dos preços dos alimentos, da crise hídrica, do preço da energia e da variação dos preços dos combustíveis, dentre outros.
Antonio Everton acredita que o aumento da Selic deve impactar a constituição das outras taxas de juros e pode significar um recuo na demanda e arrefecimento no ritmo de recuperação da economia brasileira, com efeitos sobre o nível de oferta, consumo e investimentos no médio prazo. “De qualquer maneira, dependendo da ótica do observador sobre a decisão de política monetária, a autoridade intercedeu, visando resguardar o poder aquisitivo da moeda nacional, considerando que a inflação anualizada já estourou a meta estabelecida e prossegue com tendência de alta. Pode ser o começo da diminuição do ritmo de evolução dos preços e o Banco Central passando a observar a performance da inflação no ano que vem”, contrapõe o economista.
O resumo da reunião do Copom encontra-se no site do Banco Central e pode ser acessado por meio da nota divulgada.